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Pamela Anderson e Yannick Jadot enjaulados para denunciar o sofrimento animal


A atriz norte-americana Pamela Anderson e o político ecologista francês Yannick Jadot foram trancados de maneira simbólica em uma jaula em Paris, na última quarta-feira (10/10/2018), para denunciar os maus-tratos impostos aos animais criados em granjas.

"Vivo na França há pouco tempo, mas a defesa dos animais me afeta onde quer que esteja", disse a norte-americana.

"Esses animais vivem assim a vida toda. É desumano. Não compreendo como os humanos podem ser tão cruéis", completou.

A atriz exibiu um cartaz com a frase "mais de 300 milhões de animais são criados em jaulas a cada ano na Europa".

"Precisamos de um milhão de assinaturas em um ano em sete Estados membros para acabar com o sofrimento animal", afirmou a diretora da iniciativa CIWF (em inglês, Compaixão no Mundo das Fazendas), Léopoldine Charbonneaux.

Mais de 130 ONGs, incluindo a Fundação Brigitte Bardot e a Sociedade Protetora dos Animais, apoiam a campanha, que, se conseguir as assinaturas necessárias, será debatida pela Comissão Europeia.

Fonte: Estado de Minas (via AFP)

Foto: AFP


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. O trabalho da CIWF é muito importante, mas lembramos que o objetivo final daqueles que lutam pela causa animal é a completa libertação animal, e não apenas sua criação bem-estarista (galinhas "livres de gaiola" ou "abate humanitário", por exemplo). 

2. Animais não são alimento, nenhum deles. Eles não são comida nem escravos dos humanos. Sentem como todos nós e por isso merecem a vida e a liberdade. A alimentação vegetariana estrita, sem carne de qualquer tipo ou derivados (laticínios, ovos, mel), já está provada como sendo a mais saudável para os humanos. Quem opta pelo veganismo (que engloba não somente a dieta vegetariana estrita, como também o não uso de roupas e acessórios de couro, lã, pele e seda, assim como o boicote a "atrações" que exploram os animais, como zoológicos, circos e aquários, e a empresas que fazem testes em animais) está fazendo um bem pelos animais e para sua própria saúde e vida. E não é difícil nem caro. Quer uma ajuda para começar a parar de comer carne? O primeiro passo é a informação. Aprenda com quem já vive esse estilo de vida: pergunte, pesquise. Use as redes sociais para expandir seu conhecimento sobre vários assuntos, inclusive esse, que é vital para você e um imensurável número de vidas inocentes. Há diversos grupos sobre o tema no Facebook. Listamos abaixo alguns deles:

VegAjuda - Veganismo disponibiliza um tópico fixo com uma lista de produtos (não só para alimentação) livres de crueldade animal e oferece sempre diversas dicas para iniciantes e "veteranos";

Veganismo é um dos maiores grupos sobre o tema no Facebook, com mais de 50 mil membros sempre compartilhando experiências e tirando dúvidas;

Veganismo Popular e Veganos Pobres Brasil desmitificam a ideia de que veganismo é caro. É perfeitamente viável seguir uma alimentação diária sem crueldade animal e sem maltratar o bolso;

Musculação Vegana é voltado para os praticantes de atividades físicas. Nele, você pode ver como é preconceituosa e errada a ideia que algumas pessoas tentam propagar, de que vegetarianos estritos são fracos fisicamente (muito pelo contrário, são mais fortes e saudáveis). O grupo oferece diversas dicas de alimentação e suplementação vegana.

Existem diversos sites e blogues com deliciosas receitas veganas (além dos tradicionais livros de receitas), simples e baratas de fazer. Clique aqui para conhecer uma lista deles!

Já a Revista dos Vegetarianos é uma publicação mensal (impressa e on-line) com excelente conteúdo que vai bem além de receitas, focando a saúde como um todo. 

Mapa Vegano lista diversos estabelecimentos em todo o Brasil, abrangendo produtos e serviços de alimentos e bebidas, higiene e beleza, roupas e acessórios, ONGs e outros. 

Informe-se sempre! Aqui mesmo em nosso blogue, publicamos diariamente matérias sobre veganismo x indústria da carne (e do leite, ovos etc.). Leia também em outras fontes, converse com outros veganos e vegetarianos (mesmo que você não conheça pessoalmente, como nos grupos indicados acima) e veja de que lado é o certo ficar. Mas já saiba desde o começo que abraçar o veganismo é uma mudança e tanto, que fará um imenso bem para você, para os animais e para o planeta.

Milhões de animais mortos: o furacão Florence e a criação intensiva


A passagem do furacão Florence, na costa leste dos Estados Unidos, causou a morte de 41 pessoas, mas o triste balanço continua a subir. Entre as vítimas do desastre natural, também estão os animais, especialmente aqueles forçados a viver em fazendas de criação intensiva.

Três milhões e quatrocentos mil galinhas e perus e 5.500 porcos teriam morrido como resultado da inundação causada pelo furacão Florence. A informação vem do Departamento de Agricultura da Carolina do Norte.

“Foi uma tempestade sem precedentes, com inundações que excederam todas as expectativas. Sabemos que também na agricultura haverá perdas significativas porque as inundações afetaram seis municípios do nosso estado”, disse o comissário de Agricultura, Steve Troxler, em um comunicado.

Como dizíamos, também os animais são vítimas diretas dessa calamidade e, se muitos cães e gatos foram salvos, um destino melhor não foi dado aos porcos, galinhas e perus que viviam confinados.

As fotos aéreas mostram as fazendas completamente submersas pela água, e o balanço dos animais mortos é muito alto, ainda que seja impossível fazer uma estimativa precisa.



De fato, há aqueles que morreram devido à tempestade de vento, à água ou ao colapso de edifícios. E ainda há muitos outros porcos que estão morrendo de fome.

Durante a tempestade, os criadores tentaram remover os animais, tarefa impossível de ser cumprida com êxito devido ao elevado número de bichos - assim, paradoxalmente, o furacão Florence trouxe à tona a inutilidade da criação intensiva de animais.

Sabemos que a maioria dos porcos, galinhas e perus era destinada ao abate, mas os ativistas dos direitos animais veem o número de mortos como reflexo de um sistema que não pensa minimamente no bem-estar animal.

“Os animais são tratados como mercadoria, e não como seres vivos que têm o direito de viver. São colocados em uma gaiola e é impossível para eles escaparem quando desastres atacam a cidade”, diz Susie Coston, diretora do abrigo Farm Sanctuary.

Não só isso: o impacto do furacão Florence nos confinamentos também apresenta riscos para a saúde humana, pois os excrementos dos animais acabam nas lagoas e representam um perigo para as pessoas com sistema imunológico baixo, bem como para todos os ecossistemas aquáticos e marinhos*.

Fonte: Green Me  

Fotos: Reprodução


*NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Na verdade, a criação de animais para abate já é um grande poluidor aquático com ou sem furacão. O Florence apenas acelerou a situação. Leia: O colapso ambiental tem forma de bife 

McDia Infeliz


Será que consumir um sanduíche de uma campanha de uma rede de fast-food é a melhor maneira de ajudar a combater o câncer infantil? Vamos pensar?

Os sanduíches (incluindo o Big Mac, vendido durante o McDia Feliz) do McDonald's e de outras empresas similares são feitos basicamente com pão, carne, queijo e molho. Alguns ainda levam bacon.

O hambúrguer é uma carne vermelha processada que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um produto cancerígeno da mesma categoria do cigarro. Uma mãe ou um pai não daria um cigarro para seu filho ainda que sejam fumantes, pois sabem que pode causar câncer e faz muito mal à saúde, então por que fazê-lo em forma de alimento? Não faz muito sentido...

Só para se ter ideia, segundo a OMS, o consumo de 50 g de carne processada aumenta em 18% o risco de desenvolver câncer de intestino. Um hambúrguer pesa por volta de 200 g (4x mais risco!), e tem criança comendo quase todo dia. E, para piorar, alguns lanches vêm com bacon, uma outra carne processada!

Um sanduíche desses fornece 25 g de gordura saturada, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Veja a tabela abaixo com as necessidades nutricionais diárias para uma criança de cinco anos e a comparação com o sanduíche.


Fica muito claro que, além do excesso de calorias (quase metade da quantidade recomendada), a quantidade de proteínas ultrapassa bastante a recomendada para um dia inteiro. As proteínas em excesso são muito prejudiciais, pois viram gordura em nosso organismo, sobrecarregam os rins e contribuem para a formação de cálculos renais.

E se ainda acrescentarmos a batata frita e o refrigerante, chegamos a mais de mil calorias, consumidas tudo de uma só vez, numa única refeição! Não é à toa que nossas crianças estão cada vez mais obesas e doentes...

É muito melhor doar o dinheiro diretamente para o GRAACC [instituição para a qual a campanha McDia Feliz arrecada o dinheiro], assim você ajuda as crianças com câncer, mas evita uma refeição nociva à saúde dos seus filhos. Doe diretamente* e ajude as crianças que precisam, mas sem prejudicar mais nenhuma.



NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

*1. Para o GRAACC ou qualquer outra instituição idônea que cuide de pacientes com câncer. 

2. Lembramos ainda que, além da questão da saúde humana, empresas como o McDonald's vivem do sofrimento, tortura e morte de bilhões de animais inocentes e sencientes, todos os anos. Leia aqui matérias sobre a indústria da carne e assista aqui ao documentário A Carne É Fraca, do Instituto Nina Rosa, filmado nos matadouros que praticam o dito "abate humanitário". 

3. Você gosta de comer hambúrguer? Existem muitas opções de hambúrgueres vegetais deliciosos e sem crueldade. Confira aqui dois exemplos de receitas facílimas de fazer. 

Câmera oculta mostra o sofrimento dos animais em granjas das marcas Seara, Perdigão e Sadia


A ONG internacional Mercy for Animals divulgou uma nova investigação realizada em granjas brasileiras de criação de frangos.

As imagens foram registradas em propriedades que fornecem animais para as empresas JBS, que vende frangos por meio da marca Seara, BRF, das marcas Sadia e Perdigão, e ainda as empresas especializadas em aves Ad’oro e Friaves.

Com uma câmera escondida, o investigador da ONG flagrou funcionários matando pintinhos com as próprias mãos ou pressionando-os contra comedouros e outros objetos rígidos até que eles morressem. As imagens mostram também animais largados agonizando para morrer e ambientes superlotados e sujos.

A ONG registrou o domínio www.infernodosfrangos.com.br para abrigar o material da investigação. O vídeo abaixo tem narração em português.




Fonte: Vista-se 


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Animais não são alimento, nenhum deles. Eles não são comida nem escravos dos humanos. Sentem como todos nós e por isso merecem a vida e a liberdade. A alimentação vegetariana estrita, sem carne de qualquer tipo ou derivados (laticínios, ovos, mel), já está provada como sendo a mais saudável para os humanos. Quem opta pelo veganismo (que engloba não somente a dieta vegetariana estrita, como também o não uso de roupas e acessórios de couro, lã, pele e seda, assim como o boicote a "atrações" que exploram os animais, como zoológicos, circos e aquários, e a empresas que fazem testes em animais) está fazendo um bem pelos animais e para sua própria saúde e vida. E não é difícil nem caro. Quer uma ajuda para começar a parar de comer carne? O primeiro passo é a informação. Aprenda com quem já vive esse estilo de vida: pergunte, pesquise. Use as redes sociais para expandir seu conhecimento sobre vários assuntos, inclusive esse, que é vital para você e um imensurável número de vidas inocentes. Há diversos grupos sobre o tema no Facebook. Listamos abaixo alguns deles:

VegAjuda - Veganismo disponibiliza um tópico fixo com uma lista de produtos (não só para alimentação) livres de crueldade animal e oferece sempre diversas dicas para iniciantes e "veteranos";

Veganismo é um dos maiores grupos sobre o tema no Facebook, com mais de 50 mil membros sempre compartilhando experiências e tirando dúvidas;

Veganismo Popular e Veganos Pobres Brasil desmitificam a ideia de que veganismo é caro. É perfeitamente viável seguir uma alimentação diária sem crueldade animal e sem maltratar o bolso;

Musculação Vegana é voltado para os praticantes de atividades físicas. Nele, você pode ver como é preconceituosa e errada a ideia que algumas pessoas tentam propagar, de que vegetarianos estritos são fracos fisicamente (muito pelo contrário, são mais fortes e saudáveis). O grupo oferece diversas dicas de alimentação e suplementação vegana.

Existem diversos sites e blogues com deliciosas receitas veganas (além dos tradicionais livros de receitas), simples e baratas de fazer. Clique aqui para conhecer uma lista deles!

Já a Revista dos Vegetarianos é uma publicação mensal (impressa e on-line) com excelente conteúdo que vai bem além de receitas, focando a saúde como um todo. 

Mapa Vegano lista diversos estabelecimentos em todo o Brasil, abrangendo produtos e serviços de alimentos e bebidas, higiene e beleza, roupas e acessórios, ONGs e outros. 

Informe-se sempre! Aqui mesmo em nosso blogue, publicamos diariamente matérias sobre veganismo x indústria da carne (e do leite, ovos etc.). Leia também em outras fontes, converse com outros veganos e vegetarianos (mesmo que você não conheça pessoalmente, como nos grupos indicados acima) e veja de que lado é o certo ficar. Mas já saiba desde o começo que abraçar o veganismo é uma mudança e tanto, que fará um imenso bem para você, para os animais e para o planeta.

Leitão que pulou de um caminhão de transporte não consegue parar de agradecer à sua resgatista por lhe dar uma segunda chance na vida


Apenas algumas semanas atrás, Yorkshire, o porco, estava preso em um caminhão de transporte de animais, e seu futuro parecia tudo, menos brilhante. Mas esse menino se recusou a desistir de tentar mudar isso. Ele deu um salto do caminhão para a liberdade e, felizmente, uma família amável o encontrou. Seus resgatistas não hesitaram em parar para ajudá-lo e forneceram os cuidados veterinários que ele precisava. Agora, o porquinho se prepara para ir para sua nova casa, e seu focinho feliz está fadado a alegrar o dia de qualquer um!

Quando Yorkshire foi encontrado, precisava mesmo de ajuda. Sua mandíbula estava quebrada e ele tinha algumas contusões por todo o corpo. O leitão foi levado aos cuidados de Erin Brinkley-Burgardt, que passou a compartilhar sua história no Facebook. É desnecessário dizer que o porquinho e sua nova cuidadora se deram bem de verdade!

Yorkshire será colocado em seu lar definitivo ao lado de um companheiro, Hampshire Bowie Hooligan, assim que sua mandíbula e saúde geral forem avaliadas pelo veterinário. Por enquanto, ele está ocupado em ser a imagem da adorabilidade, agradecendo à sua resgatista por lhe dar uma segunda chance na vida!

Como sua cuidadora enfatizou, a maioria dos porcos não tem a mesma sorte que Yorkshire. Na indústria da carne, os filhotes são separados de suas mães com seis semanas de idade. Os machos são castrados sem anestesia. São enviados para viver em uma instalação para ganhar peso e depois para o abate, geralmente antes mesmo de terem um ano de idade. Yorkshire escolheu literalmente a liberdade para si mesmo e teve a sorte de poder escapar do futuro para o qual se dirigia e depois ser resgatado e ter uma vida.

Os porcos são animais incrivelmente inteligentes que não são muito diferentes dos animais de estimação domésticos. Se todos pudéssemos aprender a ver esses magníficos animais como alguém em vez de algo, o mundo certamente seria preenchido com muito mais beijos e abraços suínos!






Fotos: Erin Brinkley-Burgardt


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Nosso Centro de Adoção ajuda na intermediação da adoção de porcos resgatados do acidente no Rodoanel, em São Paulo, ocorrido em agosto de 2015, e porcos apreendidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Guarulhos (SP), que viviam em situação de maus-tratos em uma criação de fundo de quintal.

Hoje, há 50 porcos do Rodoanel vivendo em um santuário em São Roque, interior de São Paulo, e 20 porcos da apreensão de Guarulhos vivendo com uma protetora em Jundiaí (SP). Todos eles aguardam ser adotados por uma família que os trate com a dignidade e amor que merecem.

Se você é vegetariano / vegetariano estrito / vegano, mora em uma casa com recinto de terra com pelo menos 100 metros quadrados e estruturas fortes para aguentar a força deles (os animais adultos pesam em torno de 300 quilos) e tem muito amor para dar, fale com a gente: (11) 3151-2536 / 3151-4885 / 7766-1559 (Nextel) / contato@naturezaemforma.org.br.

Na foto abaixo, Pedrinho, então um filhote com um ano de idade (a foto é do ano passado, quando ele foi nos visitar na ONG), que veio da apreensão em Guarulhos, recebe o carinho - e colinho - de uma voluntária do nosso Centro de Adoção!

       Foto: Associação Natureza em Forma 

Carne criada em laboratório deve chegar ao mercado até 2021


A carne criada em laboratório deve chegar ao mercado até 2021. A startup holandesa Mosa Meat, fundada pelo cientista Mark Post, que carrega o título de ter produzido o primeiro hambúrguer do tipo no mundo, pretende ser a primeira a comercializá-la.

Com a proposta de evitar o abate de animais, o aquecimento global e a falta de comida no mundo, a carne criada em laboratório é produzida a partir de células do próprio animal.

Como se tratam das mesmas moléculas, o sabor da carne cultivada, como é chamada, e da carne de vaca original é o mesmo, segundo o fabricante.

A carne cultivada não envolve qualquer modificação genética. “Como as células estão simplesmente fazendo o que fariam dentro do animal, não há necessidade de modificá-las. Além disso, os alimentos transgênicos são proibidos em grande parte da Europa, onde a Mosa Meat está localizada”, informa a empresa em seu site.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a demanda por carne deve aumentar em 70% até 2050, e os atuais métodos de produção não são sustentáveis. “Se quisermos continuar a comer carne, precisamos de um método de produção mais eficiente”, diz a startup.

Além disso, a pecuária contribui para o aquecimento global. O gado libera metano, um gás de efeito estufa até 30 vezes mais potente que o dióxido de carbono. “Muitas pessoas não querem se tornar vegetarianas porque os substitutos à base de plantas não são exatamente os mesmos em sabor e textura como a carne. Portanto precisamos olhar para todos os caminhos possíveis para substituir o gado, incluindo a carne cultivada”, afirma a empresa.

O primeiro hambúrguer de carne de laboratório, criado em 2013 pela Mosa Meat, teve um custo de 250 mil euros (equivalente a mais de R$ 1 milhão) para ser produzido e foi financiado por Sergey Brin, cofundador da Google. Atualmente, o valor é de 9 euros (cerca de 40 reais), segundo a startup.

A empresa já conseguiu arrecadar um investimento de 7,5 milhões de euros para produzir a carne cultivada em grande escala, em torno de 100 toneladas por ano. Um dos principais investidores é a Bell Food Group, maior empresa de carnes da Suíça, segundo a startup.

O produto de estreia será carne moída, mais precisamente um hambúrguer, que representa 50% do mercado total de carne, segundo a startup. Ela afirma que criar uma estrutura 3D, como um bife, é um desafio científico maior.

Outras empresas também estão de olho nesse mercado. Nos Estados Unidos, a Memphis Meats desenvolve almôndegas de carne, frango e pato, e a Finless Foods está focada em peixe. Já a SuperMeat, em Israel, produz carne de frango.

A Mosa Meat informa que iniciou o processo para receber a aprovação da Autoridade Europeia para a Segurança de Alimentos (AESA), que permitirá a venda da carne na Europa.

Carne é feita a partir de células-tronco

A carne cultivada é semelhante à carne de gado, com a diferença que as células crescem fora do corpo do animal. Ela é criada a partir de células-tronco do animal. Essas células são obtidas por meio de uma pequena biópsia do músculo do animal, realizada com anestesia.

A função dessas células-tronco, dentro do organismo, é criar um novo tecido muscular quando o músculo é lesionado. E é esse talento inerente às células-tronco que é utilizado na fabricação da carne cultivada.

As células são colocadas em um meio de cultura. Fatores de crescimento que ocorrem naturalmente adicionados a nutrientes permitem a proliferação dessas células, da mesma forma que ocorre no organismo de um animal.

Elas proliferam até que sejam obtidas trilhões de células. Esse crescimento ocorre em um biorreator, semelhante aos biorreatores em que são fermentados cerveja e iogurte.

As células se fundem naturalmente, gerando filamentos de tecido. Cerca de 800 milhões de filamentos de tecido são suficientes para produzir 80 mil quilos de carne de vaca, por exemplo. No microscópio, a carne cultivada é uma carne real, indistinguível do tecido da carne de vaca, porco ou galinha.

Fonte: R7 

Foto: Mosa Meat 

WeWork proíbe carne em seus eventos e também o reembolso desse tipo de produto para funcionários


A WeWork, maior empresa de escritórios compartilhados do mundo, presente em 21 países e avaliada em mais de R$ 75 bilhões, emitiu um comunicado a seus funcionários sobre carne.

Todos os eventos pagos pela empresa não servirão mais nada com carne e os milhares de funcionários contratados pela WeWork também não poderão mais pedir reembolso com refeições que contenham carne.

A WeWork, que também está presente em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, alega razões ambientais para essa decisão. A empresa acredita que irá deixar de emitir mais de 200 milhões de toneladas de CO² até 2023 com a medida.

Segundo números divulgados pelo jornal britânico The Guardian (leia aqui, em inglês), eles também acreditam que irão salvar mais de 15,5 milhões de animais no mesmo período apenas cortando a carne do cardápio.

Apesar de não pagar mais por carne, a WeWork se mostrou flexível a respeito de permitir que seus escritórios façam eventos com carne desde que o dinheiro não saia dos cofres da empresa. Usuários dos escritórios compartilhados e funcionários também podem levar pratos com carne de casa ou pedir pratos com esse tipo de produto para comer nos escritórios.

Em outras palavras, a WeWork não está proibindo seus funcionários de comerem carne, mas está dando um motivo bastante forte para que eles não comam: o bolso.

Fonte: Vista-se 


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

O 'agro' é sujo: veneno, mortes e destruição da natureza definem agronegócio

Multinacionais agroquímicas controlam cerca de 68% de todo o fornecimento comercial de sementes (Foto: Reginaldo Teodoro de Souza / Embrapa)



O agronegócio, modelo de produção agrícola baseado no monocultivo, no grande latifúndio e no uso ostensivo de agrotóxicos, consome cerca de 70% dos recursos de terra e água do planeta, mas produz apenas 30% do alimento mundial. Além disso, esse modelo de produção gera 40% das emissões de gases de efeito estufa.

Já a agricultura familiar e camponesa é responsável por 70% dos alimentos, enquanto utiliza apenas 30% dos mesmos recursos. Os dados são do Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração (ETC), e revelam uma realidade completamente diferente do que prega o discurso das corporações agrícolas sobre o compromisso de alimentar a humanidade.

"Tudo o que eles [grupos empresariais que atuam no ramo de alimentos] fazem não é para realmente combater a fome, mas para controlar mais o mercado e controlar o mercado de quem pode pagar por ele", analisa a coordenadora de Programas e Projetos de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll Brasil, Maureen Santos.

A exigência de pagamento de royalties por patentes, por exemplo, é uma das formas de controle de mercado, já que o agricultor que planta culturas transgênicas fica vinculado, por força de contrato, à empresa que detém a propriedade intelectual da semente – a safra transgênica não produz sementes férteis, forçando o produtor rural a comprar novas sementes das corporações a cada colheita.

Dessa forma, os agricultores são restringidos no direito de decidir sobre seu próprio sistema alimentar e produtivo, já que as multinacionais agroquímicas controlam cerca de 68% de todo o fornecimento comercial de sementes, conforme dados do Grupo ETC.

"Essas grandes tecnologias de sementes estão muito ligadas a alimentos que não se come, como a soja, que é a base em alguns lugares do mundo, mas não da população da maioria dos países", completa Maureen.

O agro é 'tech'?

Pulverização de veneno sobre lavoura no interior brasileiro (Foto: Agência Brasil)


A concentração de insumos agrícolas e sementes transgênicas nas mãos de poucas empresas impulsiona também a dependência de fertilizantes químicos e pesticidas, que são produzidos pelas mesmas empresas. São produtos capazes de contaminar todas as formas de vida. 

"Em Mato Grosso, foi feita uma pesquisa onde a água, a terra, o ar, os alimentos, tudo, até o leite materno de mulheres amamentando, estão envenenados por esses agrotóxicos", enfatiza a encarregada de projetos da Misereor na América Latina, Regina Reinart. A organização da Igreja Católica da Alemanha de combate à miséria atua em diversos países da América, África e Ásia.

Dos 504 agrotóxicos liberados no Brasil, 30% são proibidos na União Europeia pelos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente. Há uma década, o Brasil lidera o uso de agrotóxicos no mundo, com 20% do comércio mundial. As consequências sociais, sanitárias e ecológicas desse modelo de produção atingem, principalmente, os povos e comunidades tradicionais, conforme afirma Regina.

Pesquisas têm relacionado o uso de agrotóxicos com o aumento no número de doenças psiquiátricas e suicídios no meio rural.

Agro é 'pop'?

Integrantes do MST realizam ato em memória dos mortos no campo 
(Foto: Frente Brasil Popular)


De 2013 a 2017, o número de assassinatos no campo subiu 105%, muitos em chacinas relacionadas justamente à disputa pelos modos de produção no campo, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Além do aumento no número de mortes, as tentativas de assassinato subiram 63%, e as ameaças de morte, 13%.

Entre as vítimas dos conflitos, figuram principalmente camponeses, indígenas e quilombolas. Já os agentes da violência são, em grande medida, fazendeiros, empresários e grileiros, seguidos de mineradoras, madeireiras, hidrelétricas e o próprio Estado, que deveria coibir a violência.

O trabalho escravo e o êxodo rural também são pontos cruciais das estratégias do capital internacional para o campo, como destaca o fundador e diretor executivo do Grupo ETC, Pat Mooney.

"A falta de alimentos nutritivos, além dos altos preços, sempre gera violência. A luta pelo controle da terra e pelo controle da água para a irrigação neste mundo certamente gera violência. E isso leva a mais migrações e todas as tragédias que acontecem durante a migração de uma parte do mundo para outra. Essas coisas estão intrinsecamente ligadas."

"Tudo isso é um ciclo vicioso desse comércio do agronegócio e do plano econômico do Brasil, que está vendendo o País sem respeitar a lei da natureza e os povos", completa Regina Reinart.

O agro é lobby

Michel Temer (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e seus secretários e ministros 
em megaevento do agronegócio em São Paulo (Foto: Beto Barata / PR)


No âmbito político, a bancada ruralista, conjunto de deputados e senadores que representa o agronegócio corporativo no Legislativo brasileiro, articula para restringir direitos dos trabalhadores do campo enquanto patrocina propostas como o Projeto de Lei 6.299/2002, conhecido como Pacote do Veneno, aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados no último dia 25 de junho [2018]. A proposta pretende facilitar a produção, importação, registro e comércio de agrotóxicos no Brasil.

O lobby do agronegócio se intensificou ainda mais por meio de uma série de megafusões entre as multinacionais que atuam no setor de alimentos. No ano passado, foram as norte-americanas Dow e DuPont, além da suíça Syngenta com a estatal ChemChina.

Também, há pouco mais de um mês, a conclusão da compra bilionária da norte-americana Monsanto pela alemã Bayer concentrou ainda mais o mercado de insumos agrícolas. "Bay-Santo", como a fusão da empresa foi apelidada pelas entidades que analisam o setor, agora é a maior fornecedora de sementes e pesticidas do mundo. Juntas, elas vão deter 34 das 75 variedades transgênicas registradas hoje no Brasil, conforme dados da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

Em contrapartida, Mooney ressalta que a rede de produção familiar e camponesa é imensamente mais inovadora, bem-sucedida e eficiente econômica e financeiramente do que a cadeia industrial de alimentos.

"Isso significa, se olharmos a questão da segurança alimentar, que temos que nos perguntar: quem tem mais condições de ajudar o mundo a lidar com as mudanças climáticas e todas as crises que esperamos enfrentar no futuro? Uma rede campesina de produção de alimentos, com uma imensa diversidade e altamente descentralizada, ou uma cadeia industrial de alimentos altamente centralizada e concentrada que trabalha com pouquíssimas espécies e variedades de plantas?", questiona.

Fonte: Brasil de Fato 

Exportando vidas



Exportando Vidas é um vídeo documental que revela a realidade cruel do comércio internacional de animais. Especialistas nas áreas de direito, meio ambiente, saúde animal e representantes do poder público explicam por que essa atividade é ilegal e deve ser proibida no Brasil, acompanhando uma tendência mundial que questiona e rejeita suas práticas.



NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Ressaltamos que a exportação de animais vivos é uma barbaridade a mais em uma indústria que já é cruel mesmo quando se mantém em terra firme. Somos plenamente a favor da luta para proibir essa prática, mas nossa meta é a completa libertação animal. Que os animais não sejam mais criados para viver confinados, torturados e mortos para consumo humano. E você pode fazer sua parte para acabar com isso. 

Animais não são alimento, nenhum deles. Eles não são comida nem escravos dos humanos. Sentem como todos nós e por isso merecem a vida e a liberdade. A alimentação vegetariana estrita, sem carne de qualquer tipo ou derivados (laticínios, ovos, mel), já está provada como sendo a mais saudável para os humanos. Quem opta pelo veganismo (que engloba não somente a dieta vegetariana estrita, como também o não uso de roupas e acessórios de couro, lã, pele e seda, assim como o boicote a "atrações" que exploram os animais, como zoológicos, circos e aquários, e a empresas que fazem testes em animais) está fazendo um bem pelos animais e para sua própria saúde e vida. E não é difícil nem caro. Quer uma ajuda para começar a parar de comer carne? O primeiro passo é a informação. Aprenda com quem já vive esse estilo de vida: pergunte, pesquise. Use as redes sociais para expandir seu conhecimento sobre vários assuntos, inclusive esse, que é vital para você e um imensurável número de vidas inocentes. Há diversos grupos sobre o tema no Facebook. Listamos abaixo alguns deles:

VegAjuda - Veganismo disponibiliza um tópico fixo com uma lista de produtos (não só para alimentação) livres de crueldade animal e oferece sempre diversas dicas para iniciantes e "veteranos";

Veganismo é um dos maiores grupos sobre o tema no Facebook, com mais de 50 mil membros sempre compartilhando experiências e tirando dúvidas;

Veganismo Popular e Veganos Pobres Brasil desmitificam a ideia de que veganismo é caro. É perfeitamente viável seguir uma alimentação diária sem crueldade animal e sem maltratar o bolso;

Musculação Vegana é voltado para os praticantes de atividades físicas. Nele, você pode ver como é preconceituosa e errada a ideia que algumas pessoas tentam propagar, de que vegetarianos estritos são fracos fisicamente (muito pelo contrário, são mais fortes e saudáveis). O grupo oferece diversas dicas de alimentação e suplementação vegana.

Existem diversos sites e blogues com deliciosas receitas veganas (além dos tradicionais livros de receitas), simples e baratas de fazer. Clique aqui para conhecer uma lista deles!

Já a Revista dos Vegetarianos é uma publicação mensal (impressa e on-line) com excelente conteúdo que vai bem além de receitas, focando a saúde como um todo. 

Mapa Vegano lista diversos estabelecimentos em todo o Brasil, abrangendo produtos e serviços de alimentos e bebidas, higiene e beleza, roupas e acessórios, ONGs e outros. 

Informe-se sempre! Aqui mesmo em nosso blogue, publicamos diariamente matérias sobre veganismo x indústria da carne (e do leite, ovos etc.). Leia também em outras fontes, converse com outros veganos e vegetarianos (mesmo que você não conheça pessoalmente, como nos grupos indicados acima) e veja de que lado é o certo ficar. Mas já saiba desde o começo que abraçar o veganismo é uma mudança e tanto, que fará um imenso bem para você, para os animais e para o planeta.

Como os matadouros e Henry Ford influenciaram Hitler na idealização dos campos de concentração

Matadouros de Chicago serviram como referência para os campos de concentração (Foto: NPR)


Em 2002, o escritor Charles H. Patterson publicou o livro Eternal Treblinka: Our Treatment of Animals and the Holocaust (“A eterna Treblinka: nosso tratamento aos animais e o holocausto”, em tradução livre), onde aborda como os matadouros serviram de referência para a construção dos campos de concentração durante o regime nazista.

Tudo começou quando o empreendedor Henry Ford decidiu visitar um matadouro em Chicago. “Os animais abatidos, suspensos de cabeça para baixo em uma corrente móvel ou transportador, passam de trabalhador para trabalhador, e cada um deles executa algum passo particular no processo”, registrou Ford em sua autobiografia Minha Vida e minha Obra, de 1922.

Patterson afirmou que essa experiência de Ford, que serviria de exemplo para ele implementar em suas linhas de montagem um sistema bastante avançado à época, influenciaria Adolf Hitler a seguir o mesmo caminho. A diferença é que, em vez de o ditador nazista aplicá-lo em fábricas e indústrias, ele faria isso em campos de concentração. 

“Hitler baseou todo o tratamento dado aos judeus nas linhas de produção dos matadouros dos Estados Unidos. Ele idolatrava Henry Ford, cuja inspiração para o sistema revolucionário da linha de montagem surgiu depois que ele visitou matadouros em Chicago em sua juventude. Essencialmente, Hitler construiu seus próprios matadouros substituindo animais por seres humanos”, escreveu Charles Patterson na página 72 de Eternal Treblinka.

Para o autor, isso significa que a objetificação animal durante e após a Revolução Industrial acabou facilitando também a objetificação humana, já que uma acabou por servir de exemplo para a outra. Embora ainda hoje muita gente atribua a Ford o pioneirismo na criação das linhas de montagem que simbolizam a organização racionalizada do trabalho, a verdade é que todo o trabalho desenvolvido por ele teve como pioneiros os empresários Gustavus Swift e Philip Armour, da indústria da carne. “Henry Ford ficou tão impressionado com a maneira eficiente com que os operários abatiam e desmembravam animais em Chicago, que ele decidiu contribuir com o abate de pessoas na Europa, desenvolvendo um método que seria usado pelos alemães para matar judeus”, declarou Patterson.

No livro Harvest for Hope: A Guide to Mindful Eating (“Colheita pela esperança: um guia para alimentação consciente”, em tradução livre), publicado em 2006, a escritora, primatóloga, etóloga e antropóloga britânica Jane Goodall explicou que os animais suspensos, com as pernas agrilhoadas, suas cabeças para baixo, e se movimentando de um lado para o outro, era o modelo perfeito de uma linha de produção aos olhos de Henry Ford, que buscava uma solução para a criação da ideal linha de montagem automobilística. Mais do que eficiente, a linha de produção na indústria da carne ofereceu aos trabalhadores a oportunidade de serem vistos de outra forma.

“Os animais foram reduzidos a produtos industrializados, e os operários, tornados insensibilizados, poderiam se ver como trabalhadores de linha de produção em vez de assassinos de animais. Mais tarde, os nazistas usaram o mesmo modelo de matadouro para o assassinato em massa em campos de concentração. A linha de montagem se tornou um meio para que os soldados nazistas se desconectassem da matança – vendo as vítimas como ‘animais’, e eles próprios como trabalhadores”, enfatizou Jane.

Segundo a antropóloga britânica, Henry Ford era um antissemita fervoroso que desenvolveu uma linha de montagem que serviria de base para os campos de extermínio. O empresário admirava abertamente a eficiência nazista. Hitler retribuiu a admiração. O líder alemão considerava "Heinrich Ford", um irmão de armas e manteve um retrato em tamanho real do magnata da indústria automobilística em seu escritório na sede do Partido Nazista.

De acordo com Charles H. Patterson, Henry Ford lançou uma campanha antissemita que ajudou a tornar o holocausto uma realidade. Para fundamentar essa afirmação, ele cita o jornal The Dearborn Independent, lançado por Ford no início da década de 1920. No periódico, ele publicou uma série de artigos baseados nos textos de Os Protocolos dos Sábios de Sião, um tratado antissemita que começou a circular pela Europa após a Revolução Russa de 1917.

Uma das maiores contribuições de Henry Ford ao regime nazista foi a publicação dos artigos que dariam origem ao livro O Judeu Internacional, lançado em 1920, uma obra assumidamente antissemita que teve papel fundamental na formação da ideologia nazista. Patterson revelou que Theodor Fritsch, um dos primeiros apoiadores de Hitler, foi um dos principais divulgadores do livro de Ford.

“Graças a uma campanha publicitária bem financiada e ao prestígio do nome Ford, O Judeu Internacional foi extremamente bem-sucedido. […] Encontrou sua audiência mais receptiva na Alemanha, onde ficou conhecido como The Eternal Jew ("O judeu eterno"). Ford era extremamente popular na Alemanha. Quando sua autobiografia foi comercializada lá, virou imediatamente o best-seller número um do país. No início da década de 1920, o livro se tornou a bíblia do antissemitismo alemão, com a editora de Fritsch editando seis edições entre 1920 e 1922.”

No livro Biopolitical Media: Catastrophe, Immunity and Bare Life (“Mídia biopolítica: catástrofe, imunidade e vida nua”, em tradução livre), lançado em 2015, Allen Meek frisou que o processo industrializado de abate de animais criados para consumo se tornou um modelo para os nazistas como “solução final”, ou seja, a forma mais eficaz de se livrar de judeus. 

“O encobrimento gradual do abate de animais a partir da visão pública e o processo industrializado de matar um número cada vez maior de criaturas (hoje chegando a bilhões) foi o que provocou inevitável comparação com o genocídio nazista. A brutalidade dos assassinatos exige que aqueles que trabalham na indústria da carne se dessensibilizem em relação ao sofrimento animal, enquanto o consumidor de carne é estimulado a jamais pensar sobre o processo de matança, que é mantido fora de vista.”

Meek aponta que a dissociação entre morte e vida incentivada pela indústria fez e faz com que muitas pessoas desconsiderem o sofrimento animal no contexto da cultura de consumo, até pelo fato de haver um proposital distanciamento. Esse mesmo distanciamento fez com que grande parte dos apoiadores do holocausto não racionalizassem seu apoio. Ou seja, o sofrimento e as mortes eram desconsideradas porque os apoiadores do genocídio não precisavam testemunhar as medidas de extermínio.

Referências

Patterson, Charles H. Eternal Treblinka: Our Treatment of Animals and the Holocaust. Lantern Books. First Edition (2002)

Ford, Henry. My Life and Work (1922). CruGuru (2008)

Goodall, Jane. Harvest for Hope: A Guide to Mindful Eating. Grand Central Publishing. Reprint Edition (2006)

Meek, Allen. Biopolitical Media: Catastrophe, Immunity and Bare Life. Routledge. First Edition (2015)


Fonte: Vegazeta