Estudo descobre que grande parte das baleias encontradas mortas no Mediterrâneo morreu devido ao lixo plástico


Uma nova pesquisa de cientistas do Pelagos Cetacean Research Institute, em Atenas, Grécia, descobriu que a maioria das baleias cachalotes ameaçadas de extinção encontradas mortas no leste do Mediterrâneo desde 2001 foi morta por resíduos de plástico. O pós-morte de nove das 24 cachalotes revelou que os estômagos dos animais foram bloqueados pela ingestão de grandes quantidades de plástico, o que fez com que as baleias experimentassem mortes lentas e dolorosas.

Um macho jovem cachalote encontrado perto de Míconos havia ingerido mais de 100 itens de plástico, incluindo sacolas de supermercado, disse Alexandros Frantzis, chefe da equipe de biólogos marinhos gregos, ao jornal The Times. Uma das sacolas encontradas no estômago do animal veio de uma loja de quibes em Salonica, uma cidade a cerca de 800 quilômetros ao norte. “A jovem baleia sofreu uma morte excruciante”, disse Frantzis. “Somos [os humanos] os únicos responsáveis.”

No mês passado, foram encontrados no estômago de uma baleia levada para as costas da Espanha quase 30 quilos de lixo plástico. Em 2014, descobriu-se que uma carcaça muito magra encontrada no sul do Peloponeso havia ingerido dois metros e meio de redes plásticas. Segundo Frantzis, tais incidentes são alarmantes, mas não surpreendentes: “A tendência é piorar, pois a quantidade de resíduos plásticos no mar Egeu está crescendo”.

Não são apenas as cachalotes que estão sendo vítimas do nosso uso excessivo e descarte imprudente de plástico. O acúmulo de plástico nos oceanos agora ameaça de extinção cerca de 700 espécies marinhas. Desde o início do ano, o Archipelagos - Instituto de Conservação da Vida Marinha, documentou 18 mortes de tartarugas-amarelas e tartarugas-verdes raras no sudeste do mar Egeu, mas suspeita-se que os números reais sejam muito mais altos, já que a maioria das tartarugas marinhas mortas nunca é encontrada.

O Mediterrâneo é o lar de cerca de 1.800 cachalotes, 200 delas no Mar Egeu. Segundo estudos, o plástico representa mais de 90% dos detritos flutuantes no Mediterrâneo ou em seu leito.

Neste ano, a Grécia introduziu uma sobretaxa nas sacolas plásticas, mas o país ainda não implementou uma proibição nacional como a já adotada por vários países da União Europeia.

Esse relatório ilustra o grave impacto do nosso uso diário de plástico. Se realmente quisermos fazer a diferença e acabar com a destruição das espécies marinhas do nosso planeta, todos nós precisamos começar a remover os plásticos de nossas vidas agora. 


Foto: Rudolf Kirchner / Pexels


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Também recentemente, o mesmo aconteceu com outra baleia na Tailândia. Leia: Pesquisadores encontram 80 sacolas plásticas em estômago de baleia morta na Tailândia 

E reforçamos o que é dito na matéria acima: esses são casos que se tornam públicos. Muitas outras mortes acontecem diariamente com inúmeros animais, cujos corpos não são encontrados. 

2. Leia também:


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