"O horror! O horror!"

O título desta postagem é tirado de uma passagem do livro O Coração das Trevas, de Joseph Conrad. Mas o que trazemos aqui não tem qualquer relação com essa história ou literatura, e sim com algo bem real: um horror que ocorre há muitos e muitos anos, diariamente, em todo o mundo; mostramos a seguir duas de suas faces, tiradas de notícias publicadas recentemente pela  Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais


Sangue, correntes e ossos: o interior perturbador
de um matadouro abandonado


Muitos edifícios abandonados possuem uma atmosfera fantasmagórica – mas poucos são tão inquietantes quanto o matadouro enferrujado, abandonado e esquecido visto nessas fotos.

Capturadas pelo fotógrafo Jim Sullivan, as imagens mostram os restos da maquinaria utilizada para assassinar e processar milhares de vacas, a calha da morte que jogava os animais para o chão da matança, as grelhas enferrujadas que antes ficavam escorregadias devido à quantidade de sangue.


Há ainda os restos secos de cascos cortados no meio da maquinaria silenciosa e decadente. “O matadouro abandonado é um lugar de pesadelo”, diz Sullivan. Ele não está errado.

A decadência é clara desde a própria entrada para o matadouro, onde um cronômetro permanece desamparado. Um sinal acima dele diz: “Se não é seguro, não o faça”.

“Parecia um lugar estressante para trabalhar. Um alerta pendurado no quadro de avisos ao lado do cronômetro, lembrando os funcionários como cuidar de quaisquer questões que pudessem ter”, afirma Sullivan.

    Rampa usada para conduzir as vacas para a morte


As paredes de concreto e tijolo são permeadas por uma rede de tubos, cabos, fios e máquinas mais pesadas, todos cobertos por décadas de poeira, teias de aranha e sujeira.

Uma longa vala de concreto com uma armadilha em uma das extremidades é a última coisa que as vacas levadas ao matadouro teriam visto: a rampa da morte, guiando-as até o chão onde ocorriam os assassinatos. Na sala adjacente à rampa, um sinal em uma porta diz: “SEM SAÍDA”.

As carcaças dos animais foram removidas quando o matadouro foi fechado,
mas alguns conjuntos de cascos permaneceram


Acima de algumas áreas, está uma série de engrenagens, roldanas e correntes que teriam içado as carcaças dos animais em torno do edifício conforme eles eram retalhados em bifes, costeletas e detritos.

Os restos são lembranças sombrias do quão turbulento o trabalho era: pias operadas por pedais; uma grelha afundada no chão para permitir que o sangue escorresse.

Perturbador: a grade nesse chão teria drenado o sangue das vacas mortas.
Os corpos eram então levados por trilhos suspensos


Atrás das portas de metal pesado, encontra-se o porão, onde tubos - alguns desmoronados - se conectavam a lavatórios e maquinaria enferrujada.

“O antigo matadouro era extremamente escuro na maioria dos lugares e o porão tinha muita água parada”, relata Sullivan.

Nesse local, as carnes dos animais eram pesadas antes de serem empacotadas e distribuídas


Segundo o jornal Daily Mail, o fotógrafo Jim Sullivan sempre procura descobrir o que há por trás das ruínas dos prédios que descobre. “Como cresci em Wisconsin, passei muito tempo caminhando e ocasionalmente acontecia de ver ruínas de fazendas antigas”, diz ele.

“Sabendo que as estruturas antigas serão eventualmente destruídas pelo vandalismo, pelos elementos ou desenvolvedores, eu procuro saber suas histórias e fotografá-las enquanto ainda existem”, acrescenta.



Funcionários de matadouros sofrem
uma série de transtornos psicológicos

      Foto: PTSD Journal


Um artigo do jornal Texas Observer relata que os trabalhadores de matadouros enfrentam uma variedade de consequências emocionais e psicológicas negativas, incluindo transtorno de estresse pós-traumático (PTSD, sigla em inglês).

Milhares de trabalhadores estão empregados nos cerca de 1.100 matadouros inspecionados pelo governo federal dos Estados Unidos. Cerca de 70 dessas instalações ficam no Texas, principalmente em Mineola, Muenster e Windthorst, e seus funcionários sofrem diversas tensões físicas e perigos no trabalho, mas também há evidências crescentes de sofrimento mental.

Essas pessoas são contratadas para matar animais como porcos e vacas, que são animais gentis. Realizar essa ação exige que elas se desconectem do que estão fazendo e dos seres vivos que estão à sua frente, e essa dissonância emocional pode levar a consequências como violência doméstica, isolamento social, ansiedade, abuso de drogas e álcool e PTSD.

Há também evidências de que esse trabalho leva ao aumento da criminalidade em cidades com matadouros. Professora de criminologia da Universidade de Windsor, no Canadá, Amy Fitzgerald argumenta que as comunidades com matadouros têm altos índices de criminalidade porque os trabalhadores estão “dessensibilizados” à violência que cometem e testemunham no trabalho. Essa dessensibilização é então refletida em seu comportamento fora das instalações.

A carne e outros componentes animais dos matadouros são cortados de muitas formas e entregues aos mercados. Há peles que viajam para a Turquia, bile destinada a empresas farmacêuticas, órgãos enviados para comunidades nativas norte-americanas e fígado para a Arábia Saudita.

Há, é claro, as carnes que não fazem um caminho distante: são aquelas vendidas no mercado interno, em restaurantes, e que estão na mesa de jantar das pessoas.

Seja qual for a carne, onde quer que seja vendida e, independentemente do que diz o rótulo, cada peça tem algo em comum: há um trabalhador de um matadouro que teve de tirar a vida do animal e ele provavelmente experimenta algum nível de trauma emocional, reportou o PTSD Journal.



NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. A ONG Animal Equality publicou recentemente, em sua página no Facebook, uma fotografia em 360 graus que mostra um abatedouro de porcos. Reproduzimos abaixo a imagem estática. Clique aqui, acesse a foto original e dê um giro para ver mais.


2. Agora veja fotos de como é uma alimentação sem horror: primeiro, selecionamos da internet imagens de alguns dos locais de onde ela vem e de suas principais matérias-primas; em seguida, alguns resultados que podem ser obtidos, tirados de sites de receitas veganas. Na próxima nota, se você se horrorizou com o que viu acima, achou lindo o que viu abaixo, mas ainda acha que o hábito é mais forte, mostramos como mudar seus costumes e alimentação é muito mais fácil do que você imagina.











Abobrinha recheada com quinoa e ervilhas (receita: Herbivoraz)

Bolinhos de couve-flor (receita: Presunto Vegetariano)

Nhoque frito de batata-doce (receita: Viewganas)

Bolo de cenoura com cobertura de ganache (receita: Ser Vegana)


3. Animais não são alimento, nenhum deles. Eles não são comida nem escravos dos humanos. Sentem como todos nós e por isso merecem a vida e a liberdade. A alimentação vegetariana estrita, sem carne de qualquer tipo ou derivados (laticínios, ovos, mel), já está provada como sendo a mais saudável para os humanos. Quem opta pelo veganismo (que engloba não somente a dieta vegetariana estrita, como também o não uso de roupas e acessórios de couro, lã, pele e seda, assim como o boicote a "atrações" que exploram os animais, como zoológicos, circos e aquários, e a empresas que fazem testes em animais) está fazendo um bem pelos animais e para sua própria saúde e vida. E não é difícil nem caro. Quer uma ajuda para começar a parar de comer carne? O primeiro passo é a informação. Aprenda com quem já vive esse estilo de vida: pergunte, pesquise. Use as redes sociais para expandir seu conhecimento sobre vários assuntos, inclusive esse, que é vital para você e um imensurável número de vidas inocentes. Há diversos grupos sobre o tema no Facebook. Listamos abaixo alguns deles:

VegAjuda - Veganismo disponibiliza um tópico fixo com uma lista de produtos (não só para alimentação) livres de crueldade animal e oferece sempre diversas dicas para iniciantes e "veteranos";

Veganismo é um dos maiores grupos sobre o tema no Facebook, com quase 50 mil membros sempre compartilhando experiências e tirando dúvidas;

Veganismo Popular e Veganos Pobres Brasil desmitificam a ideia de que veganismo é caro. É perfeitamente viável seguir uma alimentação diária sem crueldade animal e sem maltratar o bolso;

Musculação Vegana é voltado para os praticantes de atividades físicas. Nele, você pode ver como é preconceituosa e errada a ideia que algumas pessoas tentam propagar, de que vegetarianos estritos são fracos fisicamente (muito pelo contrário, são mais fortes e saudáveis). O grupo oferece diversas dicas de alimentação e suplementação vegana.

Existem diversos sites e blogues com deliciosas receitas veganas (além dos tradicionais livros de receitas), simples e baratas de fazer. Clique aqui para conhecer uma lista deles!

Já a Revista dos Vegetarianos é uma publicação mensal (impressa e on-line) com excelente conteúdo que vai bem além de receitas, focando a saúde como um todo. 

Mapa Vegano lista diversos estabelecimentos em todo o Brasil, abrangendo produtos e serviços de alimentos e bebidas, higiene e beleza, roupas e acessórios, ONGs e outros. 

Informe-se sempre! Aqui mesmo em nosso blogue, publicamos diariamente matérias sobre veganismo x indústria da carne (e do leite, ovos etc.). Leia também em outras fontes, converse com outros veganos e vegetarianos (mesmo que você não conheça pessoalmente, como nos grupos indicados acima) e veja de que lado é o certo ficar. Mas já saiba desde o começo que abraçar o veganismo é uma mudança e tanto, que fará um imenso bem para você, para os animais e para o planeta.

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