"Afeto e boa vontade não bastam para uma família adotar um animal", diz veterinário


Acolher um animal de estimação envolve carinho e atenção, mas também muita responsabilidade para não errar na escolha. O veterinário Jorge Morais explica que o processo de adoção é um ponto central na construção de uma amizade entre o animal e o tutor. "Se a relação não der certo, é porque o ato não foi bem conduzido. Tudo depende da escolha do animal, do espaço físico que ele terá e das condições econômicas da família para prover uma vida digna ao novo membro", afirma.

De acordo com o veterinário, cabe ao responsável pela entrega do animal vacinar, castrar e passar ao futuro tutor o perfil comportamental do animal com quem ele vai lidar. "O afeto do interessado não basta. O bom doador faz um questionário prévio e percebe quando a pessoa não tem estrutura para cuidar. Qualquer empecilho já é motivo para que não haja doação", aponta. 

Assim, o especialista orienta que os interessados em adotar procurem ONGs que trabalhem com o resgate de animais. "Organizações como a AMPARA e o Instituto Meio Ambiente e Proteção Animal (MAPAA) realizam um trabalho íntegro e dão toda a assistência para uma adoção segura e responsável", aponta.

Com quase 30 anos de experiência no ramo, Morais expõe que os animais idosos, deficientes e os de pelagem preta são os mais rejeitados. "As famílias preferem filhotes branquinhos, pequenos e de olhos claros. A discriminação é como a de crianças nos orfanatos, não há diferença", destaca.

No entanto, o veterinário explica que os animais domésticos de idade avançada costumam ser mais gratos, tranquilos e têm um comportamento melhor pelos hábitos que construíram ao longo da vida. Quanto aos com deficiência, ele diz: "É possível ter um amor incondicional e construir uma amizade com qualquer animal, independentemente de suas condições físicas. Não há desvantagem, o que existe é o preconceito".

Fonte: Estadão 

Foto: Reprodução 

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