O Vegfest 2017 - VI Congresso Vegetariano Brasileiro, organizado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), foi realizado entre 30 de agosto e 3 de setembro, no Hotel Serra da Estrela, em Campos do Jordão (SP). Nós estivemos lá no sábado, 1º de setembro, e contamos abaixo como foram as palestras das nossas parceiras Nina Rosa, do Instituto Nina Rosa (INR), e Luli Sarraf, do calendário Celebridade Vira-Lata.
Nina considera que o veganismo não seja um fim em nossa responsabilidade com os animais e o planeta. “Como nos portamos no trânsito? O que fazemos com o lixo que geramos? E a água que consumimos? E agora temos questões mais amplas pelas quais lutar, como a defesa da Amazônia e o veto ao PL que permite a caça de animais silvestres”, alertou ela, lembrando que, se esse projeto de lei apoiado pela indústria bélica for aprovado, a violência e morte atingirá não apenas os animais, mas toda a sociedade brasileira. “Qualquer pessoa poderá comprar uma arma, alegando que será para caçar.” Quanto ao lixo, Nina revelou sua consternação em ver que, nas escolas e universidades onde vai dar palestras, não existe coleta seletiva para reciclagem. “Vai ensinar o quê, se não ensina o básico?”, ela questionou.
Em relação ao movimento vegano, Nina lançou uma reflexão: “Ser vegano basta? E como encaro as diferenças de raça, gênero, orientação sexual? Sou vegano, então sou superior ao carnista?”. Para ela, podemos ser mais felizes por termos mais consciência e vivermos em paz com nossas opções, mas a postura de alguns veganos, de se acharem superiores, é perigosa. “Precisamos de união, nós que somos pelos animais, pois o que importa, no fim, são eles.” Seguindo esse raciocínio, a ativista mencionou as rixas existentes dentro da causa animal, destacando que o protetor que resgata e encaminha cães para adoção, mas não é vegano, também tem sua importância, pois está zelando pelo menos por uma espécie. “Temos que ser mais colaborativos, e não competitivos. Vivemos em uma sociedade onde é cada vez mais fácil apontar o dedo, principalmente agora, que nem é o dedo físico, mas virtual. Em vez de perdermos 15 minutos de vida criticando, por que não focamos o que é realmente importante?”
Nina considera que o veganismo não seja um fim em nossa responsabilidade com os animais e o planeta. “Como nos portamos no trânsito? O que fazemos com o lixo que geramos? E a água que consumimos? E agora temos questões mais amplas pelas quais lutar, como a defesa da Amazônia e o veto ao PL que permite a caça de animais silvestres”, alertou ela, lembrando que, se esse projeto de lei apoiado pela indústria bélica for aprovado, a violência e morte atingirá não apenas os animais, mas toda a sociedade brasileira. “Qualquer pessoa poderá comprar uma arma, alegando que será para caçar.” Quanto ao lixo, Nina revelou sua consternação em ver que, nas escolas e universidades onde vai dar palestras, não existe coleta seletiva para reciclagem. “Vai ensinar o quê, se não ensina o básico?”, ela questionou.
Em relação ao movimento vegano, Nina lançou uma reflexão: “Ser vegano basta? E como encaro as diferenças de raça, gênero, orientação sexual? Sou vegano, então sou superior ao carnista?”. Para ela, podemos ser mais felizes por termos mais consciência e vivermos em paz com nossas opções, mas a postura de alguns veganos, de se acharem superiores, é perigosa. “Precisamos de união, nós que somos pelos animais, pois o que importa, no fim, são eles.” Seguindo esse raciocínio, a ativista mencionou as rixas existentes dentro da causa animal, destacando que o protetor que resgata e encaminha cães para adoção, mas não é vegano, também tem sua importância, pois está zelando pelo menos por uma espécie. “Temos que ser mais colaborativos, e não competitivos. Vivemos em uma sociedade onde é cada vez mais fácil apontar o dedo, principalmente agora, que nem é o dedo físico, mas virtual. Em vez de perdermos 15 minutos de vida criticando, por que não focamos o que é realmente importante?”
“Precisamos de união, nós que somos pelos animais, pois o que importa, no fim, são eles”,
Nina Rosa (Foto: Paulo Furstenau / Associação Natureza em Forma)
Segundo Nina, a educação é a solução de tudo, e devemos fazer nosso melhor para ensinar e sensibilizar aqueles que estão à nossa volta, dando o exemplo de seu documentário de maior repercussão, A Carne É Fraca: “A meta do filme era mostrar a realidade para os espectadores, para que eles pudessem optar. Porque tem pessoas que vão ver e pensar ‘que horror, não quero mais fazer parte disso’”. Ela citou também a filósofa Sônia Felipe, que diz que fazemos política até no supermercado, ao escolhermos o que consumimos.
“Temos que usar nossos talentos, colocar nossa energia nisso – mesmo que pareça que ninguém está ouvindo, lá dentro tem um coração. Aqueles que se manifestam contrários são os que mais são tocados, pois provavelmente gostariam de ser diferentes, mas não conseguem”, concluiu Nina.
Ao final da palestra, Nina Rosa distribuiu DVDs de produções originais do INR - A Carne É Fraca, Criando um Amigo, A Engrenagem, O Gato como Ele É, Não Matarás, Vegana (HQ e DVD) e Vida de Cavalo – e livros editados pelo Instituto - Então, Você Ama os Animais e O Poder e a Promessa da Educação Humanitária, de Zoe Weil, Vozes do Silêncio - Cultura Científica: Ideologia e Alienação no Discurso sobre Vivissecção, de João Epifânio Regis Lima, e Maus-Tratos aos Animais e Violência contra as Pessoas - A Aplicação da Teoria do Link nas Ocorrências da Polícia Militar Paulista, de Marcelo Robis Francisco Nassaro.
Embora as atividades do INR tenham se encerrado em 2015, Nina Rosa segue como ativista independente, e todo o material citado acima pode ser adquirido pelo e-mail inr@institutoninarosa.org.br. Após sua palestra, Nina se mostrou impressionada com a organização do congresso, elogiou toda a equipe envolvida e se revelou grata pelo convite da SVB para fazer parte do evento.
Embora as atividades do INR tenham se encerrado em 2015, Nina Rosa segue como ativista independente, e todo o material citado acima pode ser adquirido pelo e-mail inr@institutoninarosa.org.br. Após sua palestra, Nina se mostrou impressionada com a organização do congresso, elogiou toda a equipe envolvida e se revelou grata pelo convite da SVB para fazer parte do evento.
“Não ser vegano é cruel com os animais, antiético com o planeta
e a gente se envenena”, Luli Sarraf
(Foto: Paulo Furstenau / Associação Natureza em Forma)
Luli Sarraf abriu sua palestra com um vídeo mostrando cenas de humanos praticando atos de heroísmo pelos animais, lembrando que todos nós podemos fazer nossa parte de diversas formas. Ela recordou o começo de sua trajetória na causa animal, quando estava com o projeto do calendário Celebridade Vira-Lata, visitou diversas ONGs, mas não encontrou receptividade, destacando que o único acolhimento que recebeu foi da Associação Natureza em Forma. “O Lito Fernandez, presidente, me orientou e compreendeu minhas limitações.” Ela contou então que ofereceu a renda obtida com a venda dos calendários para a ONG, mas Fernandez recusou, dizendo que o dinheiro seria melhor empregado em uma urgência da causa animal, que era castração de animais de rua.
Além de destacar a importância da castração (leia em nosso site mais informações a respeito), Luli falou sobre o veganismo em sua vida. “O mundo nos ensina a comer picanha sangrenta. Nunca ensinaram que o bife é uma vaca.” Ela contou que começou pela Segunda sem Carne e foi aumentando. “Não ser vegano é cruel com os animais, antiético com o planeta e a gente se envenena”, ponderou, revelando que faz acompanhamento médico anual e sua saúde está cada vez melhor, sendo a mais saudável da família.
Assim como Nina Rosa, Luli enfatizou a importância de educarmos as pessoas ao nosso redor sobre as diversas questões da causa animal, como veganismo, castração e adoção de animais. Ela se disse compreensiva com aqueles que compram animais, pois essas pessoas não têm as informações sobre a realidade por trás da criação e venda de animais de estimação de raça (leia aqui em nosso blogue diversas matérias a respeito), verdadeiras fábricas de filhotes que só almejam o lucro e exploram e maltratam cães e gatos. “Afinal, eu mesma comia carne [antes de conhecer como é essa indústria de dor, sofrimento e morte]. Cabe a nós, que temos as informações, passá-las às pessoas, explicar.” Segundo ela, quando começou o calendário e ainda comia carne, pessoas do movimento vegano a acusaram de ser incoerente, por comer animais enquanto trabalhava em prol de alguns deles – o tipo de crítica apontado na palestra de Nina Rosa.
E nós estamos de pleno acordo com Nina e Luli: a melhor forma de conscientizar as pessoas sobre a causa animal não é julgando nem criticando, e sim ensinando. Outros destaques da programação de sábado do congresso também dizem respeito a isso. A SVB lançou sua campanha educativa Vegetarianismo contra o Câncer e a apresentadora do programa Diário de uma Vegana (do canal a cabo GNT), Alana Rox, além de contar sua experiência pessoal com o veganismo – “Eu não aceitava comer animais desde bebê, e não entendia como seres [família] em quem eu confiava podiam comê-los” -, exibiu o vídeo Minha História, produzido pela Mercy for Animals Brasil. Nós já publicamos ele por aqui, mas sempre vale a pena rever ou mostrar para alguém pela primeira vez – e ensinar essa pessoa.
*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma
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