Cão tetraplégico festeja com animais do CCZ de Campo Grande (MS) seis anos de vida longe das ruas


Há seis anos, Fabinho entrou na vida da professora universitária Laura Elis para dar novo sentido a tudo. Ela resgatou o animal abandonado no meio da avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Agora, para comemorar a data do resgate, ela preparou uma festa para lá de especial, com direito a tudo o que um aniversário pede. E os convidados de honra foram os animais do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).

Por causa de uma má formação nos ossos das quatro patas, Fabinho é tetraplégico desde que nasceu e tem apenas o movimento da cabeça. No início do ano, Laura recebeu a notícia de que ele estava com câncer na boca. A doença exigiu cirurgia e Fabinho perdeu um terço da mandíbula. Hoje, ele passa por tratamento com quimioterapia.

Por todos esses fatores, Laura fez questão de celebrar a vida do amigo peludo e escolheu a dedo os animais que iriam participar da comemoração. Ela entrou em contato com o CCZ e fez o convite aos cachorros que também portassem alguma necessidade especial.

O pedido de Laura chegou com muito carinho até a coordenadora do órgão, Iara Domingos. Ela mesma se encarregou de listar os animais e organizar para levá-los à festa. No total, foram 20 cachorros. E como a ocasião pedia, todos estavam devidamente de banho tomado com laços e gravatinhas.

Festa teve até decoração personalizada


E por incrível que pareça, apesar da quantidade de animais no mesmo ambiente, todos se comportaram muito bem. Fabinho, o anfitrião da festa, ficou um pouco de longe, por causa da quimioterapia - sua imunidade está mais frágil do que o comum.

Mas nem por isso ele deixou de aproveitar a festa. Foi muito paparicado por todos que estavam presentes, principalmente pela tutora.

Conscientização 

Além de celebrar a vida de Fabinho, a festa teve outro motivo importante: chamar a atenção para esses animais com necessidades especiais, que, na maioria dos casos de adoção, são rejeitados*, mesmo sendo os que mais precisam de um lar e de uma família que os acolha e cuide da melhor forma.

"Todos esses animais são tratados pelo Centro de Controle de Zoonoses, mas são os que a gente tem mais dificuldade em adotar. Precisamos do apoio da população", ressalta a coordenadora do CCZ. Ela explica também que um cachorro cego ou sem uma pata exige um cuidado mais especial, mas nada tão extraordinário assim. 

Ao todo, Laura cuida de 28 cachorros e oito gatos. Na festa de Fabinho, todos os animais levados pelo CCZ foram adotados. Na verdade, tudo o que eles precisam é o mesmo que qualquer bicho de estimação: amor, um lar e um tutor para chamar de seu.

Gilda chegou ao CCZ com as duas patinhas fraturadas


Teve bolo especial para os animais


Hora do parabéns


Fabinho paparicado pela tutora



Fotos: Marina Pacheco


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

*1. Leia também:



2. Atualmente, temos duas moças especiais em nosso Centro de Adoção: Bionda, uma cadela resgatada de uma fábrica de filhotes, onde passou seus 10 anos de vida sendo explorada como matriz, sendo hoje cega e portadora de brucelose (leia aqui sua história), e Eugênia, uma gatinha de um ano de idade, que tem distúrbio no labirinto - em momentos de crise, ela fica com a cabeça viradinha e rodando. Veja suas fotos abaixo, e confira aqui nosso endereço e telefones, para vir conhecê-las pessoalmente. 



Fotos: Natureza em Forma  / Divulgação

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