Bob é um poodle que foi invisível em boa parte de sua vida. Durante anos, tentava ganhar um lar em feiras de adoção de animais, mas ninguém percebia sua existência. Ninguém levava o bicho para casa porque ele não tem um dos olhos.
Toda vez que a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), da Prefeitura Municipal de Santos (SP), faz feira de adoção de cães idosos ou com alguma deficiência, acontece algo parecido: quase todos voltam para a baia sem um tutor e um lar. Os cachorros mais velhos são sempre colocados de lado.
Para a coordenadora da Codevida, Leila Abreu, é preciso discutir o que é preponderante na hora de escolher um cachorro para adotar. “As pessoas precisam entender que a gente não é eterno. A gente tem que se preocupar com a vida deles. A preocupação deveria ser: eles têm de ir embora antes de mim, porque não sei o que vai ser deles se eu for primeiro”, diz.
Segundo Leila, nem mesmo os cidadãos idosos curtem muito a ideia de levar um cão mais velho para casa. “Quando eles chegam nas feiras, se decepcionam, porque vieram procurar filhotes”, argumenta.
Ela explica que o comportamento do brasileiro na hora de adotar um cachorro é estimulado por uma série de mitos e preconceitos, incluindo sobre a pelagem preta.
De maneira geral, as pessoas costumam preferir fêmeas porque ainda acham que macho levanta a perna pra fazer xixi em qualquer lugar. “Os machos castrados já não têm mais isso, poucos mantêm esse comportamento”, afirma Leila.
Outro erro citado por ela é a pessoa adotar com base no tamanho do bicho. “Na Europa e Estados Unidos, as adoções acontecem por temperamento. Às vezes, você adota um pastor alemão dócil, que mora em um quitinete e sai três vezes por dia, sendo equilibrado. Por outro lado, pode adotar um pinscher e ter um problema para o resto da vida.”
Terceira idade
A vida de Bob mudou quando a dona de casa Mônica Macedo começou a fazer trabalho voluntário na Codevida. “Ele ficou na minha cabeça. Ele tem um olho só e as pessoas não tinham interesse por ele”, conta.
Primeiro, Mônica pegou ele como madrinha de fim de semana. Foi amor à primeira vista. “Quando o cachorro é adulto, você já sabe se ele é dócil. O problema é o temperamento. Às vezes, você pega um filhote e não sabe como ele vai ser.”
Os veterinários da Codevida estimam que Bob tenha entre seis e sete anos. “Com certeza, vou sofrer quando ele for embora, mas o tempo que viver com ele vai ser precioso”, admite Mônica, que adotou o cão em abril deste ano.
Fonte: A Tribuna
Foto: Fernanda Luz / A Tribuna
NOTA DA NATUREZA EM FORMA:
Em nosso Centro de Adoção (clique aqui para conferir nosso endereço e telefones), temos atualmente (15 de agosto de 2017) o velhinho Tigrão, que tem cerca de 12 anos, de porte grande. Outros coroas são a Bionda, uma ceguinha de 10 anos, porte pequeno, e o Zen, de oito, porte grande e quase cego. Esses dois, inclusive, já contaram suas histórias aqui no blogue. Clique nos links para conhecê-los melhor - e se apaixonar!
Já a gatinha Eugênia, de um ano, tem distúrbio no labirinto. Em momentos de crise, ela fica com a cabeça viradinha e rodando. É incurável, mas pode estabilizar - principalmente se ela ganhar uma família que lhe dê muito amor!
Tigrão é um adorável senhor de 12 anos (Foto: Natureza em Forma / Divulgação)
Eugênia, de um aninho, tem distúrbio no labirinto (Foto: Natureza em Forma / Divulgação)
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