Para que sejamos bem-vindos



A Veja São Paulo hà uns anos atras publicou uma matéria especial para os donos e amantes de pets. A reportagem mostra a importância de ser um dono consciente e responsável para que o seu animal seja bem-vindo, não somente em estabelecimentos e locais públicos mas também, na sociedade em geral.

São dicas de como o dono deve se comportar para que o cão se comporte. Caso contrário, já para a coleira!

1) Cachorro não é gente. Não nos trate como tal

É claro que um mimo ou outro acaba por ser irresistível, para os donos e para nós. Não há nenhum problema em enfeitar o seu pet ou chamá-lo de "filho", mas desde que se tenha consciência de que nós, os cães, temos necessidades muito diferentes das de um humano. O único ponto em comum é que, assim como as crianças, nós precisamos de limites bem estabelecidos para sermos educados.

2) Imponha limites. Há espaço para um líder: ou ele ou você

Nós, cães, vivemos em matilha. Por isso, a hierarquia é fundamental. Entramos em parafuso quando não entendemos qual posição ocupamos: a de dominantes ou dominados.
Mostre que é você quem manda. Em geral, nós só obedecemos para conseguir o que queremos (como um petisco) ou evitar o que não queremos (uma bronca). Recompense sempre o bom comportamento com biscoitinhos e elogios. E repreenda os erros. Resista às chantagens emocionais que fazemos quando ainda somos filhotes. Temos de saber que há regras a serem respeitadas.

3) Adestre seu bichinho

A lógica é a mesma usada para as crianças: ninguém se educa sozinho. O Alexandre Rossi diz que "O cão precisa ser socializado e civilizado desde filhotinho, e a partir dos 3 meses de idade pode começar a receber os primeiros comandos". Você, como dono, deve participar sempre do trabalho de adestramento que não se restringe a ensinar ao bicho truques engraçadinhos para impressionar visitas. Devemos obedecer a, no mínimo, seis comandos básicos, como "junto", "senta", "deita", "vem", "espera" e "fica". Com essas habilidades, aprendemos a nos comportar diante de outras pessoas, a respeitar ordens e a conviver com estímulos como carro e barulho, por exemplo. Mas atenção: basta um mês de relaxamento e adeus às boas maneiras conquistadas.
4) A calçada é pública, não privada

Ruas não são banheiros a céu aberto para cães, por mais que alguns donos – gente não civilizada, diga-se claramente – insistam nisso. Portanto, não deixe a sujeira do seu cachorro virar armadilha para os pedestres. Recolher o cocô do animal sempre e imediatamente é obrigação prevista em lei e uma questão de saúde pública. Além de tudo, os nossos dejetos podem facilitar a transmissão de doenças.

5) Na rua, só com coleira, guia e focinheira (quando necessária)

Não deixe seu animal sair à rua sozinho e, quando passear com ele, use coleira e guia de condução. Previsto em lei, o cuidado evita problemas para nós, para você e para os outros. Raças como pit bull, rottweiler e mastim napolitano, capazes de ferir e até matar, só podem circular de focinheira e enforcador. A regra vale mesmo para aqueles que, juram os donos, não fazem mal a um mosquito.
Qualquer que seja a raça, procure soltar o seu mascote só em locais cercados e destinados para tal, os chamados "cachorródromos” (como o que eu frequento no Ibirapuera). E, mesmo nesses espaços, não descuide deles. Cadelas no cio, machos dominantes e outras cositas podem provocar brigas feias e inesperadas. Controle bem a guia (o seu cachorro deve andar ao seu lado) e, se outro peludo surgir no caminho, mantenha uma distância segura e evite que os cordões dos dois se embaralhem. Nunca se sabe como vamos reagir….

6) Vai receber visitas?

Este é o único tópico com o qual eu não concordo. A reportagem e a opinião de alguns especialistas em etiqueta diz que, ao receber visitas, a melhor opção é manter o cão preso.
Bom, é verdade que um bom anfitrião deve estar consciente de que seu cãozinho tão fofo pode não ser unanimidade entre amigos e familiares que freqüentam a casa. Mas, diga-se de passagem, não me consta que faça parte das regras de etiqueta impor as suas condições ao visitar a casa alheia. Então, se o seu amigo ou parente possui um pet e você não é lá muito chegado a animais (existe alguém assim??!!!), não vá visitá-lo. Prefira marcar um encontro em local neutro como um bar ou restaurante por exemplo.

7) Levá-los a shoppings e restaurantes?

As opções hoje em dia são imensas. Restaurantes, bares, hotéis e até shoppings já se renderam e nos recebem de braços abertos (às vezes não tão abertos).
Mas, antes de sair por aí com seu cão a tiracolo, tenha certeza absoluta de que ele é bem-educado. Por boa educação entende-se: não latir, não rosnar, não pular nas pessoas, não arrumar encrenca com outros cachorros e não cheirar mal, para ficar no básico. Respeite as regras e ondições dos locais e redobre os cuidados. Locais por onde circula muita gente exigem cães socializados.

8) Respeite as regras do condomínio

Queixas sobre cachorros estão entre as cinco reclamações mais freqüentes de moradores de condomínios. Barulho provocado por latidos, sujeira e mau cheiro nas áreas comuns e no elevador são, nessa ordem, os principais motivos de brigas. Como não há lei específica para essas situações, o que vale é o regulamento de cada edifício. Tente educá-lo para evitar latidos indesejáveis. Playground, jardins, piscina e áreas comuns não são quintal de cachorro, muito menos banheiro. No elevador, de serviço, claro, é educado carregar o cão no colo. Os de grande porte devem ser mantidos na guia e sempre atrás de seus donos, para evitar rosnadas caso entrem outras pessoas.

9) Mantenha o animal bem tratado

Deixar seu bicho cheio de carrapatos, sujo, raivoso e preso é uma agressão e crime de maus tratos. Você pode ser denunciado e punido. Além de tudo, é vergonhoso. Mais que isso: é um direito do cão receber tratamento adequado. Isso inclui registrá-lo no Centro de Controle de Zoonoses – medida prevista em lei – e manter a carteira de vacinação em dia. Procure informações sobre os cuidados básicos de higiene, limpeza e saúde para o seu animailzinho. Zele também pela saúde psicológica dele. Dê atenção, carinho e ambiente adequado ao bichinho. Não o castigue, não o maltrate e evite mantê-lo acorrentado. Ele pode ficar agressivo. A convivência com as pessoas é fundamental para a boa educação. Por isso, o animal precisa sair para ver gente pelo menos uma vez por dia. Se você não tem tempo para isso, contrate os serviços dos passeadores de cachorros, os chamados dogwalkers, ou não leve um cão para sua casa.

10) Guarde para você pérolas como: "Ele é mansinho. Só vai te cheirar"

Ninguém é obrigado a gostar de animais ou ter simpatia pelo cachorro do vizinho. E, infelizmente, existe um monte de gente assim por aí. E, para essas pessoas, é constrangedor ouvir que o cão "não faz nada" ou que "ele vai apenas cheirar a sua perna", como quem fareja um canteiro. Se o seu pet tem cara de anjo, mas é anti-social, agressivo, ciumento ou simplesmente não gosta de interagir com estranhos, avise os que se aproximam dele. Crianças costumam ser mais atrevidas e jamais devem ficar sozinhas com o bicho. Se mesmo assim ele ferir alguém, desdobre-se em cuidados à vítima.

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