Fotografia de natureza é ferramenta importante para estudos da avifauna de Tocantins

Maria-faceira, uma das poucas garças brasileiras a se adaptar a locais úmidos e secos


Biólogo de profissão, Tulio Dornas fotografa a natureza há mais de 10 anos e reúne registros de espécies comuns de Tocantins. “Minha grande motivação é fotografar aves em qualquer lugar dentro do estado, justamente por serem documentos de comprovação da ocorrência dessas espécies na região.”

Muito além do prazer de passarinhar e fotografar espécies, o biólogo encontra nos registros uma maneira importante de documentar a ocorrência dos animais em regiões específicas e, assim, colaborar para os estudos da fauna brasileira. “Tento dar uma importância científica para as minhas fotos, pois são elas que comprovam, junto com as gravações sonoras, a presença de determinadas espécies na área de estudo”, explica Dornas, que se mudou para Palmas (TO) há 13 anos com o objetivo de estudar as aves da região.

“Em função da linha de pesquisa a que tenho me dedicado nos últimos 12 anos, todo registro de uma espécie de ave rara ou desconhecida para o estado de Tocantins tem sido encarado como um destaque. A fotografia se tornou ferramenta indispensável para a documentação dessas descobertas, das características das aves encontradas e dos ambientes que habitam”, diz.

Serra do Lajeado, em Tocantins, é uma área importante de conservação da fauna local


Com um curso rápido de fotografia, o ornitólogo pôde aprender quesitos básicos para um bom registro, como o manuseio da câmera, o uso correto das ferramentas e a noção de luz e sombra. O aprendizado rendeu muitos cliques de destaque, como os da arara-azul e da araponga-do-nordeste, aves que, além de belas, chamam a atenção pela vocalização. “Encontros com as araras-azuis-grandes são sempre especiais. O azul forte e reluzente das penas me chama muito a atenção, assim como a voz e os gritos da espécie, que admiro muito.”

Destacar momentos com a natureza é tarefa difícil para o observador de aves, que em 2010 chegou a ficar 120 dias seguidos em campo registrando e observando as espécies, mas o biólogo não deixa de lembrar os encontros com o pica-pau-do-parnaíba, a tiriba-do-paranã, o anambé-preto e o jacamim-do-xingu. “Lembro-me da primeira vez que fotografei essas espécies. Além da beleza, os registros acompanhavam um contexto ornitológico e ecológico muito relevante, já que eram espécies que dependiam, e ainda dependem, de ações de conservação, sobretudo nos limites do Tocantins”, explica.

Cliques de aves nunca antes fotografadas em Tocantins ou registradas raríssimas vezes também marcam o caminho de Dornas pela fotografia de natureza. “Quando você registra uma espécie nessas condições, há uma sensação gostosa de dever cumprido, de que valeu todo o esforço e dedicação. Esses registros documentam e testemunham a ocorrência da ave na região, situação que pode envolver mais ornitólogos e observadores, podendo também incentivar ações de conservação dos animais.”

Indivíduos híbridos do cardeal-da-amazônia e cardeal-do-araguaia 
ocorrem exclusivamente no Parque Estadual do Cantão


O pica-pau-do-parnaíba é uma ave ameaçada de extinção


Tesoura-do-brejo sobrevoa o banhado a baixa altura para caçar insetos


Beija-flor-de-papo-branco foi clicado pelo fotógrafo em passagem pela Argentina 


A rolinha-vaqueira come grãos, sementes, frutas e vegetais


O bacurau-da-praia realiza deslocamentos coletivos ao pôr do sol no período reprodutivo


Anu-preto vive em bando e fêmeas da espécie constroem ninho comunitário 



Fonte: G1 

Fotos: Tulio Dornas

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