Por Paulo Furstenau*
Os tumores de mama são as neoplasias mais comuns entre as cadelas, podendo também acometer as gatas.
Em cadelas, os tumores mamários correspondem a aproximadamente 50% das neoplasias e são detectados em animais de meia-idade e idosos, geralmente entre os sete e 10 anos de vida, não havendo predisposição racial. Nas gatas, representam o terceiro tipo de neoplasia mais frequente, sendo, em geral, diagnosticados por volta dos oito aos 13 anos.
A grande maioria dos tumores de mama tem origem hormonal. Pesquisas comprovam que, em cadelas castradas antes do primeiro cio, o risco de desenvolver uma neoplasia mamária é de 0,5%. Quando a castração é realizada após o primeiro cio, o risco sobe para 8% e, caso a castração seja realizada após o segundo cio, a chance de a cadela apresentar algum tumor de mama é de 26%. Tanto para cadelas quanto para gatas, a cirurgia de castração não elimina 100% a possibilidade do desenvolvimento de tumores de mama, porém, reduz significativamente seu surgimento.
Podemos encontrar diferentes tipos de tumores mamários em um mesmo animal, pois mais de uma mama pode ser acometida pelo desenvolvimento de uma neoplasia, portanto, esse animal pode ter tumores malignos e benignos. Em geral, os tumores de mama tendem a ser malignos, principalmente nas gatas.
A cirurgia de castração antes do primeiro cio é atualmente o melhor método preventivo para tumores mamários em cadelas e gatas. O uso de anticoncepcionais é extremamente perigoso e contraindicado para tais espécies, podendo favorecer o surgimento desse tipo de tumor.
O tratamento consiste na cirurgia para remoção completa do tumor mais a cadeia mamária e linfonodo sentinela do lado acometido. Quando o animal apresenta tumores em ambos os lados, são indicadas duas intervenções cirúrgicas, primeiro removendo-se um lado da cadeia mamária e, após a cicatrização, retirando-se o outro. O tumor é enviado para análise histopatológica (biópsia) e, a partir do resultado que irá definir se o tumor é maligno ou benigno, é definido o protocolo quimioterápico (para tumores malignos) e pode então ser feita a avaliação do prognóstico da paciente.
*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma
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