Beija-flor-de-bochecha-azul clicado em Resende (RJ)
(Foto: Luiz Carlos da Costa Ribenboim)
Eles medem entre seis e 20 centímetros, pesam menos de 10 gramas e têm um coração gigante. Essas primeiras informações são mínimas, se comparadas com a grandeza desses seres que parecem ter luz própria. São os beija-flores, também conhecidos no Brasil como colibris ou cuitelinhos.
As espécies de beija-flores são emblemáticas e com características únicas: vivem exclusivamente nas Américas, sendo encontradas desde o Alasca à Terra do Fogo. Destaque aos países andinos tropicais, como Equador e Colômbia, que abrigam uma diversidade de beija-flores superior ao número encontrado no Brasil.
De acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), existem atualmente no País 84 espécies de beija-flores. Um valor significativo e agora registrado nas páginas do livro Beija-Flores do Brasil, produzido por Luiz Carlos da Costa Ribenboim, Vitor de Queiroz Piacentini, Edson Endrigo e mais de 30 amigos passarinheiros.
Beija-flor-vermelho foi registrado na Chapada Diamantina (BA)
(Foto: Luiz Carlos da Costa Ribenboim)
A obra reúne fotos e informações de todas as espécies de colibris existentes no Brasil e é o primeiro exemplar dedicado a essas joias vivas. Além das imagens e textos, as páginas são compostas por mapas especiais.
“Todos os mapas foram refeitos para incorporar o que há de mais atual no conhecimento da distribuição geográfica das espécies. São os mapas mais precisos já feitos para os beija-flores brasileiros”, afirma o biólogo e coordenador do CBRO, Vitor Piacentini.
A ideia da publicação surgiu com Luiz Carlos da Costa Ribenboim, fotógrafo amador apaixonado pela natureza. “Há pelo menos oito anos eu já queria fazer um livro, mas nunca tive a ideia de fazê-lo só com as minhas fotos”, diz o fotógrafo, que calcula ter contribuído com cerca de 25% das imagens do livro. “Meu prazer é oferecer um espaço para a comunidade colaborar e colocar suas fotos.”
Alguns registros de Ribenboim foram feitos neste ano. Outras imagens fazem parte do acervo que mantém desde que se iniciou na fotografia. O fotógrafo percorreu ao menos 12 lugares diferentes do País para conseguir registros de algumas das estrelas do livro.
Bandeirinha se destaca pela cauda característica
(Foto: Luiz Carlos da Costa Ribenboim)
Muitas barreiras foram quebradas pelo observador graças à fascinação pelas aves cintilantes. “Meu maior desafio foi obter uma boa foto do beija-flor-de-gravata-verde, endêmico do lado mineiro da Cadeia do Espinhaço”, lembra Ribenboim. “O local onde há certeza de encontrá-lo requer uma caminhada de dois quilômetros. Vale mencionar que eu tive poliomielite quando criança e para mim não é fácil chegar ao ponto onde o beija-flor está, mas, com a ajuda do Eduardo Franco e do Rafael Fortes, eu consegui em três ocasiões.”
As belezas e os brilhos de espécies como o beija-flor-vermelho, bico-reto-azul e brilhante-veludo encantam e enchem de vida o voo do leitor pelas páginas do livro.
São diversas espécies para descobrir, admirar e conhecer. Destaque também para o rabo-branco-de-margarette, espécie ameaçada da Mata Atlântica.
“Ao levar conhecimento sobre as espécies, suas características, onde ocorrem, o livro chama atenção para a diversidade existente em nosso país e faz com que as pessoas se interessem por preservar as aves que ocorrem em sua região”, afirma Piacentini.
Livro reúne 84 espécies de beija-flores (Foto: Divulgação)
Fonte: G1
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