10 sinais de dor em gatos


Costumamos pensar que os gatos são animais muito resistentes. Muitos de nós quase lhes atribuímos poderes sobrenaturais, como dizer que eles têm sete vidas, no entanto, a realidade é muito diferente: os gatos são mestres na arte de dissimular os sinais de dor. Por essa peculiaridade, é difícil perceber que os felinos estão sofrendo.

Este texto pretende orientar a hora de reconhecer a dor nos gatos, embora como em todos os animais, sempre irá variar de gato para gato. 

Sinais de dor associados com a artrose

Uma das principais causas de dor nos gatos é a artrose, uma patologia que, como acontece com os humanos, consiste em um desgaste da cartilagem articular. Caso o gato a tenha, mostrará os seguintes sinais de dor:

1. Relutância ao movimento (não querer se mover)

Muitos gatos que se encontram doloridos por problemas musculares e esqueléticos evitam, na medida do possível, se mover. Mas, com determinada idade, a tendência a se moverem o suficiente pode estar indicando que o gato sofra de artrose e não que esteja apático. Ao contrário dos gatos, os cachorros "nos falam" sobre isso durante os passeios, momento em que fica em evidência qualquer desconforto ao caminhar. Os gatos optam por suprimir o que lhes produz dor, não subindo para seu móvel favorito, por exemplo, e limitam seu vaguear cotidiano.

2. Deposições fora da caixa de areia 

Quem trata de forma habitual com gatos associa isso a um castigo perante nossa ausência ou mudança de móveis, por exemplo. Mas, por vezes, o felino não consegue ter acesso à caixa de areia devido às dores. É por isso que uma revisão física do gato é imprescindível, antes de pensar que ele mudou seu comportamento só porque quis.

3. Prolongamento dos tempos de descanso

O último dos sinais de dor em gatos relacionados com a artrose é eles se acomodarem longos períodos de tempo em suas camas. É habitual não darmos importância ao tema se temos gatos idosos, porque pensamos que já têm uma certa idade e que sempre gostaram muito de tirar seus cochilos. É importante realçar que eles passam entre 14 e 16 horas diárias descansando, mas se o fazem em momentos que não faziam antes pode se tratar de um sinal de dor.

Como saber se o gato tem dor por artrose?

Podemos saber isso principalmente observando seu comportamento atual e avaliando se mudou alguma coisa - dessa forma, consegue-se obter muitas pistas. Por exemplo, se o gato costumava saltar para a mesa assim que via comida, saltar para o arranhador ou correr todas as noites pela casa um bom tempo e agora fica um período sem o fazer, será o momento de recorrer a uma revisão veterinária.

Falta de asseio e de marcar território

Quando um gato sente algum desconforto, uma das rotinas diárias que mais se vê afetada é, sem dúvida, sua higiene. No entanto, não é a única coisa a que temos de prestar atenção para averiguar se o gato tem algum tipo de dor.

4. Falta de asseio

Existem gatos mais meticulosos que outros em sua higiene diária, mas se nosso gato costumava passar um certo tempo se limpando e ultimamente anda meio descuidado nesse aspeto, pode ser um sinal de mal-estar. O pelo fica pouco lustroso, eriçado e até um pouco áspero.

5. Não marcação de território

Marcar território diariamente, como afiar as unhas e esfregar as mandíbulas, é um dos hábitos que se pode ver afetado ou suprimido caso o gato sinta alguma dor.

Outros sinais

6. Protrusão da membrana nictitante (membrana branca no olho)


Gatos e cachorros têm uma membrana esbranquiçada que podemos chamar de "terceira pálpebra", embora seu nome seja membrana nictitante. Em condições normais, não se vê, mas quando o gato se encontra apático, dolorido ou febril, podemos vê-la no felino com os olhos abertos, sendo esse sintoma claro sinal de que algo não está bem.

7. Sialorreia (excesso de saliva)


Muitas vezes, a dor nos gatos está relacionada com alterações na boca e, embora o felino mantenha uma atitude mais ou menos normal e se interesse pela comida, fica impossível para ele deglutir. Isso provoca a saída constante de saliva e idas constantes ao comedouro, embora ele não consiga se alimentar corretamente.

8. Agressividade

Também pode ser comum em problemas de comportamento ou estresse, mas alguns gatos reagem de forma agressiva diante de certos estímulos como sinal de dor (por exemplo, um carinho), manifestando comportamentos que parecem de ataque.

Se o gato costumava ser carinhoso e dócil e agora tem uma atitude arisca quando você tenta interagir com ele, vá ao veterinário para descartar qualquer problema de saúde.

9. Vocalização excessiva

Existem gatos mais "faladores" - por exemplo, os siameses -, mas se o gato mia com mais frequência que o normal e sem motivo aparente, poderá ser um alerta de que alguma coisa está acontecendo. Costuma ser mais um sinal de dor emocional, mas em algumas ocasiões pode estar relacionado com a dor física.

10. Posturas antiálgicas (posições que diminuem a dor)


Não é exclusivo dos cachorros, embora seja neles e em outros animais que as costumamos ver. Gatos são mais discretos em tudo o que se refere a manifestar sinais de dor, mas quando esta atinge mais intensidade, podemos encontrar o gato curvado ou, pelo contrário, esticado com as patas dianteiras como se fosse um despertar contínuo. Tal como quando nós sentimos cãibras no abdômen tendemos a nos encolher, podemos encontrar o felino adotando as mesmas posições. Costumam ser dores viscerais e as alterações nesse caso costumam ser notadas antes que o felino tenha que adotar essas posturas.

A palavra final é do veterinário

Esses detalhes fáceis de observar podem ajudar a identificar os sinais de dor no gato. Como sempre, cada gato é um mundo, e do mesmo modo que não há humanos iguais, não há duas formas iguais de manifestação de dores nos felinos nem em qualquer outro ser.

Com esses breves conselhos e dos dados que podem ser obtidos no dia a dia (falta de apetite, problema para urinar etc.), o veterinário poderá definir os exames oportunos de modo a poder aliviar a dor no gato.


Fotos: Pinterest


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Reforçamos que essas dicas são interessantes, mas não são conclusivas. São sinais para que o tutor fique alerta e leve seu gato ao veterinário, que é quem examinará o felino e descobrir se realmente há algo errado com ele. E, em caso positivo, definir o tratamento adequado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário