Premiado em festivais internacionais, o curta-metragem Para Onde Foram as Andorinhas? coloca em cena os índios do Parque Indígena do Xingu e mostra como as mudanças climáticas têm afetado suas vidas.
Produzido em parceria pelo Instituto Socioambiental (ISA) e Instituto Catitu para ser exibido durante a Conferência do Clima de Paris (COP-21), o filme teve pré-lançamento em 16 de agosto de 2016, em evento no Cinesala, em São Paulo, e já está disponível na internet.
Produzido em parceria pelo Instituto Socioambiental (ISA) e Instituto Catitu para ser exibido durante a Conferência do Clima de Paris (COP-21), o filme teve pré-lançamento em 16 de agosto de 2016, em evento no Cinesala, em São Paulo, e já está disponível na internet.
Apresentado e aplaudido também em eventos paralelos à Conferência Oficial e na Zona de Ação Climática, espaço da militância da sociedade civil, em Paris, os debates tiveram expressiva participação do público.
Com roteiro de Paulo Junqueira, do ISA, e Mari Corrêa, do Instituto Catitu, que também é a diretora, o filme mostra de forma sensível como os povos que habitam o Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, estão percebendo e sentindo em seu dia a dia os impactos das mudanças do clima em sua base alimentar, seus sistemas de orientação no tempo, sua cultura material e seus rituais. Eles estão preocupados com o futuro de seus netos, das novas gerações - com o mundo que vão deixar de herança para eles.
Hoje, no Parque Indígena do Xingu, vivem 6.500 índios de 16 povos diferentes, que, com seu tradicional sistema de manejo do território, garantem a preservação das florestas. Entretanto, no entorno do Parque, a realidade é outra: com 86% das florestas convertidas principalmente em soja, milho e pasto, os últimos 30 anos foram de devastação ambiental, e as consequências no clima, nos animais e na agricultura estão sendo sentidas pelos índios.
Cigarras não cantam mais. Borboletas e andorinhas sumiram
Os sinais estão por toda parte. As cigarras não cantam mais anunciando que a chuva está por vir. Também desapareceram as andorinhas que voavam em bandos para anunciar o início das chuvas. As borboletas, que visitavam as aldeias avisando que o rio ia começar a secar, sumiram. São alguns exemplos do que está acontecendo. Antigamente não era assim, eles dizem. Mas o aumento do calor, a falta de chuvas, o desmatamento no entorno do Parque e até a construção de barragens são apontados como causas dessas mudanças. O fogo, antes restrito à roça, hoje se alastra com muita facilidade, atingindo grandes áreas do Parque, exigindo que os índios se mobilizem e adotem novas técnicas e equipamentos para controlá-lo.
O calor intenso também está matando as frutas, e alimentos que fazem parte da culinária dos povos xinguanos estão desaparecendo, como algumas espécies de mandioca e batata. Até os pés de pequi, fonte de alimento e fundamental no ritual da furação de orelhas dos waurá, estão sendo atacados por pragas que os xinguanos não conheciam. Preocupados, eles acreditam que vão passar fome no futuro, porque as plantações não vão resistir. E temem que as futuras gerações tenham de depender da comida dos brancos.
Assista ao filme aqui.
Fonte: Instituto Socioambiental
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