A chegada da estação mais florida do ano deixa tudo mais colorido a nossa volta. Tanta beleza, porém, esconde alguns perigos para os animais domésticos. Na primavera, os riscos de intoxicação pela ingestão de plantas são a principal ameaça para cães e gatos que também sofrem com alergias provocadas pelo contato com a grama e pelo pólen das flores. É nessa época que ocorre o maior número de casos de esporotricose, principalmente em gatos.
A micose altamente contagiosa é transmitida por fungos e se adquire através de lesões feitas por galhos de árvore, farpas de madeira ou espinhos de plantas. Com o calor da estação, os animais saem mais às ruas, onde podem se ferir e contrair a doença por meio de arranhões e mordidas de animais infectados que acontecem em brigas na disputa pela fêmea. Na Clínica Veterinária e Pet Shop Univet, na Barra da Tijuca, os casos de esporotricose aumentam 50%, segundo o veterinário Roberto Teixeira.
Segundo o especialista, os filhotes são as maiores vítimas das intoxicações. “A maioria dos acidentes acontece dentro de casa, principalmente entre os filhotes que estão descobrindo o mundo pela boca, mordendo tudo o que veem pela frente. Por isso, os donos devem evitar plantas tóxicas em casa e, ao primeiro sinal, levá-lo o mais depressa possível ao veterinário”, orienta. Para agilizar o tratamento, o ideal é que os donos levem, quando possível, a planta ingerida pelo animal.
Os sintomas são vômito em abundância, salivação intensa, diarreia e tontura. Nos casos mais graves, o animal tem convulsões que podem levá-lo à morte. O veterinário explica que os tutores não devem tentar tratar em casa. “Dar água, leite ou chá é lenda. Não funciona e só atrapalha. Quanto mais rápido o veterinário iniciar o tratamento, com lavagem gástrica, maiores as chances de cura”, diz.
Calor e ataque de insetos e de animais em passeios são riscos
Quem tem um pet deve tomar muito cuidado com as plantas da casa. Algumas são altamente tóxicas se forem ingeridas pelo animal. Outras podem provocar alergias pelo simples contato com a pele. As mais comuns são: antúrio, azálea, babosa, banana-de-macaco, bico de papagaio, comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, coroa-de-cristo, costela-de-Adão, dedaleira, erva-moura, espirradeira, folha-da-fortuna, hera, hortência, lírio, lírio-da-paz, mamona, espada-de-são-jorge, entre outros.
A ingestão de flores como o lírio leva à alterações neurológicas e até falência renal aguda. Os principais sintomas são vômitos, depressão, letargia e anorexia.
Não são só as plantas que oferecem riscos aos animais. Durante a primavera, é comum cães ficarem com o focinho cheio de espinhos ao tentar morder filhotes de ouriços que, nesta época, estão saindo da toca. “Não dá nenhuma reação alérgica, mas é um sofrimento para os cães. Eles têm que tomar anestesia para a retirada dos espinhos”, diz o veterinário Roberto Teixeira.
Outro problema frequente com a chegada da primavera é o ataque de abelhas e marimbondos, durante passeios em parques. Se isso acontecer, explica o veterinário, é preciso socorrer às pressas o animal para tomar corticóides. “Alguns animais sofrem alergia que provoca inchaço das áreas atingidas, como pescoço e boca. Se não forem atendidos, pode ocorrer o fechamento da glote e ele para de respirar”, alerta o especialista, que aconselha a evitar os horários mais quentes para levar os cães para passear.
Fonte: Jornal O Dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário