ONG Repórter Brasil denuncia tratamento dos animais em fazendas que fornecem para a Friboi


A JBS-Friboi, empresa que mais mata animais no mundo, mantém uma área em seu site oficial para falar sobre "bem-estar animal" *. A empresa garante que todos os animais abatidos para a produção de carne têm seu sofrimento minimizado ao máximo (confira aqui).

A empresa também mantém um site chamado “Confiança Desde a Origem”, em que é possível rastrear de onde vem a carne vendida no supermercado por meio de um código na embalagem. O site dá as coordenadas geográficas das fazendas que criam os animais e, posteriormente, vendem para a JBS-Friboi matar.

Para um primoroso trabalho que levou meses para ser concluído, a ONG Repórter Brasil percorreu mais de 5.000 km em quatro estados brasileiros. Um dos objetivos da viagem – feita com a ajuda de aparelhos de GPS e dos dados fornecidos pela empresa – foi averiguar como o gado é tratado nas fazendas divulgadas pela própria JBS-Friboi como fornecedoras de animais.

A JBS afirma que “são adotados rígidos padrões de transporte e manejo correto dos animais” em sua cadeia produtiva, mas a equipe da reportagem encontrou exatamente o oposto. Filhotes sendo arrastados com cordas no pescoço e tendo seus rostos queimados com ferro quente, bois levando choques elétricos seguidos, tapas, chutes e outros maus-tratos. A violência no manejo, muito antes do assassinato no matadouro, é constante.

Não há produto de origem animal sem sofrimento e exploração. As imagens que você vê abaixo aconteceram no Brasil em algumas das fazendas que fornecem para a empresa mais famosa, a que está sempre na mídia. Portanto, esse é o modelo, o "melhor" do que é praticado na pecuária.

Vale ressaltar que a ONG Repórter Brasil não é uma organização vegana ou focada em animais - o principal objetivo de seus ativistas é verificar direitos trabalhistas e problemas socioambientais. O tratamento dado aos animais foi apenas um dos problemas graves encontrados pela equipe. O caso completo, que inclui acidentes graves, jornadas diárias de até 20 horas e baixa remuneração relatados por empregados da JBS-Friboi e fornecedores, além de falta de assistência médica a funcionários não só da Friboi, mas também da Sadia e Marfrig, entre outras barbaridades contra os animais e seres humanos, pode ser conferido em www.reporterbrasil.org.br/boi.





Fonte: Vista-se


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

* 1. "Nós descobrimos que as fazendas não cumprem as regras da JBS nem as recomendações do Ministério da Agricultura sobre o bem-estar animal." E aqui, nós, da Natureza em Forma, fazemos uma importante ressalva. "Bem-estar animal" é uma falácia criada pela indústria da carne para justificar seus crimes contra bois, galinhas, porcos e todos os animais que exploram. Segundo a indústria, os animais supostamente têm uma vida digna até que chegue o inevitável momento do - e eis um termo absurdo, também cunhado por pecuaristas, avicultores e outros assassinos - "abate humanitário". 

Recomendamos fortemente que você assista ao documentário A Carne É Fraca, produzido pelo Instituto Nina Rosa, que mostra a rotina de alguns matadouros e granjas que praticam o tal "abate humanitário". Veja o filme, conheça como é feito o "abate humanitário" e imagine como deve ser (a vida e) a morte em matadouros e granjas não humanitários. 

Consideramos o trabalho da Repórter Brasil sobre a Friboi de grande importância para mostrar a realidade por trás do bife que a maioria das pessoas come sem refletir sobre o que um ser vivo passou. Mas, repetimos, bem-estarismo é um argumento totalmente furado para justificar crimes e fazer o consumidor de carne acreditar que as vaquinhas, galinhas e porquinhos têm uma vida cheia de mimos antes de morrer em paz.

"Para o Ministério da Agricultura, os bezerros não devem ser jogados no chão nem tratados com violência. (...) A prática [de marcar os bois com ferro quente] é desaconselhada pelo Ministério da Agricultura e, quando necessária, pelo menos os olhos dos animais deveriam ser protegidos. As marcações não deveriam acontecer com os animais agitados. (...) Para o Ministério da Agricultura, o choque só deveria ser usado em último caso."

Não é óbvio que nenhuma criatura deva ser jogada no chão nem tratada com violência, especialmente bebês? Você acha que marcação com ferro quente em algum momento pode ser "necessária"? Que não deveria acontecer apenas com os animais "agitados"? E que o choque deveria ser usado em "último caso"? 

Em NENHUM caso, choque, ferro quente, chutes, pauladas ou qualquer tipo de violência deve ser usado com nenhum animal. Bem-estar animal é deixar os bichos viverem livres, sem dor, sem medo, em paz com suas famílias (sim, os animais têm famílias e as prezam tanto quanto você) - e essa definitivamente não é a realidade de nenhuma empresa que cria animais visando ao lucro com sua carne, leite, ovos. E se você acha que apenas os cachorros e gatos têm direito ao verdadeiro bem-estar, recomendamos também a leitura de uma matéria nossa aqui no blogue: Qual a diferença?

2. Imagens como as que você viu no vídeo da Repórter Brasil se repetem diariamente em todo o Brasil e todo o mundo. Se você se incomodou com o que viu, saiba que pode fazer a sua parte. Animais não são alimento, nenhum deles. Eles não são comida nem escravos dos humanos. Sentem como todos nós e por isso merecem a vida e a liberdade. A alimentação vegetariana estrita, sem carne de qualquer tipo ou derivados (laticínios, ovos, mel), já está provada como sendo a mais saudável para os humanos. Quem opta pelo veganismo (que engloba não somente a dieta vegetariana estrita, como também o não uso de roupas e acessórios de couro, lã, pele e seda, assim como o boicote a "atrações" que exploram os animais, como zoológicos, circos e aquários, e a empresas que fazem testes em animais) está fazendo um bem pelos animais e para sua própria saúde e vida. E não é difícil nem caro. Quer uma ajuda para começar a parar de comer carne? O primeiro passo é a informação. Aprenda com quem já vive esse estilo de vida: pergunte, pesquise. Use as redes sociais para expandir seu conhecimento sobre vários assuntos, inclusive esse, que é vital para você e um imensurável número de vidas inocentes. Há diversos grupos sobre o tema no Facebook. Listamos abaixo alguns deles:

VegAjuda - Veganismo disponibiliza um tópico fixo com uma lista de produtos (não só para alimentação) livres de crueldade animal e oferece sempre diversas dicas para iniciantes e "veteranos";

Veganismo é um dos maiores grupos sobre o tema no Facebook, com quase 50 mil membros sempre compartilhando experiências e tirando dúvidas; 

Veganismo Popular e Veganos Pobres Brasil desmitificam a ideia de que veganismo é caro. É perfeitamente viável seguir uma alimentação diária sem crueldade animal e sem maltratar o bolso;

Musculação Vegana é voltado para os praticantes de atividades físicas. Nele, você pode ver como é preconceituosa e errada a ideia que algumas pessoas tentam propagar, de que vegetarianos estritos são fracos fisicamente (muito pelo contrário, são mais fortes e saudáveis). O grupo oferece diversas dicas de alimentação e suplementação vegana.

Existem diversos sites e blogues com deliciosas receitas veganas (além dos tradicionais livros de receitas), simples e baratas de fazer. Clique aqui para conhecer uma lista deles!

Já a Revista dos Vegetarianos é uma publicação mensal (impressa e on-line) com excelente conteúdo que vai bem além de receitas, focando a saúde como um todo.

Mapa Vegano lista diversos estabelecimentos em todo o Brasil, abrangendo produtos e serviços de alimentos e bebidas, higiene e beleza, roupas e acessórios, ONGs e outros. 

Informe-se sempre! Aqui mesmo em nosso blogue, publicamos diariamente matérias sobre veganismo x indústria da carne (e do leite, ovos etc.). Leia também em outras fontes, converse com outros veganos e vegetarianos (mesmo que você não conheça pessoalmente, como nos grupos indicados acima) e veja de que lado é o certo ficar. Mas já saiba desde o começo que abraçar o veganismo é uma mudança e tanto, que fará um imenso bem para você, para os animais e para o planeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário