O que é esporotricose?


Você sabe o que é a esporotricose? Sabe aquela ferida com aparência de queimadura que parece não sarar nunca? Ela pode ser mais complexa do que aparenta. Considerada pelos especialistas como uma epidemia no estado do Rio de Janeiro, a doença atinge humanos e animais domésticos, principalmente cães e gatos. Desenvolvida por um fungo (Sporothrix schenckii) encontrado na terra, a esporotricose pode causar feridas na pele, úlceras, ínguas e febre alta, entre outras complicações.

A doença é hoje uma das grandes preocupações dos veterinários quando o assunto é saúde pública. Isso porque o animal pode ser contaminado e, no contato com o bichinho, toda a família pode ser atingida. “Era conhecida no passado como doença de jardineiro, porque era quem tinha contato direto com a terra. Ela pode ser contraída através de pequenas feridas ou qualquer corte na pele. Vale ressaltar que gatos e cachorros não têm culpa de propagar o fungo. Eles são tão vítimas quanto os seres humanos”, destaca a veterinária Francia Rosana Felix.

De acordo com a médica veterinária, basta um único contato com o fungo para o animal contrair a doença. Após manifestar a primeira ferida, é preciso uma ação rápida para que o bicho não apresente os machucados em outras partes do corpo. O tratamento não é simples, exige tempo e diversos medicamentos, porém, a especialista ressalta que tem cura, só é preciso acompanhamento de um profissional. "Muitas pessoas fazem eutanásia nos animais por achar que não tem cura, mas tem sim. O tratamento é demorado, mas é preciso ter paciência para que o animal consiga vencer a doença", acrescenta.

A gatinha Julie, de cerca de dois anos, foi uma vítima da doença. ‘Filha’ da fotógrafa Thaiane Nunes, de 24 anos, ela contraiu a esporotricose durante seu primeiro cio, após fugir* e cruzar com um gato da vizinhança. Assim que teve os filhotinhos, a gata passou a ficar com o olho direito inchado e lacrimejar muito. “Fiquei preocupada com o olhinho dela e a levei em um veterinário. Mas ele não diagnosticou a esporotricose e passou uns remédios. Só que a medicação agravou ainda mais o problema, ela teve falta de ar e ficou mais inchada. Suspendi os remédios e busquei ajuda com outro médico”, explica.

A doença só foi descoberta no terceiro veterinário, que marcou uma biópsia e realizou a cultura para fungos. Foram 90 dias de tratamento com remédios, mas as feridas logo sararam. E, diferente de outros casos, ninguém da casa foi contaminado, nem mesmo a ‘irmã’ Kate, uma gatinha de um ano. “A medicação é cara e o tratamento demora, mas sempre acreditei que ela ia melhorar. Nem eu e meu marido, ou a Kate, fomos contaminados. E elas vivem se arranhando pela casa. Mesmo assim, nunca tive medo de contrair a doença, só queria que ela melhorasse logo”, conclui Thaiane.


Foto: Cristina Cabral


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

*1. Aqui lembramos mais uma vez a importância da castração e da colocação de telas nas janelas das residências dos tutores de gatos. Gatos castrados não irão fugir e, consequentemente, não contrairão esporotricose. Mas atenção: a castração não invalida a colocação da tela, pois esta tem como função a segurança geral do gato, inclusive contra quedas para aqueles que vivem em apartamento; a castração irá impedir que o gato que more em casa fuja em um momento de distração do tutor, como uma porta aberta no momento de receber uma visita. 

Em nosso Centro Cirúrgico, fazemos castração a preços solidários. Para mais informações, ligue para nós ou mande um e-mail: (11) 3151-2536 / 3151-4885 / 7766-1559 (Nextel) / contato@naturezaemforma.org.br. 

Para saber mais sobre castração, inclusive se informar sobre outros locais que realizam o procedimento no Brasil, clique aqui.

2. O fungo transmissor da esporotricose se desenvolve na terra, umidade, entulhos etc., sendo esta uma doença também relacionada à saúde ambiental.

3. Além de cães e gatos, a esporotricose pode acometer outros animais domésticos, como coelhos e chinchilas.

4. Quanto ao custo e tempo de tratamento citados na matéria acima, isso irá depender de cada caso. Ressaltamos que, mesmo depois do desaparecimento dos sintomas, o tratamento deve continuar por mais um tempo, pois o fungo ainda fica ativo. A cura total só pode ser confirmada se, após um mês sem nenhuma lesão, não aparecerem mais pequenos focos.

5. A esporotricose também pode ser tratada com homeopatia. Nós temos veterinários homeopatas - se seu peludo contrair a doença, agende uma consulta conosco!

6. A foto usada para ilustrar a matéria acima é um exemplo de um caso da doença e as informações no texto são para que você saiba que a doença existe e fique alerta. Em caso de suspeita dessa ou qualquer outra doença em seu animal, você deve levá-lo ao veterinário, que é quem definirá o diagnóstico e estabelecerá o tratamento apropriado. 

7. Sim, animais podem ficar doentes e precisam ser cuidados de forma adequada. Tenha sempre isso em mente antes de adotar qualquer bicho. Se achar que dá muito trabalho, nem adote, pois o mundo não precisa de mais animais abandonados por estarem doentes, velhos, por serem bagunceiros, porque o tutor vai se mudar etc. etc. nem eutanasiados desnecessariamente. Adotar uma vida envolve responsabilidade sobre ela até o final. Se você não estiver disposto a isso, não adote qualquer animal, pois certamente há outras pessoas responsáveis e realmente amorosas para cuidar de quem precisa de um verdadeiro lar.

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