"Eu achei ele dentro de uma caixinha de sapato embaixo de um condomínio, ele era pequenininho. Fui dormir, peguei a caixinha e ele estava lá. Ele mudou bastante coisa na minha vida. Eu usava crack e agora estou só na cocaína. Parei o crack por causa dele.
Meu nome é Laufa, eu era jardineiro. Tinha uma firma de paisagismo. Daí, saí de casa, fui morar no centro. Uma coisa foi puxando a outra, até chegar nessa situação. Quando o Capitão chegou na minha vida, eu estava bem mal. Estava procurando uma guarita para me esconder da chuva. Na hora, ele deitou em cima do meu braço e até hoje ele deita desse jeito. Ele significa paz, carinho. Ele me entende. Significa esperança também.
Quando penso em usar droga, eu vou, chamo ele, mas ele fica sentado. Parece que sente. Um dia, bateu abstinência, chamei ele e ele não veio. Foi uma cena, não tem como explicar... Parece que ele já sabia. Estava querendo que eu não fosse. Eu não ia sem ele. Eu não largo ele. Dói...
Quando penso em usar droga, eu vou, chamo ele, mas ele fica sentado. Parece que sente. Um dia, bateu abstinência, chamei ele e ele não veio. Foi uma cena, não tem como explicar... Parece que ele já sabia. Estava querendo que eu não fosse. Eu não ia sem ele. Eu não largo ele. Dói...
Um dia, vou levantar, ter minha firma de novo. Eu e meu cachorro, o Capitão."
Fonte e foto: SP Invisível
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