Cães e gatos idosos precisam de cuidados especiais para ter velhice de qualidade


O segredo para garantir uma vida longa para seu amigo peludo, segundo o veterinário Rafael Justa de Oliveira, começa quando ele ainda é filhote. O primeiro passo, informa, é não separá-lo da mãe antes dos 30 dias de vida, pois “toda a imunidade vem do leite materno”. E também “vacinar e vermifugar nas épocas corretas”, respeitando os intervalos entre as doses. 

Ele lembra que as doenças na terceira idade variam de acordo com raça, tamanho e cuidado que o tutor teve durante toda a vida. Problemas oculares (como catarata), ósseos e articulares são mais comuns. “É preciso levar isso em consideração antes de adotar um animal. Cães idosos, assim como os humanos, necessitam de atenção e cuidado maior”, finaliza Oliveira.

Dedicação e amor

Cissa tem 14 anos e cinco meses. Por conta da idade, é cardíaca e diabética, está cega, fez cirurgia para retirada de nódulos (câncer), sofre de artrose e alergia atópica, entre outros problemas de saúde. A cachorra tem a pressão arterial aferida a cada 10 dias, vai ao veterinário mensalmente e é submetida a uma bateria de exames a cada três meses. Anualmente, passa por avaliação cardiológica.

“Apesar de todos os problemas de saúde, ela está bem e com boa qualidade de vida, sem dores. Faz todas as refeições, caminha sozinha e faz as necessidades básicas. Toda a dedicação e cuidados são recompensados quando a vemos ter uma vida tranquila e feliz”, diz a química Kátia Maria Farias da Costa. “Ela deu e continua nos dando muito amor. Cuidar dela é o mínimo que podemos fazer”, completa.

A cadelinha também toma cinco medicamentos diariamente, uma vitamina e recebe aplicação de colírios nos olhos de duas em duas horas. Cissa come apenas ração para cachorros diabéticos - sempre no mesmo horário, por causa da insulina - e faz acupuntura uma vez por semana. Ela também toma banho com xampu medicamentoso semanalmente. Mesmo com todo esse trabalho, a tutora nunca pensou em abandonar a idosa de quatro patas.

“Eles são indefesos é só querem dar amor sem receber nada em troca”, ressalta a química, ao incentivar outras famílias a fazer o mesmo. “Não abandone seu animal de estimação, seja por doença, seja por velhice. É exatamente nesses momentos que ele mais precisa de você. O amor e a dedicação que você der serão sentimentos que te fazem uma pessoa melhor, mais humana”, finaliza.

Cuidados na terceira idade

Com a imunidade baixa, os animais idosos ficam suscetíveis às doenças e os órgãos vão se debilitando. É preciso atenção especial aos rins, coração e pulmão. Deve-se fazer check-up de seis em seis meses, sem esquecer as vacinas anuais.

Alguns podem apresentar disfunções cognitivas e ter dificuldades de fazer as necessidades no lugar certo, e não devem ser punidos por isso.

Artrites/artroses tornam atos simples, como estar deitado e levantar, motivos de grande dor. Além dos remédios prescritos pelo veterinário - o ideal é medicar antes de chegar à terceira idade -, facilite a locomoção pela casa, com rampas, por exemplo.

A obesidade é um fator comum, porque o metabolismo desacelera. A quantidade de comida deve ser reajustada e adaptada com indicação veterinária, com mais fibras e vitaminas.

Cegueira pode ocorrer por algum fator externo, como a catarata, com solução se diagnosticada cedo. Já a surdez, mesmo que leve, é inevitável. Os dentes também precisam de cuidado, mas o hábito da escovação deve começar antes da velhice.

Ambientes quentinhos e superfícies macias ajudam no bem-estar do animal. Mas é importante incentivá-lo a fazer atividades, como caminhadas leves.

Fonte: A Crítica

Foto: Kátia da Costa / Arquivo pessoal


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

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