“Meus gatos nunca tomaram banho nem tomarão”, diz Pedro Horta, um dos principais especialistas em felinos do País.
O veterinário é categórico ao afirmar que não recomenda banhos cosméticos (quando não há indicação médica) para os bichanos.
Horta explica que, além de a maioria dos gatos ficar muito estressada com o contato com a água, o banho tira os feromônios que eles têm na pele.
Essas substâncias químicas são produzidas pelo próprio corpo e estão relacionadas com a sensação de bem-estar e a identidade do animal.
“É comum o gato se lamber compulsivamente depois de tomar banho. Ele está desesperadamente tentando repor todos esses feromônios que perdeu”, conta Horta.
“O cheirinho de banho pode ser muito bom pra gente, mas para o gato não é”, observa.
Para quem tem gatos de pelos muito longos, como os persas, o veterinário diz que a tosa pode ser uma alternativa ao banho.
Ele diz que água e xampu são recomendados apenas quando existe uma necessidade terapêutica, como tratar doenças de pele.
“A raça sphynx, por exemplo, é muito predisposta a ter seborreia, que é o excesso de oleosidade na pele”, explica. “Mas um sphynx sem seborreia não precisa de banho.”
“Os felinos de pelos curtos dão conta de limpar a própria pelagem se lambendo”, diz a veterinária Lia Nasi sobre o famoso banho de gato.
“Escovar a pelagem do bichano é uma maneira de evitar os banhos, especialmente em gatos de pelos longos”, lembra Lia. Isso previne fios embaraçados e formação de nós.
Ela explica que os felinos trocam de pelo duas vezes ao ano. “Eles têm a pelagem do inverno, que é mais densa, e a do verão.”
As trocas costumam acontecer entre setembro e outubro, quando caem os pelos de inverno, e entre abril e maio, quando caem os pelos do verão. A escovação é importante principalmente nesses períodos.
Para quem precisa dar banho no gatinho, Lia recomenda verificar o ambiente da pet shop.
“É importante o tutor conhecer o local, observar a limpeza do espaço, prestar atenção se a pessoa que dará o banho tem paciência com o animal.”
Outra recomendação é preferir lugares que tenham uma área reservada apenas para felinos. Afinal, o bichano já estará estressado por causa da água e do secador. A presença de cães pode piorar o quadro de ansiedade.
Se o seu bichinho tem pelo curto, dar banho em casa pode ser mais fácil.
“Escolha um dia quente e seque bem os pelos com uma toalha, para evitar fungos e dermatites”, indica Lia.
Agora, se o seu bichano não tem necessidade de água e sabão, o bom e velho banho de gato é a melhor opção para ele.
Fonte: Folha de S. Paulo
Foto: thelifeofozzycat / Instagram
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