Cães, antas, veados, galinhas e cavalo são acolhidos e amados no Santuário de Elefantes Brasil


Feridos, agredidos, doentes, abandonados, os animais chegam em condições precárias. Muitos são encaminhados por órgãos ambientais ou de proteção animal. Acolhidos e tratados, alguns morrem, mas outros resistem e se juntam às gigantes Maia e Guida, as primeiras moradoras do Santuário de Elefantes Brasil, no Mato Grosso. Na rotina sossegada, ficam circulando na reserva, aproveitando aquela natureza bonita e a paz do lugar, tirando sonecas e interagindo.

Blais é apaixonado pela cadela que adotou, a Molly, abandonada pelo antigo dono da fazenda


São seis cachorros no Santuário. Goomba, por exemplo, é macho, e Maggie, fêmea. Vieram dos EUA e esse já é o segundo santuário onde moram, além de um no Tennessee. Foram trazidos pelo responsável pela reserva, Scott Blais, e sua mulher, a técnica veterinária Kat Blais, que têm mais de 20 anos de experiência em resgate e reabilitação de animais selvagens – seis deles só com elefantes. Ela atua na causa divulgando o projeto pela internet, mundo afora, e fazendo campanhas para ampliar as doações solidárias.

Outras duas cadelas que circulam entre as elefantes são Molly e Minnie. Elas moravam na fazenda do Santuário com o caseiro do antigo dono e foram deixadas lá quando ele se mudou. “Eram ariscas, quase não tinham contato com gente. Scott e Kat adotaram as duas e hoje elas dormem dentro de casa toda noite e, de dia, são guardiãs ferozes da Maia e da Guida”, conta a assistente administrativa do Santuário de Elefantes Brasil, Cassia Motta.

Cadela Minnie e galinha Lilly dividem cama tirando uma soneca


Bugsy é macho. Era um filhote abandonado na estrada perto da fazenda do Santuário, quando resgatado. Em péssimas condições, foi adotado, tratado e hoje é um fiel companheiro de todos no local.

Os cães são vira-latas, castrados e vacinados.

Para lá e para cá, vivem no Santuário de Elefantes também os gatos Saffron, que é fêmea, e Bodhi, macho. Foram deixados na porta da casa de Scott e Kat em Guarantã do Norte, quando ainda estavam morando lá, procurando fazenda para comprar. O Santuário, a princípio, seria instalado em Guarantã.

O cavalo Frederick já é idoso. Foi deixado no Santuário pelo antigo dono. Scott e Kat o adotaram, trataram e não aceitam que seja mais utilizado para puxar carga. “Hello, friend”, diz Scott, ao passar por ele, se referindo ao amigo. Ali, cavalo não é meio de transporte. Os funcionários andam pela fazenda a pé, de carro ou de quadriciclo, mas não montados nele.

Só de antas, quatro já foram reabilitadas no Santuário e soltas de volta na natureza. Porém uma delas, chamada Alma, por causa dos problemas de visão e neurológicos, nunca poderá ser reintroduzida como os outros. Seu nome foi escolhido através de campanha pelo site do Santuário de Elefantes. Ela sofreu agressões, daí os problemas de saúde. 

O último a chegar na reserva é um veado filhote. Seu nome ainda não foi escolhido. 
Deve ser lançada uma campanha para isso


Enquanto Guida e Maia comem feno, perto das grades transita o galo cego Bibi. Ele também foi deixado na fazenda pelo antigo dono, assim como as demais aves. Meses depois, o dono voltou para buscá-lo, mas já era tarde demais. Scott e Kat já tinham se afeiçoado a todos eles e não gostaram nem um pouco da ideia de entregá-los para que virassem comida. Por um preço amigável, fizeram negócio e os animais ficaram.

As galinhas, como Lilly e Giba, são chamadas por Kat como se fossem animais domésticos. Entram na casa de seus tutores, sobem no colo como os demais bichos e parecem muito à vontade.

O último a chegar na reserva é um veado filhote. Sua mãe foi atropelada e ele estava sendo criado por um casal em uma chácara próxima a Salgadeira. “Um dos nossos voluntários visitou a chácara e, percebendo que o casal precisava de ajuda para oferecer melhores condições ao animal, entrou em contato com o Santuário”, explica Cassia. “Fizemos o resgate, comunicamos à Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) e hoje ele está sendo reabilitado pelos veterinários da reserva para, em breve, ser reintroduzido na natureza.”

Galinha dorme em casa, no sofá e até mesmo dentro do carro da reserva


Scott e Kat tratam Maia, sempre atrás da grade de proteção


Bugsy tira uma soneca na casa de Scott e Kat, seus amigos


Frederick passeia pelo novo galpão, que está sendo estruturado para receber oito novos elefantes


Frederick não puxa carga porque ele não é meio de transporte


Frederick é alimentado pelo seu amigo Scott no início da manhã


Fonte: RD News 

Fotos: GSE


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