Seguir a filosofia vegana é caro? Especialistas discordam


Ser vegano não necessariamente precisa ser sofrido [ao contrário do que muitos acreditam]. Quem está começando a mudar os hábitos alimentares pode enfrentar algumas barreiras, e é comum ouvir críticas de pessoas próximas [desconhecedoras do assunto] - por exemplo, que se trata de um estilo de vida caro. Ainda assim, quem encara o desafio acaba descobrindo que isso não passa de mito.

"Vegetarianismo é uma dieta, mas veganismo vai além, é uma filosofia de vida"*, diz a estudante Caroline Soares, criadora do grupo Veganos Pobres Brasil, no Facebook. Ela afirma que é possível, sim, seguir o veganismo sem gastar muito.

"A parte alimentar eu achei fácil de substituir, porque a base alimentar são grãos, folhas, frutas e leguminosas", explica. E a economia veio: vegana há dois anos, Caroline conta que sua mãe percebeu como as compras ficaram mais baratas. "Querendo ou não, a carne é cara, né?", afirma.

A nutricionista especialista em vegetarianismo e veganismo Thaís Assunção concorda: "Às vezes, quando se está começando e não se sabe muito bem como funciona, as pessoas tendem a ir para as comidas industrializadas, e aí acaba sendo mais caro mesmo".

Além de os produtos industrializados - como refeições e queijos prontos - não serem baratos, existem certos ingredientes que são mais caros, como tahine (pasta de gergelim). Foi assim que Caroline teve a ideia de criar um grupo para compartilhar receitas: "Eu sempre participei de grupos de receitas, mas os ingredientes eram caros". Segundo ela, o Veganos Pobres Brasil começou sem pretensão nenhuma, mas cresceu rápido. "Hoje, somos mais de 70 mil pessoas", afirma.

As receitas mais populares por lá são doces, como bolo de chocolate, mas os salgados também têm sua vez: as receitas de queijo vegano para colocar em pizzas e de hambúrguer de feijão-fradinho e beterraba são muito compartilhadas também.

E o grupo vai além da alimentação. "Ele é focado em receitas, mas também compartilhamos como fazer cosméticos, desodorante, esfoliante, batom, entre outros. Começamos pelo prato, mas o veganismo vai além da comida", explica Caroline.

A nutricionista reconhece que pesquisar e participar de grupos assim é a melhor forma de economizar e conhecer meios de variar a alimentação. E alerta para o erro mais comum, que é justamente comer sempre as mesmas coisas: "Não é só alface e tomate, tem que alternar. Quando você come apenas um tipo de alimento, fica sem alguns nutrientes, porque cada um tem suas especificidades".

Fonte: Metro 

Foto: Caroline Soares


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Conheça aqui o grupo Veganos Pobres Brasil.

*2. Saiba aqui quais são as diferenças entre vegetarianismo e veganismo. 

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