A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou, na última quarta-feira (21/2/2018), uma campanha para conscientizar a população contra o massacre de macacos na cidade. A ação, idealizada pela Vigilância Sanitária, quer diminuir o número de macacos mortos por agressão humana, pela associação desses animais com o vírus da febre amarela. Neste ano, já foram encontrados 170 primatas mortos no município, metade com sinais de violência praticada pelo homem, incluindo agressão, envenenamento ou queimadura.
A subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses, Márcia Rolim, destacou que os macacos muitas vezes são vistos como inimigos pela população, quando, na verdade, não são transmissores da doença. O macaco é vítima da febre amarela. Não é transmissor nem vetor do vírus. Na verdade, ele adquire a doença bem antes do homem, o que pode servir como um alerta.
A campanha quer esclarecer que macacos são aliados da população contra a febre amarela. Márcia ressalta que a população pode se prevenir contra a febre amarela por meio de vacina, educação sanitária e evitando a proliferação do mosquito, mas que a agressão e assassinato de macacos é uma “ação cruel e desnecessária”.
Além de evitar o massacre, que é crime ambiental, a campanha, que tem o slogan “Eu também sou vítima”, quer conscientizar as pessoas sobre a importância dos primatas para a prevenção do vírus da febre amarela. A partir do monitoramento dos corpos dos macacos, é possível detectar o avanço do vírus e elaborar medidas preventivas. Por isso, a Vigilância Sanitária recomenda que, assim que encontrar um macaco morto, as pessoas entrem em contato com o 1746, telefone da central de atendimento da prefeitura.
A campanha começou com a instalação de placas e distribuição de folhetos em trilhas do Parque da Catacumba. A divulgação deve seguir por outros centros de conservação ambiental da cidade, como zoológicos* e reservas florestais.
Fonte: Extra
Fotos: Prefeitura do Rio / Divulgação
NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:
1. Demorou bastante para a Prefeitura do Rio começar a tomar alguma providência nesse sentido, pois os macacos já vêm sendo vítimas há meses da violência humana por causa da febre amarela. Mas antes tarde do que nunca.
2. O assassinato de macacos por causa da febre amarela, além de covardia e crime ambiental, é reflexo do tamanho da estupidez humana. Afinal, o principal alvo do mosquito transmissor da doença é o macaco; se não tem mais macaco para o mosquito picar, ele vai se voltar para os humanos. Ou seja, os assassinos estão agindo contra eles próprios. Leia mais aqui.
*3. Lembramos aqui mais uma vez o que é verdadeiramente um zoológico: uma prisão de seres inocentes. Poucos zoológicos no mundo têm caráter conservacional, ou seja, de acolher animais feridos resgatados de tráfico ou acidentes, fazer sua reabilitação e reintrodução na natureza, sem expor os bichos em jaulas para um público pagante interessado mais em selfies do que em aprendizado. E o zoológico do Rio de Janeiro, ao contrário do que diz a matéria acima, certamente não é um desses raros lugares de cunho educacional e com objetivo final de liberdade para os animais. Saiba mais sobre o assunto aqui.
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