Um estudo publicado no mês passado [janeiro de 2018] evidencia mais uma vez o poder da natureza para a saúde humana. Os efeitos benéficos da natureza sobre a saúde mental estão na pesquisa intitulada Mente Urbana: Usando Tecnologias de Smartphone para Investigar o Impacto da Natureza no Bem-Estar Mental em Tempo Real.
Hoje, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas, e esse fato tem tido diversas consequências. Entre as ruins, podemos citar as implicações para a saúde mental, como depressão, transtornos de ansiedade, psicose e distúrbios viciosos*. Foi partindo desse pressuposto que pesquisadores criaram o aplicativo Urban Mind. Eles avaliaram a influência das áreas verdes para quem vive em espaços urbanos. A análise principal se baseou em 2.094 avaliações de 64 participantes, que completaram um mínimo de 25 avaliações cada.
Método
Para analisar o chamado bem-estar momentâneo, os participantes tiveram de responder todos os dias, em intervalos, a perguntas como: você está dentro ou fora? (em relação a ambiente interno ou externo), você pode ver as árvores?, você pode ver o céu?, você consegue ouvir os pássaros cantando?, você pode ver ou ouvir a água?, você se sente em contato com a natureza? As respostas possíveis a cada pergunta eram: sim, não ou não estou seguro.
Quando as pessoas recebiam um aviso para completar uma avaliação ecológica momentânea, elas tinham até 30 minutos para concluir as respostas. E cada vez que completavam uma avaliação, eram convidadas a enviar uma fotografia do solo e/ou uma gravação de áudio do ambiente.
Conclusão
A investigação sugere que os benefícios da natureza no bem-estar mental são duradouros e interagem com a vulnerabilidade de um indivíduo à doença mental. “Descobrimos que estar ao ar livre, ver árvores, ouvir pássaros cantando, ver o céu e se sentir em contato com a natureza foram associados a níveis mais elevados de bem-estar mental momentâneo”, diz o estudo. “Além disso, descobrimos que esses efeitos benéficos ainda podiam ser observados mesmo que o participante não estivesse mais ao ar livre e não tivesse mais acesso à natureza.” Esse efeito indica o impacto duradouro da natureza na qualidade mental dos indivíduos.
Outro dado interessante é que todos esses benefícios foram ainda mais evidentes em pessoas que têm como característica serem mais impulsivas. O estudo remete a outras pesquisas que relacionam impulsividade com distúrbios. A questão aí é afirmar que os efeitos da natureza podem ser ainda maiores em pessoas com maior vulnerabilidade a problemas de saúde mental.
O grupo salienta que tais descobertas têm implicações potenciais no planejamento e design urbano. O estudo é do King’s College London, e foi publicado na edição de janeiro da BioScience (leia aqui, em inglês).
Fonte: Ciclo Vivo
Foto: Reprodução
*Leia também: Estamos sofrendo o transtorno de déficit de natureza
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