Comunidades como você



Por Paulo Furstenau*


Comunidades como Você é um vídeo feito pelo cineasta egípcio Ramy El Gabry em agosto deste ano [2017]. Nele, duas crianças - de 10 e 12 anos - são perguntadas sobre sua relação com os animais. As duas afirmam que gostam deles e que seus preferidos são os cachorros. Indagadas sobre sua comida favorita, afirmam: hambúrguer bovino e frango. Nenhuma das duas ouviu falar em vegetarianismo. 

A partir daí, o cineasta conta um pouco a elas sobre a indústria da carne, senciência e respeito pelos animais, enquanto lhes mostra alguns pintinhos vivos e um frango morto congelado e embalado, desses que são comprados nos supermercados. Até que coloca um frango vivo sobre a mesa, que seria o único "ingrediente" que falta para o x-búrguer que trouxe para eles, e convida-os a matarem o animal.

Forte? Sim. Cruel com as duas crianças? Sim. Porém muito mais forte e cruel é a realidade de bilhões (sim, bilhões) de animais que morrem anualmente em todo o mundo, após serem retirados de suas famílias ainda crianças, sofrerem mutilações como cauterização de bicos, extração de dentes, rabos e testículos - tudo sem anestesia - e serem mortos ainda na infância depois de passar sua curta vida confinados e sem espaço para se moverem. Minutos antes de sua morte, presenciam seus semelhantes serem mortos. Na indústria dos ovos, pintinhos machos são triturados vivos. 

Essa é a realidade das indústrias da carne, leite e ovos. E se você acredita nas falácias das galinhas criadas "livres de gaiola", leia aqui, e do "abate humanitário", veja o documentário A Carne É Fraca, produzido pelo Instituto Nina Rosa e todo filmado em matadouros que assassinam os animais com humanidade. Isso é crueldade real e desnecessária. Educação com choque de realidade pode ser "cruel", mas também pode ser efetivo para acordar as pessoas para a realidade, tanto crianças quanto adultos.

Veja o vídeo, legendado em português pelo portal Vista-se (legendas do Google Tradutor, mas o entendimento é perfeito).





O porém de Comunidades como Você é mostrar o queijo como um alimento aceitável. O queijo, assim como qualquer laticínio e o próprio leite, vem de uma indústria igualmente exploradora e assassina como a da carne - saiba mais aqui. E sim, crianças podem ter uma alimentação sem nada de carne ou derivados animais (leite, ovos e mel). O marcador veganismo na infância, aqui em nosso blogue, tem muitas matérias a respeito. Já o marcador veganismo traz ainda mais textos sobre como todos nós, de qualquer idade e condição social, podemos tirar a morte de nossos pratos, definitivamente, sem a dificuldade que parece haver e ainda trazendo muitos benefícios para nossa saúde!




*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

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