A professora Maria José Alves da Rocha, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp), da Universidade de São Paulo (USP), é uma das vencedoras do Prêmio de Métodos Alternativos, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Os vencedores foram anunciados na última sexta-feira (10/11/2017), e Maria levou a terceira colocação pelo método de ensino que substituiu animais por produtos sintéticos nas aulas. O prêmio prestigia trabalhos que promovam alternativas ao uso dos animais em pesquisas.
A professora da Forp foi premiada por tecidos, sangue e urina de animais, e por produtos artificiais, desenvolvidos pelos próprios alunos da universidade. “Nosso intuito é não usar nenhum animal na pesquisa. E deu muito certo, podemos fazer os experimentos da mesma forma. Já faz alguns anos que venho promovendo substituições no uso de animais, pelo menos nas aulas”, comenta Maria, que foi premiada pelo trabalho Alternativas ao Uso de Animais para Ensinar Diabetes Mellitus, na categoria Produção Acadêmica.
“É muito gratificante esse reconhecimento do nosso trabalho. Tenho um longo histórico de pesquisa no mundo acadêmico, e isso reconhece o que estamos desenvolvendo”, comemora a professora.
Na mesma categoria, a vencedora química foi Rafaella Regina Alves Peixoto, estudante de pós-doutorado na Universidade de Oviedo, na Espanha. A segunda posição foi concedida ao farmacêutico Michael González-Durruthy, pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
De um total de 83 trabalhos apresentados por estudantes de pós-graduação e profissionais que já atuam com métodos alternativos à experimentação animal em atividades de pesquisa e ensino, 78 foram pré-selecionados, sendo 50 na categoria Produção Acadêmica e outros 28 em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação.
A cerimônia de premiação está marcada para 29 de novembro, com a presença do ministro Gilberto Kassab.
Fonte: Revide
Foto: Pixabay
NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:
1. O Olhar Animal, que também replicou a matéria, fez a seguinte nota: “'… A rápida indução do estado de diabetes por qualquer desses meios que seja em animais experimentais não tem relação com o diabetes humano, que se desenvolve com o tempo, através da duração de vida do paciente. Seria, banalizando o caso, como induzir-se uma gripe em animais experimentais jogando alergênicos em seus focinhos para vê-los espirrar. Os sintomas são semelhantes, mas não podemos dizer que se trata realmente do mesmo problema. Mais seriamente, nem mesmo a inoculação do agente etiológico no animal experimental nos traria resultados satisfatórios, pois a doença se comportaria diferentemente nos dois hospedeiros…' Esses e outros questionamentos sobre a exploração de animais em testes ‘científicos’ relacionados ao diabetes podem ser vistos no artigo Os cães de Banting e Best e a descoberta do diabetes em humanos”.
2. Leia também: Bonecos realistas começam a adentrar as faculdades brasileiras
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