Veganismo: muito além de cortar a carne das refeições


Nada de carne ou qualquer derivado de animais – ovo, queijo, leite, mel etc. – no prato e no copo. Nem pensar em roupas com matéria-prima animal, como lã, seda e couro. Cosméticos ou produtos de higiene, só se forem livres de componentes animais e cruelty-free, ou seja, que não tenham sido testados em animais. Esses são os principais pilares do veganismo, estilo de vida que tem crescido muito no mundo e que hoje conta com cerca de cinco milhões de adeptos no Brasil.

Os motivos que levam uma pessoa a se tornar vegana são variados, mas há um padrão: o respeito pela vida animal em todas suas formas fala muito alto. “Pela experiência clínica, percebemos que, disparado, as razões éticas vêm em primeiro lugar”, afirma a nutricionista Gisele Severo. “Logo depois, vêm questões relacionadas à saúde, como intolerância alimentar e prevenção de doenças.”

Alimentação vegana

O grande clichê quando se fala em veganismo todo mundo conhece: “Mas e as proteínas?”. Elas vão bem, obrigada. “A persistência nesse mito não é nutricional, mas cultural. Os alimentos vegetais são perfeitamente capazes de suprir todas as necessidades proteicas do organismo humano”, garante o nutricionista George Guimarães.

Ele explica que “com uma dieta variada e composta por leguminosas (como feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico), cereais integrais e oleaginosas (castanhas, nozes etc.), não há como errar”. A não ser, é claro, que a pessoa não coma o suficiente para suprir suas necessidades calóricas diárias, mas isso não tem nada a ver com o veganismo, porque pessoas onívoras também podem não comer a quantidade necessária para se manter saudável.

O único porém da dieta vegana é a falta de vitamina B12, que realmente só é encontrada em alimentos de origem animal*. Por ser indispensável para o sistema nervoso, é necessário fazer sua reposição por meio de comprimidos, xarope ou alimentos artificialmente fortificados. E tudo bem.

Para não correr o risco de ingerir algum alimento com derivados animais, os veganos precisam ler atentamente os rótulos de tudo que compram. 

Roupas veganas

Jaqueta ou bota de couro, blusa de seda e casaco ou touca de lã são alguns dos itens que não entram no guarda-roupa de nenhum vegano.

No lugar desses materiais, entram o couro sintético e as fibras naturais – algumas muito comuns para todos os públicos, como o algodão e o linho.

E mais uma vez o vegano precisa ler bastante (nesse caso, as etiquetas das peças que queira comprar). Elas geralmente trazem informações sobre a origem das matérias-primas usadas, com porcentagens detalhadas.

Também vale a pena recorrer direto a marcas de roupas veganas. Como elas seguem a filosofia de não utilizar componentes animais em suas confecções, poupa-se o trabalho de precisar ler item por item em cada etiqueta.

Cosméticos e produtos de higiene veganos

Para ser considerado vegano, um cosmético ou produto de higiene não pode ter ingredientes de origem animal ou seus derivados, como mel, cera de abelha, colágeno, leite, lanolina, gordura bovina e tutano. Também não é permitido que tenha sido testado em animais.

Vale destacar que isso não tem nada a ver com ser orgânico ou natural. Um produto vegano pode ser completamente sintético.

Para ter certeza de que os batons lindos ou os sabonetes cheirosos que você tanto quer realmente são veganos, verifique se eles têm selos de certificação.

Fonte: M de Mulher 

Imagem: Carolina Yukie Horita / M de Mulher


*NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

A deficiência de vitamina B12 atinge tanto vegetarianos e veganos quanto onívoros, mesmo que estes consumam animais e seus derivados. Saiba mais aqui

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