De Quixeramobim, no interior do Ceará, o Grupo Frivolitas, formado por artesãos, uniu o conceito de sapato sustentável alinhado aos rendados frivolité e nhanduti. Com a técnica e sua multiplicação, a oportunidade tem gerado renda aos sapateiros locais e ao grupo rural de assentamento Caraíbas.
No estado, as “Frivolitas” são pioneiras na produção da renda nhanduti e comercialização artesanal. A produção de sapatos com as técnicas de aplicação tem chamado a atenção para a sustentabilidade e preservação, com a reutilização de material vindo de sobras de calçados das fábricas da região.
Os calçados veganos têm o foco de sua produção na exclusão de matéria-prima de origem animal. Com a prática totalmente manual, as artesãs afirmam que o sapato é exclusivo e feito para o pé de cada cliente. O reaproveitamento e customização dos sapatos é um dos objetivos.
As artesãs vêm contribuindo na construção de alternativas de desenvolvimento autossustentável e solidário junto com o Grupo Frivolitas, que irá lançar sua primeira coleção em Fortaleza, na loja colaborativa Elabore, onde estará à venda ao consumidor.
O grupo formado por 10 mulheres e um homem está produzindo os sapatos sustentáveis e sua pretensão é ampliar as vendas para outros estados e até fora do Brasil. Para a presidente do Grupo Frivolitas, dona Francisca, a cultura do frivolité precisa ser mantida acesa e levada a sério como outros pontos de renda.
“A consciência ecológica também se faz presente. Com essa técnica do rendado, apresentamos como item de adorno pessoal em sapatos, e futuramente aplicados em novos produtos”, diz.
A primeira coleção feminina de sandálias e sapatilhas possui forte identidade local e regional. Através de consultorias promovidas pelo Sebrae Ceará, sob a ótica do designer Erico Gondim, foi sendo desenvolvido um negócio inovador, agregando valor às peças e mantendo o conceito sustentável.
Mão de obra
Segundo o Grupo Frivolitas, está difícil encontrar mão de obra especializada como os sapateiros no município. Elas já pensam em ampliar a produção para profissionais nos municípios vizinhos, como Quixadá.
“Nosso objetivo é aumentar as vendas e propagar a coleção, já que somos mestres de ofício em permanecer viva a cultura regional nordestina”, afirma dona Francisca.
Segundo a gerente do escritório regional do Sebrae em Quixadá, Gabriela de Aquino, o caráter inovador do Projeto Resgate de Ofícios Artesanais gerou novas oportunidades e mercados. “O projeto idealizado pela iniciativa Brasil Original do Sebrae Ceará, acompanhado pelo designer Erico Gondim, tem como objetivo desenvolver a economia criativa e introduzir artesãos e seus produtos no mercado”, afirma.
Fonte: Tribuna do Ceará
Foto: Erico Gondim
Fonte: Tribuna do Ceará
Foto: Erico Gondim
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