Adaptações dietéticas humanas


“O alimento natural do homem, a julgar pela sua estrutura, parece consistir principalmente de frutas, raízes e outras partes suculentas de vegetais. Suas mãos têm todos os requisitos para coletá-los e sua dentição não lhe permitiria mastigar erva ou comer carne, não fossem esses produtos previamente cozinhados”, Georges Cuvier1

A fisiologia humana revela a conservação das adaptações características dos grandes primatas e, consequentemente, uma potencial afinidade para uma dieta similar2. Como instrumento de obtenção, processamento e digestão alimentar, a análise de alguns sistemas de órgãos indicia fortemente aspectos significativos da predileção dietética humana.

Instintos e sentidos

A relação com a dieta está a um nível primário determinada por instintos de consumo. O predador olha prospectivamente para a presa, o que se traduz num desejo de predação que, se sucedido, resulta numa mordida sólida, seguida por esventramento e consumo de entranhas quentes, repletas de restos digestivos e excretórios, sangue e pelo. No caso dos necrófagos, a carcaça, por vezes em estado de decomposição, com larvas e odor nauseabundo, é consumida sem escrúpulos. O ser humano saudável sente uma repulsa determinante por qualquer cenário equivalente, que está implícito no estilo de vida de um animal naturalmente adaptado para caçar. É entendido que a sensação de enojamento resultante da exposição a fezes, fluidos corporais, putrefação e vermes – características da predação e necrofagia – resulta de adaptações vantajosas que previnem o risco de doença3. Pelo contrário, a forma, cor e aroma das flores e dos frutos estabelecem a apetência da natureza humana.

Cenário idílico para um predador natural


Visão

O primeiro contato com os alimentos é efetuado através dos sentidos - a visão e o olfato. A visão dos animais preparados para predar tem uma elevada sensibilidade noturna e uma capacidade de distinção de cores menos desenvolvida. Os olhos dos gatos refletem cerca de 130 vezes mais luz do que os dos humanos e seu limiar mínimo de visão de luz é aproximadamente seis vezes mais baixo. Os cães também estão excepcionalmente adaptados para ver com baixos níveis de iluminação e possuem fotorreceptores apurados para detectar movimento e formas. No entanto, possuem apenas dois tipos de cones visuais, o que os impede de distinguir entre comprimentos de onda de luz médios e longos, que aparecem como verde, amarelo-verde, amarelo, laranja e vermelho. Essa limitação é semelhante à de pessoas daltônicas, que não têm os cones sensíveis à luz verde e, caracteristicamente, tendem a confundir o vermelho e o verde4.

Em contrapartida, os primatas frugívoros possuem três cones visuais – são tricromatas –, o que lhes confere a capacidade exacerbada de visão a cores, nomeadamente pela distinção entre verdes e vermelhos, que se desenvolveu como uma adaptação à necessidade de reconhecimento dos diferentes graus de maturação dos frutos – amarelos, laranjas e vermelhos – por entre a folhagem uniformemente verde. De fato, há evidência de que a tricromacia de certos primatas e as propriedades refletoras do espectro de certos frutos tenham coevoluído. Algumas árvores tropicais dependem quase exclusivamente de primatas para a dispersão de suas sementes e, quando estão maduros, seus frutos têm uma cor distinta que permite sinalizar os observadores tricromatas5. Além disso, os primatas possuem visão binocular, na qual os dois olhos ficam perto um do outro no mesmo plano para que seus campos de visão se sobreponham, o que confere a capacidade de ver o mundo em três dimensões. Isso permite efetuar julgamentos precisos relativamente à relação entre os objetos no espaço, fundamental para o deslocamento nas árvores6. A visão humana surge de uma predileção dietética tipicamente frugívora.

A capacidade de visão a cores evoluiu pela necessidade
de distinguir frutos maduros por entre a folhagem verde

A visão binocular nos primatas está associada à necessidade de coleta e deslocamento pelas árvores


Olfato

Em animais naturalmente adaptados para predar, o olfato é importante para detectar e perseguir a presa, o que não é relevante em espécies não predatórias. Por essa razão, o sistema olfativo do cão possui uma área de 150 cm2, em relação a 5 cm2 no homem, e uma densidade das células sensoriais que lhe confere uma capacidade milhões de vezes mais elevada7. Por sua vez, os primatas estão adaptados para existências diurnas, nas quais a visão é o sentido preponderante. Em consequência, a capacidade para cheirar diminuiu e a visão se tornou altamente desenvolvida – uma transformação que aparenta ter ocorrido concomitantemente, uma vez que o cheiro é processado no prosencéfalo, que se tende a projetar até o focinho em animais que dependem do sentido do olfato, mas que, no entanto, interfere negativamente com a visão binocular6. Os primatas antropoides e, em particular, o ser humano, possuem um dos olfatos mais subdesenvolvidos de todos os animais terrestres7. Em contraste com as espécies de predadores, que se entusiasmam com o cheiro de urina, fezes e fluidos corporais, o ser humano se deleita com o aroma de flores e frutos.

Os primatas antropoides possuem interesses e capacidades olfativas
notoriamente distintas de animais naturalmente adaptados para caçar


Locomoção e obtenção de alimento

Depois de estabelecido o contato visual ou olfativo com a presa, a etapa seguinte envolve a captura. Um carnívoro típico, como o gato, aproxima-se cautelosamente a quatro patas almofadadas com o intuito de criar a aproximação necessária que lhe permite valer-se de sua velocidade superior. Se a aproximação não for suficiente, a presa, normalmente com maior resistência, consegue a vantagem necessária para a fuga. Caso contrário, é capturada com o auxílio de garras, e liquidada através de uma mordida sólida e profunda no pescoço, efetuada com caninos especializados para o efeito8. Comparativamente, os humanos não são apenas desprovidos de armas naturais de predadores, como garras e dentes, mas também da velocidade necessária para predar. Os humanos mais rápidos conseguem correr a aproximadamente 10 m/s durante 20-30s, em contraste com a maioria dos mamíferos africanos, que podem correr ao dobro dessa velocidade durante vários minutos9.

No caso dos frugívoros, a obtenção de alimentos passa pela colheita, que tende para o desenvolvimento da mão e para o bipedismo, características tipicamente humanas10. Evidência fóssil de pouco depois da divergência entre os ancestrais humanos diretos e os outros primatas sugere que os primeiros hominídeos passaram por um longo período intermediário no qual ainda frequentavam os habitats na floresta – provavelmente necessitando apanhar frutos e escapar dos predadores – e que a transição para a locomoção bípede foi mais gradual do que normalmente se acredita11. Os ombros e o tronco mais tipo chimpanzé nos australopitecos e o sistema locomotor bípede mecanicamente ineficiente sugerem que o bipedismo evoluiu não por andar, mas por postura recoletora, muitas vezes nas árvores, com o corpo estabilizado ao segurar com o braço12

O uso das mãos para obter e preparar alimento também é uma característica distintiva que unifica os hábitos alimentares dos primatas13. Mãos que agarram e um sentido apurado de toque emergiram da necessidade de deslocamento pelas árvores e de apanhar e descascar frutos14, 6.

Coletar e transportar frutos pode ter sido instrumental na evolução do bipedismo

A mão primata está claramente especializada para uma dieta recoletora


Sistema digestivo

Depois de capturado ou coletado, o alimento é ingerido, iniciando-se o processo de digestão. Diferenças significativas entre os órgãos e processos digestivos do homem e de animais adaptados para consumir produtos da predação estão estabelecidas além de qualquer dúvida.

Características da boca, lábios e língua

Os grandes primatas usam extensivamente os lábios para agarrar e processar os alimentos. Os chimpanzés, por vezes, usam-nos para extrair os sucos e depois cospem os restos fibrosos13. Por sua vez, os seres humanos possuem grandes lábios dinâmicos, que dão entrada para uma boca pequena, com uma língua lisa que pode ser moldada contra o palato superior e uma fileira fechada de dentes que interagem adequadamente para consumir a polpa dos frutos15. Em contraste, a boca dos carnívoros é grande e possui uma língua reforçada com papilas conificadas, que assenta num palato baixo – adaptada para morder e tratar do pelo16.

Bocas grandes e línguas ásperas, em claro contraste com o ser humano


Paladar nos carnívoros e frugívoros

A carne crua possui um sabor irrecusável para um predador, no entanto, para o ser humano, a experiência é a inversa. Muitos dos aminoácidos que constituem as proteínas na carne são insípidos ou amargos, e seu sabor característico provém do cozinhar, fermentação, defumação, envelhecimento, temperos ou outros tratamentos17. Em contrapartida, as frutas, vegetais, nozes, sementes e alguns tubérculos são os únicos alimentos que o ser humano consome com prazer em sua forma estritamente natural. O gosto doce que caracteriza as frutas é reconhecido na ponta da língua por papilas gustativas especializadas e sinaliza a presença de açúcar, o principal combustível do corpo humano18. No caso dos carnívoros, há uma indiferença generalizada a compostos doces, que pode ser explicada ao nível genético, reforçando a posição de que a função dos receptores gustativos esteja diretamente relacionada com adaptações alimentares19.

Dentição

A fórmula dentária de primatas e humanos indica um total de 32 dentes permanentes e é desprovida de características predatórias20. Por sua vez, possuem grandes incisivos para trincar a polpa dos frutos e dentes molares simples com cúspides baixas para esmagar13. Os caninos humanos são conhecidos como “incisiformes”, tendo sido sugerido que funcionam como uma extensão dos incisivos e, por analogia, desempenham a mesma função. A ausência de grandes caninos pode ser explicada pela predominância alimentar, assim como pela remoção da necessidade de usá-los como arma de defesa ou intimidação – uma característica que prevalece noutros primatas15. Em contrapartida, os enormes e afiados caninos dos carnívoros são conhecidos como carnassiais, e permitem prender o pescoço da presa e matar por esvaimento de sangue e asfixia, assim como cortar pele e músculo. Os molares por trás dos carnassiais estão aptos para quebrar ossos e outros alimentos duros21.

Tigre, bonobo, humano – A dentição humana é desprovida de qualquer fator predatório


Mastigação e insalivação

As mandíbulas dos predadores são acionadas por músculos poderosos e dirigidas num movimento bidimensional, que permite morder solidamente e arrancar pedaços de carne que são engolidos inteiros. Nos seres humanos, o movimento mandibular é tridimensional, para possibilitar a mastigação e insalivação eficiente de alimentos de origem vegetal22. A principal enzima salivária se chama amilase ou ptialina, e permite quebrar hidratos de carbono complexos em açúcares simples23. Por sua vez, a enzima não é produzida por animais da ordem carnívora ou bovídea24. Outra característica que separa a saliva humana e de outros animais predadores consiste em seu conteúdo de proteínas ricas em prolina, uma substância que permite reduzir os custos digestivos de consumir taninos dietéticos – abundantes em frutos e vegetais25.

As proteínas ricas em prolina da saliva humana agregam os taninos dietéticos para reduzir
os custos inerentes à sua digestão. Curiosamente, essa reação conduziu ao “
red wine spit test” –
teste de cuspe do vinho tinto –, promovido enganosamente na internet
como uma forma de detectar fibras de Morgellons


Estômago e intestino

Os herbívoros ruminantes possuem vários estômagos e um intestino rugoso que atinge 30 vezes o tamanho do corpo, adaptados para extrair os compostos nutricionais da celulose vegetal – dura e fibrosa – através do processamento e fermentação. Nos humanos, o estômago oblongo possui dobras, e o intestino rugoso e saculado mede 12 vezes o tamanho do corpo26. A digestão da dieta frugívora é mais eficaz do que a folhívora, mas ainda depende do processamento de alguma matéria fibrosa. Em contrapartida, o trato digestivo de um animal preparado para consumir carne favorece a rapidez da passagem alimentar, devido à ausência de fibra e à natureza putrefativa. Por essa razão, o estômago de um carnívoro é pequeno e redondo, e o intestino é curto, liso, de apenas três a seis vezes o tamanho do corpo26, 27

A dificuldade anatômica de digerir simultaneamente alimentos de origem vegetal e matéria animal compromete o conceito de onivorismo entre os grandes primatas, uma vez que um intestino capaz de digerir vegetais é demasiado grande para digerir carne, e um intestino capaz de digerir carne é demasiado pequeno para digerir vegetais. Por essa razão, os primatas grandes como o ser humano consomem principalmente fruta e folhas, enquanto os primatas pequenos consomem uma percentagem mais elevada de carne – principalmente na forma de insetos28. As características do trato digestivo humano são inadequadas à digestão de carne29.

A classificação de “onívoro” é demasiadamente generalista para transmitir
de forma precisa os requerimentos dietéticos do ser humano


Microflora intestinal

O microbioma se refere ao tipo de bactérias que povoam o intestino e fornece informação sobre a coadunação dietética. O estudo do microbioma humano determinou sua proximidade com o dos bonobos e concluiu que, pela perspectiva do microbioma, os humanos podem ser considerados frugívoros30.

Ausência de glucoquinase em carnívoros

Animais adaptados para consumir carne, como o golfinho e o gato, possuem características metabólicas desfavoráveis para o processamento de hidratos de carbono. A glucoquinase hepática – uma enzima que metaboliza a glucose – não é produzida por carnívoros saudáveis, no entanto, a deficiência de glucoquinase pode resultar em diabetes em humanos. Golfinhos e gatos estão sujeitos a períodos de hiperglicemia em jejum e desenvolvem resistência à insulina, ambos fatores de risco para o diabetes em humanos31.

Ausência de uricase em humanos

O metabolismo de proteína animal – rica em compostos conhecidos como purinas – propicia a formação de ácido úrico. À semelhança de outros primatas, os humanos perderam a capacidade de produzir uricase, uma enzima que permite desintoxicar o ácido úrico, ao transformá-lo numa forma mais inócua que possa ser excretada pelos rins. Níveis elevados de ácido úrico podem conduzir à formação de cristais nas articulações, o que caracteriza o desenvolvimento da doença conhecida como gota, no entanto, a condição também está relacionada com a doença cardiovascular, renal, hepática, hipertensão e obesidade. Há evidência de que, em primatas, declínios na produção de uricase são consistentes com adaptações a um processamento mais eficiente de frutose32.

Gota: cristais de ácido úrico. Mais uma indicação da inadaptação ao consumo de proteína animal


Outras características adaptativas

Incapacidade de produzir vitamina C

Os animais carnívoros e onívoros produzem toda a vitamina C que necessitam, não requerendo sua obtenção dietética. No entanto, os humanos necessitam obrigatoriamente consumir vitamina C, uma vez que não a produzem endogenamente. A degradação da capacidade de produzir vitamina C foi uma consequência de a dieta dos primatas incluir grandes quantidades de alimentos ricos na vitamina – frutos e vegetais –, o que tornou sua produção intrínseca num desperdício metabólico33. Por sua vez, a carne é generalizadamente desprovida de vitamina C.

Características da pele

Há dois mecanismos principais de perda evaporativa de calor em animais terrestres: o arquejar e o suar. Os carnívoros usam apenas o arquejar e não possuem glândulas de suor, enquanto o homem e outros primatas usam apenas as glândulas de suor e perderam, ou nunca desenvolveram, a capacidade de arquejar34.

Glândulas seminais

As vesículas seminais são umas glândulas tipo saco que segregam para os canais ejaculatórios o fluido que compõe a maior parte do esperma de vários mamíferos, incluindo o do homem. Em contrapartida, os carnívoros são inteiramente desprovidos de vesículas seminais35.

Placenta

Enquanto nos carnívoros o tipo de placenta é difusa ou zonária, em grandes primatas a placenta é essencialmente discoide e decídua36.


Ritmos biológicos

As necessidades de descanso dos carnívoros são significativamente superiores às de animais que não dependem dieteticamente de carne. Os predadores naturais passam consideravelmente mais tempo dormindo do que os humanos37.

Posição da enzima AGT

Uma adaptação genética à dieta que está largamente espalhada através dos mamíferos reside na diferente posição intracelular da enzima metabólica AGT (alanina glioxilato aminotransferase), que tende a ser mitocondrial nos carnívoros, mitocondrial e peroxisomal nos onívoros e peroxisomal nos herbívoros – animais com dietas de origem vegetal. Ao contrário do gato, cuja AGT é quase inteiramente mitocondrial, ou do rato, na qual a AGT é mitocondrial e peroxisomal, espécies herbívoras, como coelho, porquinho-da-índia ou humanos revelam uma AGT inteiramente peroxisomal38.

Conclusão: adaptações e nutrição

A evidência adaptativa indica que o ser humano possui estruturas que lhe permitem coletar, ingerir e digerir frutas e vegetais com eficácia, em oposição a desempenhar atividades predatórias – o que revela suas linhas de coadunação dietética. De fato, a biologia humana está principalmente sediada no Mioceno – a época em que os grandes primatas evoluíram suas características distintas –, e não no posterior e muito mais curto Paleolítico, como é vulgarmente considerado, mesmo em circuitos acadêmicos.

De todos os alimentos, as frutas e os vegetais são os consumidos há mais tempo – literalmente desde o surgimento dos primeiros primatas até os dias de hoje – e foram os mais relevantes no desenvolvimento do homem. Isso é fortemente sugerido pelo fato de que são os únicos alimentos que podem ser consumidos com prazer em sua forma natural, mas também porque são os demonstravelmente mais saudáveis. A fisiologia não deixa margem para dúvidas.

Um onívoro não hesitaria


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Fonte: Compreender Nutrição

Fotos: Reprodução

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