Crescimento do veganismo desperta interesse do mercado

Pizza feita sem ovos, queijo ou nenhum ingrediente de origem animal
(Foto: Fernanda Ligabue / Divulgação)


Revolução do Garfo, série da Rádio CBN sobre o veganismo

Escute o programa aqui.


4. Crescimento do veganismo desperta interesse do mercado

Veganos com espírito empreendedor encontraram em sua filosofia uma forma de sustento.

Rosemir Folhas se tornou vegetariano há oito anos e vegano há três, quando resolveu montar a fábrica da Vegano Shoes, no interior de São Paulo. A ideia era produzir e oferecer sapatos sociais que não fossem de couro. Folhas começou fabricando 200 pares por mês e hoje produz 1,2 mil, além de bolsas, cintos, carteiras e acessórios.

"O mais interessante é a gente trabalhar dentro do que acredita. A gente percebeu a oportunidade e investiu. Mesmo onívoros são preocupados com o meio ambiente e querem usar um produto mais sustentável. Está crescendo muito no Brasil isso e, sem dúvida, a gente conseguiu entrar muito bem no mercado", constata Folhas.

O portal Vista-se divulga notícias relacionadas ao veganismo. Fabio Chaves criou o site em 2006, para vender camisetas. Mas o negócio cresceu e hoje ele ganha a vida com o comércio digital de vários produtos sem nenhum item de origem animal. Mesmo assim, ele ainda é mais motivado pelo ativismo do que pelo empreendedorismo.

"A gente não tem um perfil de empresa, que tem metas para crescer e outras coisas. Na verdade, pagando as contas é o que conta pra gente. A ideia é fazer crescer mesmo o portal, por mais que seja um serviço que não dê um retorno financeiro. Eu encaro como uma missão", conta Chaves.

A rede de restaurantes Barão Natural, em São Paulo, saltou de uma para quatro unidades em três anos. Guilherme Carvalho foi indicado para fazer uma consultoria para transformar a cozinha do restaurante em vegetariana. Acabou sendo convidado para virar sócio e transformou a rede em vegana. Viu o faturamento crescer sete vezes nestes três anos.

"A gente descobriu essa forma maravilhosa de impactar a causa, impactar os animais e oferecer para as pessoas uma alimentação vegana barata, desmitificando a ideia de que comida vegana precisa ser cara. A gente oferece almoço a partir de R$ 9,90 à vontade. Temos muita alegria de divulgar e propagar o veganismo e o respeito aos animais da maneira mais natural possível, que é pela alimentação", afirma Carvalho.

E uma das empresas há mais tempo no mercado vegetariano é a Superbom, criada há 90 anos por adventistas focados em alimentação saudável. Seja qual for a motivação – saúde ou ativismo animal –, o mercado cresceu muito na última década.

Os pontos de venda quase duplicaram, chegando a 25 mil pontos, e saíram da região sudeste para se espalhar pelo Brasil. E, mais recentemente, a empresa mais do que dobrou a variedade de produtos e passou a produzir até queijo vegano.

"Os investimentos aconteceram em virtude da movimentação do mercado. Há seis anos, a linha de produtos da Superbom tinha 47 itens. Hoje, nós estamos com 107. Então mais do que dobrou o portfólio nos últimos seis anos", explica o gerente de marketing da empresa, David Oliveira.

Os consumidores do mercado vegano não necessariamente são veganos. Podem ser pessoas que comem carne, mas se preocupam com o meio ambiente ou simplesmente querem aproveitar o preço baixo e a variedade de um restaurante. Mas os envolvidos com o empreendedorismo concordam em dizer que a crescente oferta de produtos sem itens de origem animal facilita a vida de quem quer adotar uma dieta vegana.

Fonte: Rádio CBN


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