Convivência com animais de estimação é benéfica para idosos



A convivência com os animais, muito incentivada entre as crianças, também é benéfica para os idosos, que muitas vezes encontram no animal sua única companhia. Segundo a psicóloga Lélia Emika Eto, os benefícios vão além da convivência e do fim da solidão e representam também uma oportunidade de redução do estresse e estímulo à atividade física.

Com o aumento da expectativa de vida, mas sem o suporte necessário para um envelhecimento saudável, muitos idosos têm a tendência ao isolamento e à depressão, devido à vida corrida que os familiares levam, limitações físicas típicas da idade, entre outras razões. Por isso, muitos idosos têm animais de estimação para lhes fazer companhia. Para a psicóloga, isso diminui a sensação de solidão, além de permitir que se sintam vivos, amados e necessários.

"Muitos idosos relatam que passaram a se sentir mais alegres, não se sentem sozinhos e são 'obrigados' a se movimentar mais, nos cuidados com o animal ou até mesmo para brincar e passear com ele", afirma Lélia. Apesar dos benefícios, a psicóloga faz uma ressalva muito importante: "É necessário que o idoso goste do animal de estimação, pois o vínculo afetivo é o principal ingrediente para que a relação traga bons resultados para ambos".

Por conta da relação afetiva com o animal e pela relação significativa que é estabelecida, a psicóloga também chama a atenção de que na morte do animal*, o idoso enfrentará um período de dor, sofrimento e luto. Mas esse luto, diz Lélia, não deve ser entendido pela família como frescura, "afinal, aquele animal era considerado pelo idoso como sendo um membro da família e, como tal, não pode ser encarado como uma perda qualquer".

Sobre adotar outro animal e quando fazê-lo, a psicóloga diz que depende de cada pessoa: "Não se deve esquecer que só o tutor sabe a importância e o significado que o animal teve em sua vida e um jamais substituirá outro. Aguardar até que o luto esteja superado seria o mais indicado".

Amor incondicional

A dona de casa Ivone Garibaldi [foto], 62 anos, é um exemplo de que a convivência com os animais faz bem. Viúva e mãe de um casal de filhos (somente a filha mora junto), ela conta que passou a ter animal, mais especificamente cachorro, a partir de 1998, quando ganhou o Barão, que morreu perto de completar 14 anos de idade, deixando saudades até hoje.

Atualmente, é tutora de dois cães, a Princesa, de quase 10 anos, e o Lost, de cerca de quatro anos, um ilhasa resgatado da rua há pouco menos de dois anos, além de cuidar do cachorro da sobrinha quando ela viaja. Ivone considera hoje "primordial a convivência com os animais, mas desde que se goste", enfatiza. Ela diz que os animais "são companheiros, dão um amor que não recebemos das pessoas, amor incondicional" e recorda que quando seu filho se mudou, "foi o Barão que me salvou, para não desmoronar emocionalmente".

Para Ivone, limpar sujeira e tratar deles não é trabalho. "Os animais curam nossas vidas!"


Foto: Aldo Silva


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. E a recíproca é verdadeira: convivência com animais idosos é benéfica para humanos de todas as idades. Leia:



2. Aliás, é mais do que isso, e uma coisa deve ser deixada bem clara: a convivência com animais é benéfica para pessoas de todas as idades, nacionalidades, classes sociais etc. Mas animais são vidas e não objetos, empregados dos humanos ou tratamento antidepressão, que podem ser descartados quando não são mais necessários. O efeito "curativo" dos animais deve ser uma consequência de sua relação com os humanos, e não a causa da adoção. É dito na matéria que o tutor deve gostar do animal - isso é o óbvio. Mas esse sentimento positivo deve englobar a consciência do tutor de que deverá cuidar muito bem dessa vida haja o que houver. 

3. *Como em qualquer guarda responsável (como devem ser todas) de animais, o tutor deve pensar em tudo. Assim, é também preciso pensar na possibilidade de partir antes do animal (independentemente da idade do tutor, inclusive). Caso o idoso tenha família ou amigos, é importante que converse com alguém de sua confiança, que seja responsável e goste de seu animal, para que cuide dele se for o caso.

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