A escola de samba paulistana Águia de Ouro levou para o Sambódromo do Anhembi, nesta manhã (25/2/2017), três mil membros, 20 alas e cinco carros alegóricos bonitos e bem trabalhados.
Ao contrário do que se esperava por divulgações anteriores, a escola não falou apenas de cachorros e isso foi um ponto fortíssimo para o desfile.
Embora os cães tenham sido realmente o destaque da letra do samba-enredo, houve espaço para mostrar a crueldade que os animais sofrem em laboratórios de testes e nos circos. Houve também crítica ao uso de gaiolas e ao trabalho forçado de animais com o uso de carroças. No entanto, a Águia de Ouro enalteceu o trabalho de animais nas Forças Armadas como no resgate de vítimas em acidentes.
A escola homenageou personagens animais dos desenhos animados e também de filmes do cinema. Enaltecer o uso de animais no cinema e também o trabalho nas Forças Armadas, porém, foram pontos questionáveis da temática da escola se analisarmos sob o ponto de vista dos direitos dos animais.
Embora em nenhum momento a Águia de Ouro tenha mencionado o consumo de animais e toda a crueldade da pecuária, o desfile da escola foi um grande marco para a causa animal e para o carnaval. Pela primeira vez na história, uma agremiação escolhe falar sobre animais e decide também não usar penas, plumas, couro e outros itens de origem animal.
No quarto carro alegórico da Águia de Ouro a entrar na avenida, a apresentadora e ativista vegana Luisa Mell foi o destaque, com uma fantasia de anjo que representou todos os protetores de animais. A Revista Quem publicou uma matéria pouco depois do desfile com uma declaração de Luisa. Mesmo cansada após 27 horas acordada, a ativista não perdeu a chance de falar contra a crueldade contra os animais.
“Espero que olhem os animais com mais compaixão e solidariedade, porque os animais são massacrados. A gente vê que o carnaval sem crueldade, sem culpa, foi um carnaval maravilhoso e dá, sim, para fazer sem maltratar nenhum animal. Espero que tenha sido um desfile histórico para o carnaval e para a proteção animal do País”, disse Luisa à publicação.
A transmissão oficial do evento, feita pela Rede Globo, deixou muito a desejar no quesito conhecimento do tema da escola. Pouco foi dito sobre a questão da escola não usar nada de origem animal e os motivos que a levaram a fazer dessa forma.
Os comentários da transmissão da TV foram quase sempre vagos e pouco ou nada explicaram para o grande público sobre o significado de cada carro, cada fantasia. Claramente faltou alguém da escola ou da causa animal no estúdio para comentar o desfile da Águia de Ouro.
Apesar disso, a escola conseguiu passar uma importante mensagem e foi pioneira na defesa dos animais na avenida. E mantendo a competitividade. Fica a torcida para que a Águia de Ouro vença o carnaval de São Paulo este ano.
Fonte: Vista-se
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