Esse cão pode ter perdido seus olhos, mas seu coração continua grande



Uma coisa é muito óbvia quando você vê uma foto de Bear, o Pit Cego: ele não pode ver - não através de seus olhos. Com somente um ano de idade, Bear foi atingido por um carro e chegou à emergência veterinária com ferimentos severos em seu rosto. Seu tutor na época não conseguiu pagar pelo tratamento, deixando Bear com um destino incerto. Felizmente, o Rawhide Rescue, um grupo baseado em Nova Jersey, EUA, entrou em ação, oferecendo-se para pagar os cuidados médicos de Bear se uma família amorosa cuidasse dele. E, felizmente para Bear, um funcionário do hospital veterinário viu além de seus olhos desfigurados e dentro de seu coração.

Dando uma chance ao amor

Quando a adolescente Katie Frame, filha do funcionário do hospital, viu pela primeira vez seu amigo cão, ela admite ter ficado um pouco nervosa sobre como cuidar de um animal com necessidades especiais. E logo ficou claro que o dano foi tão extenso que Bear precisaria de múltiplas cirurgias, o que o deixaria sem olhos.



Mas Katie e sua família nunca viraram as costas para Bear, que, naqueles dias iniciais, teve dificuldade para conseguir se movimentar e frequentemente batia em obstáculos que ele não conseguia ver. Enquanto passeava, ele apertava seu corpo contra os novos membros de sua família, com medo de ficar muito longe. Logo, entretanto, Bear aprenderia a "ver" seu ambiente com uma nova luz. Katie explica: "Ele conseguiu mapear a casa em sua cabeça e se movimenta de uma forma muito mais fácil do que eu tinha imaginado".

Iluminando as necessidades especiais

Katie foi até o Instagram para compartilhar a jornada de Bear com o mundo. Lá, os milhares de seguidores de Bear são presenteados com fotos dele tirando um cochilo no sofá ou sentindo o cheiro da fria brisa de outono. Essas imagens são frequentemente acompanhadas pelas percepções da vida diária de Bear e de como ele vem se adaptando ao mundo ao seu redor sem sua visão.



No Instagram, Katie explica que, nos passeios, Bear se move de um lado do caminho para o outro: "Ele anda de um lado e, quando sente grama, começa a ir para o outro lado. As pessoas não percebem que o sentido de toque de um cão cego (ou qualquer outro cão) é importante para andar por aí e entender o mundo".

Ela também compartilhou seus planos para tentar "trabalho do nariz" - uma atividade mental e fisicamente estimulante na qual Bear pode usar seu senso de olfato aumentado para rastrear a fonte de um odor - com seu melhor amigo.

Katie espera que através desses fragmentos e fotos, ela consiga mostrar ao mundo que, apesar dos desafios de viver com um animal com necessidades especiais, as recompensas são infinitas. Ela escreve: "A maioria das pessoas vê o amor de seus cães através de seus olhos. Eu vejo seu amor através das batidas de seu coração… Não ignorem os cães deficientes. Eles podem ver e escutar melhor que qualquer um".

Bear retribui

Talvez a coisa mais notável sobre Bear tenha sido sua habilidade de inspirar a partir do momento que ele passou pela porta. Refletindo sobre sua vida, Katie admite que antes de Bear ela se perguntava sobre seu rumo. Quando Bear apareceu, entretanto, ela se sentiu tomada de propósito. Afinal de contas, o que poderia ser mais motivador do que um cão que, apesar de não ter olhos, mergulha de cabeça na vida a cada dia, pronto para navegar o mundo sem eles?



Uma maneira que Katie usa para canalizar essa inspiração é através do Shelter Dog Sundays ("Domingos dos Cães de Abrigo") no Instagram, onde ela compartilha fotos e histórias de outros cães que precisam de um lar amoroso. Mesmo que eles não possam adotar um cão ou doar diretamente para um resgatado, Katie pede aos seguidores de Bear que espalhem a conscientização sobre cães que necessitam de adoção. "Só não fique sem fazer nada", ela pede, em referência aos milhões de animais que procuram um lar a cada ano.

Sobre Bear, Katie conclui: "Ele me ensinou que o amor não é algo que você vê, mas é algo que você sente". E com seu coração enorme, talvez ele possa ensinar a todos nós a ver além da capa e amar o conteúdo.

Fonte: Olhar Animal

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