Seja por motivos ecológicos, de saúde ou amor aos animais, a dieta vegetariana é uma opção cada vez mais comum - e aceita - hoje em dia. Mesmo assim, quando as mulheres vegetarianas engravidam, é comum ouvir a pergunta: o bebê vai se desenvolver normalmente?
"Os especialistas são unânimes: a dieta vegetariana é saudável em todas as fases da vida, incluindo a gestação", diz a nutricionista Susan Levin, do Comitê de Médicos de Medicina com Responsabilidade (www.pcrm.org), ONG que promove o debate médico nos EUA. Os benefícios são inúmeros: menos gordura saturada e colesterol ruim, maior consumo de fibras, fitoquímicos e antioxidantes (que combatem o envelhecimento das células). "O cardápio vegetariano também protege as mulheres contra o excesso de toxinas e hormônios encontrados frequentemente nos laticínios, carnes e peixes", completa Susan.
Outra boa notícia diz respeito ao ácido fólico (vitamina B9), cuja suplementação (antes e no primeiro trimestre da gravidez) reduz 50% a incidência das malformações do tubo neural do bebê. Nas vegetarianas, o nível costuma ser mais elevado. Pois, como sugere o nome (vem do latim folium, ou seja, folha), sua fonte natural são as folhas verdes. Ainda assim, a suplementação é recomendada para todas as mulheres.
Com tantos argumentos favoráveis, é fácil mesmo concordar. Mas como fica a ingestão dos nutrientes encontrados exclusivamente ou em maior quantidade na carne? "É provável que as vegetarianas tenham de ingerir suplementos alimentares para suprir a vitamina B12", diz o médico nutrólogo Eric Slywitch. A substância, encontrada somente em alimentos de origem animal, está relacionada ao desenvolvimento do sistema neurológico e sanguíneo. Mas vale ressaltar que mesmo as grávidas que comem ovos ou laticínios podem precisar do suplemento. Por isso, melhor não arriscar.
As vegetarianas também devem estar atentas ao consumo de ferro na gravidez. Isso porque a carne vermelha é rica em ferro-heme, a forma do mineral que é melhor absorvida pelo organismo. O jeito é abusar dos alimentos ricos nessa substância, como grão-de-bico, feijões, frutas secas, açaí e melado de cana. Outra dica é tomar sucos de frutas cítricas nas refeições: a vitamina C facilita a absorção do ferro.
Por último, mas não menos importante, os médicos indicam a suplementação de cálcio. "Todas as grávidas devem ingerir 1.500 mg diariamente, o dobro do que uma mulher normal", diz o obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein. E como garantir isso sem tomar leite? "Dá para obter o nutriente das verduras, mas para atingir o mínimo recomendável é mais fácil utilizar os suplementos."
Vale lembrar que o mais importante de tudo é ter uma alimentação balanceada. E tanto para o uso de vitaminas quanto para a escolha do cardápio, o médico deve ser consultado antes.
Fonte: Cantinho Vegetariano (via Revista Crescer)
Fonte: Cantinho Vegetariano (via Revista Crescer)
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