Por Paulo Furstenau*
O ENDA 2016 – Encontro Nacional
de Direitos Animais, evento organizado pela ONG Veddas, está acontecendo neste feriado
(24 a 27 de março), no Parque Visão Futuro, em Porangaba (SP).
Nina Rosa, ativista e parceira da
Natureza em Forma, foi uma das palestrantes convidadas e falou ontem no Encontro. Segundo ela, o que mais a assusta na atual situação do País é como
todos julgam e condenam aqueles que pensam diferente: “É um verdadeiro bullying”.
Ela fez um paralelo entre essa
intolerância e a rixa existente entre alguns veganos, vegetarianos e aqueles
que ainda se alimentam de carne. Vegana e fundadora do Instituto Nina Rosa – projetos por amor à vida, Nina produziu, ao longo de anos de ativismo, material
educativo essencial para a causa animal, como A Carne É Fraca, A Engrenagem e Não Matarás, entre muitos outros filmes e livros.
Mesmo após o encerramento das atividades do INR, em 2015,
Nina segue participando de eventos ligados à causa, compartilhando sua
experiência e divulgando e distribuindo o material produzido pela ONG. Uma das
ativistas na plateia de sua palestra ontem revelou que se tornou vegana após
assistir A Carne É Fraca, aos 50 anos de idade.
Nina disse que ela própria comeu
carne até os 30 anos, não por maldade ou gosto, mas por falta de consciência. E,
para ela, a melhor forma de combater essa falta de consciência é a educação,
seja por meio didático - por isso criou o Instituto e produziu vasto conteúdo
sobre o tema, para conscientizar as pessoas por meio da informação e
apresentação de fatos -, seja por meio de ações ativistas realizadas por ONGs
como a Veddas.
“Ninguém vai ser convencido de que
a morte e exploração de animais é errado porque alguém lhe apontou o dedo na
cara e disse que seu comportamento é condenável. Seu coração não será tocado, a
cabeça que será atingida – e, muito provavelmente, essa pessoa continuará
comendo carne e sem se importar com todas as outras formas e implicações da exploração
animal.”
Em meio à discussão sobre a
atuação de certos ativistas e ONGs que focam determinado segmento da causa
animal, Nina se colocou contra a crítica de segregação. “Que mal há em uma ONG
que defenda exclusivamente o fim dos rodeios, por exemplo?” E concluiu: “Todo esforço
é válido. Cada um de nós fazemos nossa parte dentro de nossas habilidades e
condições”.
*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma
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