Mudar o tipo ou a marca do alimento que você oferece ao seu melhor amigo é tarefa que exige atenção, pois pode causar vômito e até perda de peso nos animais
Substituir a ração de filhote para adulto, a comum pela específica para animais castrados ou até a introdução de fórmulas prescritas pelo veterinário para bichinhos que estão doentes. Pode parecer simples porque os alimentos industrializados para pets têm aspectos semelhantes, mas, na verdade, o assunto requer um pouco mais de comprometimento da parte do dono. Não é só trocar de um dia para o outro e pronto. “A mudança brusca da dieta pode causar alterações gastrointestinais como vômito e diarreia. Os sinais podem ser de leves a intensos e, quando não tratados e diagnosticados cedo, podem se tornar permanentes e até acarretar desequilíbrio grave, perda de peso e alteração da flora intestinal”, alerta a veterinária Cecília Zarif, do Hospital Vet Quality, de São Paulo.
O ideal, de acordo com a especialista, é realizar a mudança de forma gradual. Assim, o animal se adapta mais fácil e os riscos de rejeição ou de reações negativas do organismo diminuem. Ainda que o alimento novo seja da mesma marca anterior, a diferença de composição interfere no paladar e na digestão. “Misture a ração nova à antiga em pequenas quantidades e vá aumentando aos poucos, até atingir a porcentagem total”, ensina a especialista. Ela indica que o dono inicie com 25% da nova para 75% da antiga, depois passe a uma proporção de 50% para 50%. Se não houver estranhamento da parte do pet, mude para 75% da nova e, finalmente, ofereça apenas ela. “É preciso ficar atento aos sinais e saber que alguns animais podem demorar mais que outros para aceitar essa transição”, aponta a doutora.
Os donos de gatos devem ficar ainda mais alertas porque eles costumam ser mais exigentes e sensíveis que os cães. Enquanto a troca de alimento para os cachorros pode ser realizada no mesmo pote, os felinos pedem recipientes separados, um com a ração nova e outro com a antiga. “Mesmo em tigelas diferentes, a porcentagem a ser colocada em cada um deve ser respeitada”, diz Cecília.
Mas precisa mesmo?
Ao saber que a troca de ração pode dar tanto trabalho, alguns donos podem hesitar e pensar em desistir. No entanto, dependendo do caso, a alimentação pode fazer toda a diferença para a saúde e até para a beleza da pelagem do animal. “Os principais motivos que levam a troca da ração são a evolução nas fases de vida (filhote, adulto e sênior), o estágio reprodutivo (castrado e não castrado) e as doenças que exigem um balanceamento corretodo alimento com rações terapêuticas – esta última sempre prescrita por um veterinário”, lembra a profissional. O mercado pet tem ainda rações específicas para porte, raça, estilo de vida, paladar, pelagem… Quem não vai querer oferecer o melhor para o seu melhor amigo?
Greve de fome
Mesmo depois de tanto esforço, seu animal pode rejeitar o novo alimento. “É possível que o animal não aceite a dieta por conta do paladar, do cheiro ou da textura”, diz a veterinária. Se nós recusamos certos ingredientes que simplesmente não combinam com nosso gosto, os pets também estão suscetíveis a isso. No entanto, para tudo há um jeito. “Se o pet está relutante em aceitar a introdução da nova ração, uma solução é misturá-la com água morna no início”, ensina Cecília. Se mesmo assim, houver rejeição, aí, sim, é hora de tentar outro tipo, outra marca ou outros sabores.
Comer é bom e todo mundo gosta, mas, assim como a alimentação humana, a dos pets também merece dedicação. Afinal, ela é o combustível que seu bichinho precisa todos os dias para brincar, correr e oferecer amor à sua família.
PETMAG
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