Carrapatos vivem nos ambientes, não nos animais

Veterinária orienta sobre como prevenir infestações e evitar que doenças sejam transmitidas para os animais e para os humanos 

Só de imaginar, algumas pessoas já começam a se coçar. E quando se conhecem as reais ameaças que os carrapatos representam, aí a atenção precisa ser redobrada. Presentes em quase todos os lugares, tanto nas cidades como chácaras, sítios e fazendas, esses parasitas habitam cada vez mais as residências, não importando a classe social. Basta haver no local “alguém que os carregue”, ou seja, um cachorro ou gato ou até mesmo você.







Além da coceira característica que causam nos animais e pessoas devido às picadas, os carrapatos são transmissores de zoonoses (doenças transmitidas por animais para humanos), sendo a principal a febre maculosa. Eles também transmitem outras doenças, como babesiose, erliquiose e anaplasmose, que provocam febre, fraqueza, depressão, alterações nervosas e, se não tratadas, podem levar à morte.

“Os carrapatos podem subir muros e paredes, vindos da vizinhança, e uma fêmea pode colocar até 4.000 ovos de uma só vez. Por isso, o combate de uma infestação exige cuidado por um bom tempo. Eles ‘escalam’ muros e cercas e também podem ser transportados pelos animais e pelo homem”, alerta a médica veterinária Isabela Coudry, gerente técnica da unidade de negócios para animais de companhia da Merial Saúde Animal.

“Ao contrário do que muitos pensam, os carrapatos vivem nos ambientes e não nos animais”, conta Isabela, avisando que o controle do carrapato deve ser realizado com produtos específicos para uso nos pets e outros para os ambientes. De acordo com ela, os carrapatos preferem viver em locais “altos”, escondidos e secos, como frestas e cantos de parede ou muro, embaixo de tampos de mesa e bancada, sob os estrados de cama, por exemplo, principalmente perto de onde o animal passa a maior parte do tempo e dorme, pois o comportamento desses parasitas é subir no animal para se alimentar de sangue e descer para o ambiente.

De acordo com a pesquisa “Panorama nacional da importância da infestação de pulgas e carrapatos”, realizada em 2012 pela Diferencial Pesquisa de Mercado a pedido da Merial, que entrevistou mais de 1.000 veterinários em São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife e Manaus, 95% dos profissionais apontam a infestação por carrapatos como a de maior gravidade. Nesta mesma pesquisa, 57% dos respondentes apontaram que as infestações desse parasita têm aumentado no País. Além disso, 91% admitiram que é comum os animais apresentarem doenças transmitidas por carrapatos, o que reforça a necessidade de não só combate, mas também controle constante desses parasitas.

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