Nascimento de grupo de capivaras mostra que natureza resiste na Lagoa da Tijuca

Capivaras que nasceram na Lagoa da Tijuca, na Baixada de Jacarepaguá 


O nascimento de um grupo de pequenas capivaras surpreendeu pesquisadores que cuidam da área do manguezal no entorno da Lagoa da Tijuca, na Baixada de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Nascidas há cerca de um mês, elas fazem parte de ninhada de cinco filhotes, dos quais três sobreviveram.

“Devido ao crescimento urbano desordenado, os animais ficam com cada vez menos espaço. E a última linha de defesa tem sido as faixas marginais das lagoas”, explica o biólogo Mario Moscatelli.

A faixa marginal de proteção é de geralmente 30 metros ao redor das lagoas e conta com formações de manguezais, brejos e restingas, que servem de abrigo para essa fauna residual.

“É uma área onde fazemos a manutenção do manguezal, recuperada anos atrás. E ela tem sido usada como área de abrigo por capivaras, preás, cutias, tatus, lontras e outros animais que buscam proteção nesse tipo de ecossistema”, destaca Moscatelli.

De acordo com o biólogo, o crescimento urbano desordenado faz com que esses animais possuam cada vez menos espaço para se reproduzir. Mesmo protegidos por lei, esses últimos refúgios estão ameaçados.

“Se a gente quiser ter, em um futuro breve, fauna no sistema de lagoas da Baixada de Jacarepaguá, é fundamental a recuperação da lagoa e das faixas marginais de proteção”, afirma Moscatelli.

Registro de um dos filhotes com poucos dias de vida

Essas faixas marginais de proteção também funcionam como importantes corredores de contato entre diferentes lagoas, onde os animais podem transitar de uma para outra nos espaços ainda existentes nas faixas de proteção.

As pequenas capivaras estão sob os cuidados da mãe, e a família é monitorada pelos pesquisadores. A localização exata não é divulgada, para evitar que os animais sejam molestados por curiosos.

Capivara deu à luz cinco filhotes na Lagoa da Tijuca; três deles sobreviveram 


Área de manguezal recuperada no final do século passado 
e que funciona como abrigo para as espécies 



Fonte: G1 

Fotos: Mario Moscatelli

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