Ibama reúne crianças e solta mais de 100 aves resgatadas de cativeiros

Diversas espécies de pássaros foram libertadas com a ajuda das crianças 


O Dia das Crianças deste ano [2018] também foi dia de conscientização. Em um ato para alertar sobre a importância de preservar a fauna brasileira, 112 passarinhos foram devolvidos à natureza. Funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contaram com a ajuda dos pequenos, no Brasília Country Club, para soltar as aves.

A cada pássaro que saía da gaiola, um sorriso estampava o rosto das crianças e dos adultos que estavam por perto. Algumas aves ainda tinham dificuldade de encontrar o caminho para a liberdade, mas, com a ajuda do profissional do Ibama, logo deixavam as grades e voavam rumo às árvores. Entres os animais, estavam pássaro-preto, sabiá-laranjeira, canário-da-terra, periquito-de-encontros-amarelo, coleiro e papa-capim.

Segundo o coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), Márcio Henrique Ferreira da Silva, essas espécies são pássaros silvestres que não podem ser criados em cativeiro*. O coordenador conta ainda que as aves soltas foram vítimas de maus-tratos e resgatadas em apreensões feitas em diferentes partes do Distrito Federal. “Queremos mostrar para as crianças o quanto é cruel capturar um animal da natureza para comercializar ou criar em gaiolas que, muitas vezes, nem comportam o animal dentro”, ressalta.

Silva explica que os bichos resgatados passam por uma triagem, são avaliados, vermifugados, medicados e tratados até estarem aptos a voltar para seu habitat. Ele esclarece que a área de soltura é escolhida de acordo com a região do próprio pássaro — todos os animais que foram soltos na última sexta-feira, por exemplo, são da região centro-oeste. Além disso, o Ibama conta com áreas específicas no DF para realizar essas ações.

O Brasília Country Club é uma dessas áreas. De acordo com o presidente do espaço, Carlos Henrique de Paula, o clube tem mais de 100 hectares de floresta - para ele, fruto de preservação e muito amor à fauna e à flora. “Somos um antigo parceiro do Ibama nesse programa de soltura dos animais. Temos uma preocupação muito grande tanto com a fauna quanto com a flora. As crianças estão aqui para ver os passarinhos saindo da gaiola e indo para a natureza, o que é muito lindo”, destaca.

Ajuda especial

Catarina, de quatro anos, foi uma das crianças que auxiliaram na libertação das aves. “Ajudei a soltar um periquito”, conta. Além de libertar o bichinho, a pequena saiu com uma lição: “A gente não pode maltratar os passarinhos”. O pai da menina, o servidor público Luciano Fuck, 39, destaca a importância de conscientizar as crianças. “Elas precisam ver para aprender. Não basta só a gente falar. Elas verem os pássaros felizes na natureza mostra que esse é o lugar deles, não dentro de uma gaiola”, diz.

Allana, de oito anos, também era uma das ajudantes. A garota estava com os pais e o irmão, que também ajudou na ação. Animada com os pássaros, ela não negava estar amando vê-los voarem. “Gostei muito. São bonitinhos.” Além da conscientização ambiental, a mãe, a administradora Carla Oliveira, 38, ressalta a importância do contato com a natureza. “É bom sair um pouco dos jogos eletrônicos e vir para a natureza. O melhor é ver os pássaros soltos, vê-los em seu habitat”, enfatiza.

Allana foi com a família ao clube e amou ter participado da ação do Ibama 


De acordo com o coordenador do Cetas, até setembro, o Centro de Triagem recebeu mais de três mil aves. Ele destaca que a maioria era criada de forma ilegal. Além de animais resgatados por meio de denúncia, Silva informa que o Ibama recebe bichos de forma voluntária. “As pessoas que fizerem essa entrega não sofrerão nenhuma punição, nenhuma multa”, garante.

Para falar com o Ibama, entre em contato no número 0800 61 8080. As denúncias também podem ser feitas por formulário no site ou pessoalmente nas unidades da Instituto.





Fotos: Marcelo Ferreira / CB / D.A Press


*NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Nenhuma ave ou qualquer outro animal deve ser criada em cativeiro, a não ser em casos de reabilitação para reintrodução na natureza ou aqueles animais que não podem mais ser reabilitados.

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