Sociedade Vegetariana Brasileira responde Alex Atala


Em entrevista publicada hoje (11/4/2018) na revista Época Negócios, o chef Alex Atala fala sobre os impactos da "produção da comida vegana" ao meio ambiente, mencionando ainda que uma agricultura que esterilize ecossistemas é pior do que matar animais.

Em virtude dos equívocos muito comuns citados na matéria e no intuito de esclarecer e não desencorajar pessoas a aderirem ao veganismo, a #SociedadeVegetariana esclarece:

De acordo com relatórios do Banco Mundial [5], 91% dos desmatamentos são causados pela pecuária. O cerrado, segundo maior bioma do Brasil, que compõe quase 25% da área do País, já teve mais de 50% de sua área devastada. O maior pântano do mundo se encontra ali, que é o Pantanal, e segundo relatórios de 2017, ele também passou a encolher [6]. O que não é pasto vira imensos campos de soja. 79% da soja processada no País se torna ração para alimentar animais [7] e 44% da soja que não é processada é em sua maioria exportada para se tornar ração para porcos e galinhas, principalmente na China.

80% da soja processada no Brasil vai para produção de farelo como comida de gado. Isso equivale a 49% da soja produzida no País [1].

Da produção total, apenas 7% vai para consumo (os tais vegetarianos) e 44% para exportação (os outros 49%, como mencionado acima, são processados) [1].

De toda a proteína produzida no Brasil, somente 16% é usada na alimentação humana. 80% é usada como ração, principalmente para porcos e galinhas [2].

A pecuária ocupa 75% das terras aráveis do planeta para pastagem e produção de ração, mas é responsável por apenas 12% das calorias consumidas globalmente [2; 3].

Para cada 1 milhão de reais de receita com a pecuária bovina, são gerados 22 milhões de custos ambientais e perda de capital natural [4].

Se todos esses dados acima não são suficientes para nos preocuparmos com nosso planeta, lembramos também que estamos falando de mais de 70 bilhões de animais terrestres mortos por ano para alimentar 7 bilhões de pessoas do mundo que infelizmente não são veganas.

Muito diferente de uma escolha pelo lado "cool" como mencionado na matéria, buscamos conscientizar sobre a escolha de um mundo mais sustentável, pelo respeito e principalmente pela vida.


Referências













[2] Cassidy ES et al 2013 Redefining agricultural yields: from tonnes to people nourished per hectare. Environmental Research Letters 8; 034015

[3] Foley JA, et al 2011. Solutions for a cultivated planet. Nature 478:337-42

[4] Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) & German Agency of International Cooperation (GIZ). 2015. Natural Capital Risk Exposure of the Financial Sector in Brazil. https://www.trucost.com/publication/natural-capital-risk-exposure-financial-sector-brazil-full-report/


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