Vampiros, zumbis e humanos convivem em harmonia - na escola, no trabalho, na vizinhança. Até que uma invasão alienígena traz o caos e coloca a todos uns contra os outros. Essa é a sinopse de Guerra dos Monstros (Freaks of Nature, 2015), um filme de terror e comédia adolescente a princípio igual a tantas outras produções norte-americanas do gênero. Mas já em seus primeiros 15 minutos, ele mostra que pode ser mais que um filme bobo típico de Sessão da Tarde e ter uma mensagem a transmitir.
Durante um jantar em família, o adolescente Ned (Josh Fadem) fala sobre a costelinha, o principal alimento da população humana (vampiros tomam sangue de bolsas vendidas em supermercados e zumbis devoram cérebros enlatados) na cidade. Ficamos então sabendo que Ned é alérgico ao que tem na costelinha: hormônios, estimulantes e tetrafluoraxipano (um composto químico também conhecido como TXP), que causa insuficiência hepática, escoliose pré-natal, diabetes, dor no tornozelo e inchaço na língua.
(A carne da vida real não tem esse composto fictício, mas tem muitos outros, como os próprios hormônios, e causa igualmente diversos males, como também diabetes, além de doenças cardíacas, pressão arterial elevada, câncer etc.)
"Se TXP fosse tão prejudicial, não o colocariam na costelinha", argumenta o pai, querendo se enganar exatamente como tantos bilhões de humanos consumidores de carnes e secreções animais em todo o mundo. Farto de tanta estupidez em sua família e entre a humanidade no geral, Ned se deixa morder por uma zumbi para que ele também vire um morto-vivo, porque ele quer ser como eles, criaturas lentas que não se importam com nada.
Até que acontece a tal invasão. Embora esteja agora mais devagar, Ned ainda mostra sua inteligência ao descobrir por que os alienígenas apareceriam exatamente naquela cidadezinha no meio do nada: Dillford é famosa por sua produção de costelinha, e os extraterrestres estavam atrás do TXP, a "química que usam para fazer cartilagem de cavalo ter gosto de carne de verdade", conforme ele explica para seus amigos.
No clímax do filme, os invasores são atraídos para a fábrica de costelinha: o plano é lhes dar o que querem para eles irem embora. E é aí que centenas de consumidores humanos daquele "alimento" testemunham a origem de sua alimentação, quando surge toda aquela carne com aspecto terrível escoando por um grande cano. "É disso que as costelinhas são feitas?", se choca um. "Por que nunca nos disseram?", indigna-se outro. Alguns vomitam.
Um enorme alienígena, que se apresenta como embaixador de seu planeta, agradece aos terráqueos: "Obrigado por nos dar essa química preciosa que nos mantém". Tal diplomacia acaba indo para o espaço por conta da inata agressividade humana, mas tudo poderia ter acabado bem para todos se os humanos tivessem deixado os alienígenas simplesmente partirem com aquele alimento que parece ter sido feito sob medida para eles.
Durante um jantar em família, o adolescente Ned (Josh Fadem) fala sobre a costelinha, o principal alimento da população humana (vampiros tomam sangue de bolsas vendidas em supermercados e zumbis devoram cérebros enlatados) na cidade. Ficamos então sabendo que Ned é alérgico ao que tem na costelinha: hormônios, estimulantes e tetrafluoraxipano (um composto químico também conhecido como TXP), que causa insuficiência hepática, escoliose pré-natal, diabetes, dor no tornozelo e inchaço na língua.
(A carne da vida real não tem esse composto fictício, mas tem muitos outros, como os próprios hormônios, e causa igualmente diversos males, como também diabetes, além de doenças cardíacas, pressão arterial elevada, câncer etc.)
"Se TXP fosse tão prejudicial, não o colocariam na costelinha", argumenta o pai, querendo se enganar exatamente como tantos bilhões de humanos consumidores de carnes e secreções animais em todo o mundo. Farto de tanta estupidez em sua família e entre a humanidade no geral, Ned se deixa morder por uma zumbi para que ele também vire um morto-vivo, porque ele quer ser como eles, criaturas lentas que não se importam com nada.
Até que acontece a tal invasão. Embora esteja agora mais devagar, Ned ainda mostra sua inteligência ao descobrir por que os alienígenas apareceriam exatamente naquela cidadezinha no meio do nada: Dillford é famosa por sua produção de costelinha, e os extraterrestres estavam atrás do TXP, a "química que usam para fazer cartilagem de cavalo ter gosto de carne de verdade", conforme ele explica para seus amigos.
No clímax do filme, os invasores são atraídos para a fábrica de costelinha: o plano é lhes dar o que querem para eles irem embora. E é aí que centenas de consumidores humanos daquele "alimento" testemunham a origem de sua alimentação, quando surge toda aquela carne com aspecto terrível escoando por um grande cano. "É disso que as costelinhas são feitas?", se choca um. "Por que nunca nos disseram?", indigna-se outro. Alguns vomitam.
Um enorme alienígena, que se apresenta como embaixador de seu planeta, agradece aos terráqueos: "Obrigado por nos dar essa química preciosa que nos mantém". Tal diplomacia acaba indo para o espaço por conta da inata agressividade humana, mas tudo poderia ter acabado bem para todos se os humanos tivessem deixado os alienígenas simplesmente partirem com aquele alimento que parece ter sido feito sob medida para eles.
Mas o filme tem um final feliz para Dillford e quiçá para o mundo. Na vida real, humanos por vezes são igualmente confrontados com a verdade, por meio de vídeos que mostram como é feita a salsicha; notícias sobre, por exemplo, a Operação Carne Fraca; imagens sobre as crueldades cometidas contra os animais nos matadouros etc. etc., mas, infelizmente, preferem continuar se fazendo de alienados. Pelo menos os cidadãos de Dillford aprenderam a lição: após descobrirem a verdade sobre o que se alimentavam - comida boa para alienígena -, eles trocam a produção da famosa costelinha pela costelinha vegetariana. E assim mostram que têm um cérebro para pensar - e agir -, ao contrário dos zumbis.
Guerra dos Monstros pode ser visto na íntegra e legendado no Google Play e YouTube.
Antes e depois na sinalização de boas-vindas a Dillford: acima, lê-se "lar da costelinha";
abaixo, após a revelação, o texto muda para "lar da costelinha vegetariana",
e o mascote passa de vermelho para verde (Fotos: Reprodução)
*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma
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