Fofos mascotes olímpicos chamam atenção para as cruéis fazendas de ursos na Coreia do Sul

Os ativistas dos direitos dos animais esperam que os mascotes olímpicos aumentem 
conscientização sobre a criação de ursos na Coreia do Sul (Foto: Chung Sung-Jun / Getty Images)


O urso preto asiático é um dos mascotes mais fofos das Olimpíadas de Inverno de 2018. Mas os ativistas dos direitos dos animais dizem que a escolha desse mascote é irônica, uma vez que os ursos na Coreia do Sul são mantidos em fazendas e mortos para colher sua bile, que é usada na medicina tradicional.

“É maravilhoso estar comemorando as Olimpíadas, mas o mascote é a própria espécie que sofre nas fazendas de bile de ursos”, diz Jill Robinson, fundadora e CEO da Animals Asia, uma organização que trabalha para proibir a prática.

Nesta foto fornecida pelo PyeongChang Organizing Committee para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de 2018, a ex-patinadora olímpica sul-coreana Kim Yuna, 
embaixadora honorária das Olimpíadas de Inverno de 2018, segura os recortes 
do mascote oficial das Olimpíadas de PyeongChang, chamado Soohorang, à esquerda, 
e do mascote dos Jogos Paralímpicos de Inverno, chamado Bandabi, à direita 
(Foto: The Associated Press)


Segundo Jill, cerca de mil ursos dessa espécie, também chamados de ursos-lua devido às formas crescentes brancas em seus peitos, são mantidos em fazendas na Coreia do Sul. Os ativistas esperam que o foco do mundo nas Olimpíadas gere atenção para os ursos, que uma vez vagaram pelas montanhas escarpadas do país.

“É nossa esperança que o mascote querido e fofo de urso-lua de desenho animado, chamado Bandabi, sirva como um tipo de embaixador para os ursos-lua reais na Coreia do Sul, cujas vidas são tudo, menos idílicas e fofas”, declara Jill.

De acordo com a lei sul-coreana, os ursos podem ser mortos aos 10 anos de idade para que suas vesículas biliares sejam extraídas, de modo a remover a bile (a vida média de um urso é cerca de 25 anos). A bile é usada na medicina tradicional para curar uma série de males. A criação de ursos também é comum na China e no Vietnã.

Mas a prática na Coreia do Sul está desaparecendo, conforme os defensores fazem progresso. Pesquisas sugerem que a maioria das pessoas não tem interesse em comprar a bile, e o público se tornou mais sensível aos direitos dos animais. A demanda pela bile está diminuindo, já que o composto encontrado nela pode ser produzido sinteticamente. A Coreia do Sul também proibiu a prática de extrair bile de ursos vivos usando um cateter. E o governo está pressionando para castrar os ursos, em um esforço para reduzir os números em cativeiro.

No entanto, os ativistas ainda estão preocupados porque não há santuários para resgatar os ursos para que eles não sejam todos mortos quando completarem 10 anos. “A criação de ursos é uma prática extremamente cruel e desumana que não tem lugar na sociedade moderna”, conclui a fundadora da Animals Asia.

As Olimpíadas de Inverno já levantaram preocupações sobre a prática sul-coreana de comer carne de cachorros criados em condições frequentemente sujas em fazendas.

Fonte: Olhar Animal (via USA Today)

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