Um hábito muito comum entre os tutores de cães é sair para passear e aproveitar para fazer umas comprinhas. Como o cão está junto, e ele não é permitido no supermercado, o costume é amarrá-lo em algum lugar na porta do estabelecimento. Porém o que muitos tutores não percebem é o risco que cães e pessoas correm. Pode parecer alarmista e até exagerado, mas continue lendo o texto e tire suas próprias conclusões.
O discurso é sempre o mesmo: “É rapidinho! Só vou comprar uma coisinha. Ele nem vai notar”. Mas ele, o cão, nota - e como nota!
Você já foi viajar, deixou seu cão com um amigo, conhecido ou mesmo na sua casa com uma petsitter, mas ele ficou triste, amuado, sem comer? Ele estava em um ambiente razoavelmente conhecido, com pessoas calmas, mas mesmo assim estranhou a situação e mostrou claramente sua insatisfação.
Qual a reação do seu cão quando algum estranho se aproxima dele e tenta passar a mão na cabeça? Ele foge, rosna, permite, quer brincar ou simplesmente ignora?
Se um cão desconhecido se aproximar, tentar cheirá-lo ou simplesmente rosnar para ele: qual será a reação dele? E se ele estiver preso?
Essas são apenas algumas das situações possíveis na porta de um supermercado, farmácia ou padaria. Muitas não temos como prever, mas é certo que não é uma situação confortável ao cão.
Tudo o que o cachorro quer é sair para dar uma volta e curtir um tempo ao lado de seu melhor amigo, o tutor. Mas, de repente, esse momento mágico para. Nele, é inserido um local pouco usual. O cão que estava andando feliz cheirando os postes agora está preso, sem saber o que de fato acontecerá. Pessoas desconhecidas passam por ele. Muitas pernas e cheiros, sem nenhuma pista. Ninguém sabe para onde foi o tutor ou quanto tempo durará sua ausência. Em vez de exercício e estímulos, o cachorro passa a fazer nada, aumentando a ansiedade, comum dentro de casa.
A pergunta é: como essa situação ajudará a deixar o cachorro mais calmo e tranquilo? Mesmo porque, quando o tutor volta e retira o cão daquela situação de angústia, há muita festa. Esse comportamento do tutor e do cachorro recompensa o vínculo e faz com que o cão queira, cada vez menos, ir àquele local ou ficar sozinho.
Possíveis problemas
Aumento da ansiedade
Maior probabilidade de ataques por outros cães
Chance de roubo de cães
Medo
Agressividade devido à situação
Frustração
Maior risco de se machucar
Fuga
Fuga
Caso real
Uma pessoa levou sua cachorra à padaria. Como ela não podia entrar, amarrou no local indicado pelo estabelecimento, próximo à calçada. A cachorra está em processo de socialização. Ela é reativa. Ao ter medo, se assustar, ou se sentir desconfortável, ela ataca.
O tutor acreditou que colocar a cachorra naquela situação ajudaria na socialização e a se acostumar com pessoas estranhas. Ele pediu ao segurança da padaria que não deixasse ninguém fazer carinho nela. Porém, quando ele já estava no caixa, olhou para fora e não viu o segurança. Seu coração gelou. Em seguida, uma criança se aproximou daquela cachorrinha fofa e fez carinho. Não, ela não mordeu. Mas poderia ter mordido. De quem seria a culpa? A situação poderia ser evitada.
Nessa história, já era sabido do comportamento temperamental do animal. Mas mesmo cães fofinhos e tranquilos podem ter comportamentos inesperados quando se sentem em perigo.
Lembre que sempre há um agravante. O cão não pode sair correndo e se desvencilhar da situação opressora. Ele está amarrado a algo bem forte. Ao tentar se soltar, pode se machucar seriamente.
Por isso, quando for passear com seu cão, foque exclusivamente o passeio. Deixe as compras e afins para outro momento, sem o cão.
Fonte: Estadão
Foto: Duane Storey / Creative Commons
NOTA DA NATUREZA EM FORMA:
Outro costume humano ainda mais perigoso para o cachorro é deixá-lo dentro do carro, o que pode até mesmo matar o animal. Leia aqui.
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