O humorista e apresentador Gregorio Duvivier, que já contribuiu de forma positiva para a causa animal, prestou um enorme desserviço na segunda-feira passada (11/12/2017).
Em sua coluna semanal no portal da Folha de S. Paulo, Duvivier falou sobre castração de animais. A cachorra da raça labrador de sua mãe havia dado à luz 10 filhotes. Ele publicou a foto da cadela com os bebês em suas redes sociais, na esperança de que o gesto não causasse nenhuma discussão, segundo ele.
Mas, cobertos de razão, alguns ativistas fizeram comentários no sentido de alertá-lo que o mais correto seria que a cachorra fosse castrada, já que procriar animais não é um comportamento ético. Além do fato de muitos animais sem raça definida estarem esperando por adoção, pesa ao ato de reproduzir filhotes de cães de raça o fato de que não é certo comercializar vidas.
Não sabemos se comercialização foi o caso dos filhotes em questão, mas, ainda que tenham sido doados, esses adotantes poderiam ter ajudado a salvar 10 animais resgatados das ruas.
“Tentei argumentar que parir era um direito, e o sexo também…”, disse Duvivier em seu texto. Dá para imaginar um pensamento mais conservador para uma pessoa tão progressista como o humorista?
Embora pareça um pensamento progressista, o de garantir direitos, não podemos esquecer que estamos falando de animais que não podem tomar decisões contraceptivas sozinhos e que provavelmente vão parar nas ruas e sofrer. Quem resgata esses animais todos os dias sabe a dificuldade que é “enxugar gelo”, com tantos animais se reproduzindo.
Ao levantar a bandeira do suposto direito ao sexo e à maternidade dos animais domesticados, estaríamos dizendo para a população deixar seus animais procriarem. O fim desses filhotes a gente já conhece bem.
Apesar da polêmica e da opinião surreal, Duvivier terminou o texto dizendo que a cadela da foto foi castrada porque ele acha que 10 (número de filhotes que já nasceram) é um bom número. Mas e o suposto direito da cadela de ter sexo e ser mãe novamente, Gregorio? Está vendo como precisamos colocar um limite? E o limite ideal, ético, é zero.
Fonte: Vista-se
Foto: Instagram / Reprodução
NOTA DA NATUREZA EM FORMA:
Nós comentamos o seguinte na fotografia de Gregorio Duvivier no Instagram:
Boa noite, Gregorio Duvivier. Somos uma ONG que trabalha com a adoção de animais vindos das mais diversas situações de maus-tratos e abandono. Por isso, pedimos a você que, primeiramente, informe-se sobre os benefícios da castração, não somente para os animais resgatados das ruas, como também para a saúde da cachorra que – acreditamos – você ama. Saiba aqui: https://goo.gl/59TJkk
Em segundo lugar, leia um texto sobre como esses aparentemente inocentes nascimentos, mesmo que não visem ao lucro por meio de venda, negam a chance de um lar a 10 vidas que já existem e estão diariamente sofrendo violências, acidentes, fome, sede, frio etc: https://goo.gl/2cLGBY
São grandes as chances de esses filhotes serem abandonados quando crescerem e não serem mais tão “fofinhos” ou antes mesmo disso, quando o adotante fogo de palha constatar que “dão muito trabalho”.
Faça um grande bem à sua cachorra e a todos os cães que estão nas ruas ou em ONGs, abrigos e com protetores independentes: castre-a!
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