Muitas pessoas já sabem que uma dieta baseada em produtos de origem animal é ruim para o meio ambiente. Incontáveis documentos, relatórios e vídeos já abordaram o tema, então é mais comum que se pense que a carne, o leite e os ovos são nocivos ao planeta.
Sabe-se também que as monoculturas como as de soja, sorgo e outros grãos devastam áreas gigantescas e colocam em risco a biodiversidade, especialmente no Brasil. Alguns chegam a acusar os vegetarianos de estarem fomentando essas plantações. O que é fato, no entanto, é que essas monoculturas só existem por conta da criação de animais para consumo.
Conforme explicado em uma reportagem publicada na sexta-feira passada (6/10/2017) no jornal O Globo (confira aqui), essa quantidade absurda de grãos produzidos é usada principalmente para a alimentação de porcos, frangos, galinhas, bois, peixes e outros animais da pecuária. A reportagem usou como base um novo relatório internacional sobre o tema, da ONG WWF, denominado Apetite por Destruição (veja aqui, em inglês).
Os grãos fazem parte da ração desses animais, que são criados quase sempre em regime de confinamento, ou seja, sem acesso a pastos. Mesmo quando os animais têm acesso a pasto, como no caso da criação extensiva que acontece no Brasil, existe o uso de ração para complementar a engorda.
Mas a maior parte do que é produzido é exportada para alimentar animais criados na Ásia e Europa. Por falta de espaço e praticidade no manejo, muitos países criam os animais em pequenos espaços e, por isso, têm uma demanda altíssima de grãos para alimentar esses animais.
O impacto do que consumimos na perda da biodiversidade é de cerca de 60%. Além de animais como porcos, frangos e bois, consumidores que utilizam produtos de origem animal estão matando indiretamente também muitos animais selvagens que tiveram seu habitat invadido para plantações imensuráveis de grãos.
Se os grãos fossem utilizados para alimentar pessoas, não haveria necessidade de tantas plantações, pois a demanda pelos grãos seria muito menor. Há sete bilhões de pessoas no mundo e há, pelo menos, 60 bilhões de animais considerados de consumo sendo alimentados neste momento. Não é difícil perceber para onde vai a maior parte do alimento produzido.
Fonte: Vista-se
Foto: Reprodução
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