Bombeiros comem porcos que salvaram de incêndio. Estava "fantástica", declarou o porta-voz sobre a linguiça



Dezoito porquinhos e duas porcas adultas sobreviveram a um incêndio no sul da Inglaterra em fevereiro. Cerca de 60 toneladas de feno pegaram fogo próximo ao celeiro onde ficavam os animais.

Neste mês, a gerente da fazenda, Rachel Rivers, agradeceu ao time de bombeiros da cidade de Pewsey, a 130 km de Londres, dando a eles linguiças feitas com os bichos.

"Tenho certeza de que os vegetarianos vão odiar isso", disse ela. Os bombeiros, no entanto, disseram que a comida estava "fantástica".

Integrantes da PETA, organização de defesa dos animais, disseram que o destino dos porquinhos foi tão ruim quanto se tivessem morrido no incêndio.

"Vamos mandar linguiças veganas para o departamento de bombeiros para mostrá-los o quão fácil é ser herói de verdade para os porcos, poupando-os do sofrimento", disse a porta-voz da entidade, Mimi Bekhechi.

Os animais tiveram a sentença de morte adiada em seis meses quando foram resgatados. Mas, como foram criados para a produção pecuária, acabaram indo para o abatedouro. As linguiças feitas com a carne foram então entregues aos bombeiros, que fizeram um churrasco.

A gerente da fazenda defendeu a entrega do presente aos bombeiros, dizendo que a criação de porcos para o abate é sua profissão e fonte de renda. "Eu dei aos animais a melhor qualidade de vida que podia até chegar sua hora de ir para o abate e entrar na cadeia alimentar", alega Rachel. "Sei que você fica triste com o desfecho, mas entregar (a carne) aos bombeiros foi um bom jeito de dizer obrigada."

O dono da fazenda, Canon Gerald Osbourne, também comentou: "A morte de animais, que se tornam alimentos para nós, é uma parte inevitável da agropecuária".

Os bombeiros disseram que as linguiças são "altamente recomendadas" e agradeceram à fazenda "por sua generosidade". "Não posso mentir, as linguiças estavam fantásticas", disse um porta-voz.

O departamento de bombeiros, no entanto, retirou as fotos do churrasco de sua página no Facebook, e seu porta-voz disse que não faria mais comentários.

Fonte: BBC Brasil

Fotos: Rachel Rivers e Pewsey Fire Station


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Sobre os fazendeiros: não, a exploração e morte de seres inocentes e sencientes não é inevitável. Animais não estão neste planeta para nos servir, seja de qual forma for. O ser humano, ao contrário do que a maioria acredita, não é carnívoro, e sua alimentação ideal é baseada em grãos, leguminosas, legumes, verduras, frutas, sementes etc., tudo o que vem da terra. Terra esta que pode ser cultivada por fazendeiros para ser seu sustento financeiro, e não a exploração e morte de animais não humanos. Inclusive, muitos fazendeiros vêm se conscientizando sobre isso. Leia:





"A melhor qualidade de vida", como alega a gerente da fazenda, mesmo que isso significasse os porcos criados soltos e felizes pelos campos, não justifica o destino final dado a esses bichos, com medo e dor. Eles merecem a liberdade e a vida, até seu fim natural, como todos nós. E quando ela fala em "cadeia alimentar", provavelmente está se referindo a outra crença equivocada arraigada entre os humanos, de que somos o "topo da cadeia alimentar". Um estudo publicado na revista norte-americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) mostrou algo bem diferente:


Parafraseando um dito popular, nosso recado para esses exploradores de animais que consideram a morte de criaturas inocentes algo "inevitável" é: "Vão plantar!".

2. Sobre os bombeiros: salvar animais de um incêndio e depois comê-los é como o veterinário não vegano, que come ou financia a exploração de seus pacientes. Lamentável.

3. Nosso Centro de Adoção ajuda na intermediação da adoção de porcos resgatados do acidente no Rodoanel, em São Paulo, ocorrido em agosto de 2015, e porcos apreendidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Guarulhos (SP), que viviam em situação de maus-tratos em uma criação de fundo de quintal.

Hoje, há 50 porcos do Rodoanel vivendo em um santuário em São Roque, interior de São Paulo, e 20 porcos da apreensão de Guarulhos vivendo com uma protetora em Jundiaí (SP). Todos eles aguardam ser adotados por uma família que os trate com a dignidade e amor que merecem.

Se você é vegetariano / vegetariano estrito / vegano, mora em uma casa com recinto de terra com pelo menos 100 metros quadrados e estruturas fortes para aguentar a força deles (os animais adultos pesam em torno de 300 quilos) e tem muito amor para dar, fale com a gente: (11) 3151-2536 / 3151-4885 / 7766-1559 (Nextel) / contato@naturezaemforma.org.br.

Na foto abaixo, Pedrinho, filhote com um ano de idade que veio da apreensão em Guarulhos, recebe o carinho - e colinho - de uma voluntária do nosso Centro de Adoção!

Foto: Natureza em Forma / Divulgação

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