Fernandinha, da seleção de vôlei, é uma das atletas veganas no Brasil (Foto: FIBV / Divulgação)
Revolução do Garfo, série da Rádio CBN sobre o veganismo
3. Proteínas, ferro e outros nutrientes também são encontrados em alimentos vegetais
Ainda há muitas dúvidas e até mitos na alimentação estritamente vegetariana. Alguns especialistas não recomendam a dieta, mas não por falta de alternativas para montar um prato. Eles acham mais prático comer carne, por uma questão cultural. O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, diretor de Nutrição do Instituto Dante Pazzanese, afirma que os hábitos dos brasileiros dificultam uma alimentação mais saudável.
"Se tivéssemos educação nutricional, poderíamos pensar em mais orgânico, menos sal, menos colesterol e açúcar. Educar para algo aprofundado sobre o veganismo é uma realidade que foge à assistência pública", explica.
Mas a dieta vegana é adotada por grandes nomes do esporte. A última final feminina do Aberto da Austrália de Tênis foi disputada por duas irmãs veganas, Venus e Serena Williams. No MMA, o lutador Nate Diaz também se destaca. Aqui no Brasil, a campeã olímpica de vôlei Fernandinha é uma das atletas veganas. E depois que parou de comer carne, ela conta que se preocupava em ser um exemplo nas quadras porque qualquer lesão ou perda de rendimento seria atribuída à dieta.
"Depois que me tornei vegana, não fiquei fora de nenhum jogo. Minha recuperação muscular melhorou demais. Não acordo mais cansada como antes e a qualidade do meu sono está melhor", conta a atleta.
Há alguns períodos em que a alimentação exige muito cuidado, como durante a infância e gestação. O pediatra e nutrólogo do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pence do Hospital Infantil Sabará, Mauro Fisberg, explica que a dieta vegana continua viável nessas situações e que todas as mães precisam estar muito atentas a determinados nutrientes.
"Qualquer grávida tem indicação de suplementos, porque existem alguns elementos e vitaminas que não conseguimos dar na alimentação durante o período de maior demanda."
Mônica Buava é vegana desde a adolescência, quando a gravidez estava longe dos planos. Ela participa de um grupo com mais de 40 mães que decidiram manter o veganismo durante a gestação. Ela conta que o acompanhamento nutricional é tão necessário como para qualquer outra grávida. "Vejo muitas mães que comem carne com pressão alta e que ganharam peso, mas não conheço nenhuma mãe vegana que teve esses problemas durante a gestação."
Atleta ou gestante, os nutrólogos recomendam que todos, veganos ou não, façam exames periódicos para verificar como a alimentação está influenciando a saúde. Independentemente do que colocam no prato, algumas pessoas podem precisar de suplementos.
Fonte: Rádio CBN
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