Açougue vegano nos Estados Unidos, de onde veio a ideia (Foto: Reprodução)
A palavra 'açougue' parece, em princípio, inconciliável com o público que não consome carne. Mas não é bem assim. A onda dos “açougues veganos” começou a surgir em Curitiba (PR), em julho do ano passado, e já chegou a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG).
A ideia, importada dos Estados Unidos, é reunir no balcão e prateleiras carnes vegetais como salsichas, linguiças, bifes, hambúrgueres e peças de seitan (tipo de carne vegetal feita de trigo). E na parte de frios, queijos vegetais e patês.
O Veganinha — Armazém Vegano, em Curitiba, tem churrasco — com espetinhos, maionese e farofa — e feijoada. Tudo isso sem nada de origem animal. Nas festas de fim de ano, por exemplo, a casa ofereceu o tender vegetal e o tofuperu.
Linguiças do Veganinha - Armazém Vegano
Churrasquinho do Veganinha, com direito a maionese e farofa
Churrasco sem sangue
Em São Paulo, o No Bones — The Vegan Butcher Shop abriu as portas em dezembro. Vende hambúrgueres artesanais, espetinhos prontos para churrasco, linguiças, salsichas e coxinhas de jaca, entre outros itens.
“Todos os nossos produtos são artesanais e feitos com carinho. Não levam conservantes ou qualquer tipo de ingrediente de origem animal”, anuncia a chef Marcella Izzo, à frente do No Bones.
Coxinhas de jaca do No Bones - The Vegan Butcher Shop
O açougue paulista tem também empório com cervejas artesanais, sucos naturais, temperos de fabricação própria, azeites, óleos, pimentas e vinhos. Até carvão e churrasqueiras portáteis podem ser comprados na loja. O objetivo é incentivar a cultura do churrasco sem derramamento de sangue.
Na terra do leitão e do torresminho
Mais recentes são o Açougue Vegano, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e o Venne Açougue Vegano, no Bairro Floresta, em Belo Horizonte. Os dois foram abertos em janeiro de 2017.
“Dez por cento da população do Rio se declara adepta da alimentação vegetal, mas ainda sofre para encontrar locais que vendam produtos dessa natureza. Agora não será mais assim”, diz a chef Michelle Rodriguez, que abriu a casa carioca em parceria com o também chef Celso Fortes.
Enquanto isso, na terra onde o leitão e o torresminho são quase sagrados, o Venne pretende atrair clientela vendendo mortadela de feijão-carioca, salame de feijão roxinho e cogumelo e presunto de grão-de-bico.
“Queremos tornar o veganismo mais acessível e facilitar o processo de transição de quem ainda sente falta da carne”, disse ao jornal Estado de Minas a estudante de direito Laura Bonetti, 22 anos, que idealizou o açougue e o administra em parceria com a família.
Fonte: Metrópoles
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