Celebridades e animais: o lado iluminado e o lado sombrio da força

Fotos: Metro UK (acima) e Instagram / Reprodução



Por Paulo Furstenau*


As páginas sobre celebridades trouxeram recentemente duas notícias antagônicas: a primeira relata que Gary, o cão de Carrie Fisher, foi adotado por sua filha, a também atriz Billie Lourd, após a morte da mãe; já a segunda conta que Todd, de sete meses, foi abandonado pelo cantor Justin Bieber.

Nas redes sociais, alguns argumentam que o chow chow de Bieber não foi abandonado, pois seu "tutor" na verdade o "deu" para um de seus dançarinos, C. J. Salvador. Quem diz algo do tipo é porque tampouco tem noção alguma sobre o significado de uma vida, porque "dar" qualquer animal para outra pessoa também é abandono, sim.

Mas a história ainda vai além: o cachorro tem uma doença chamada displasia coxofemoral e seu novo tutor está arrecadando dinheiro para a cirurgia - que custa US$ 8 mil (cerca de R$ 25 mil) - em um site de financiamento coletivo, ou seja, nem esse valor o milionário Bieber tem a sensibilidade para pagar.

E o histórico de abandono de animais do cantor é antigo: ele também já "deu" um hamster para um fã e já teve uma cobra, que leiloou para arrecadar dinheiro para caridade, e um macaco-prego, que foi confiscado por autoridades alemãs por estar viajando sem a documentação necessária. Só o fato de alguém ter em casa um macaco e uma cobra já é um grande erro, pois estes são animais silvestres, que não são pet e devem viver na natureza. Além disso, mesmo que para fins de caridade, animal nenhum é um objeto como um relógio ou uma bolsa para ser leiloado. Quanto ao macaco, foi levado para um parque, pois Bieber não demonstrou nenhum interesse em tê-lo de volta - na época, as autoridades alemãs apenas receberam um comunicado do staff do cantor sugerindo que levassem o bicho para um zoológico.

Outro ponto importante a ser destacado é que a displasia coxofemoral, uma doença comum em cachorros de porte grande (principalmente chow chow, golden retriever e pastor alemão), costuma ocorrer devido a cruzamentos consanguíneos realizados por criadores. Não sabemos a procedência do Todd nem do Gary, e provavelmente ambos foram comprados de uma fábrica de filhotes, mas o fato é que muitas pessoas, mesmo as que gostam verdadeiramente de animais, ainda compram seus amigos peludos por desconhecerem o que há por trás desse comércio. Por isso, nós, da causa animal, usamos toda oportunidade que surge para alertar sobre os maus-tratos aos animais usados para procriação e o que pode acontecer com seus filhotes. No fim deste texto, indicamos outras postagens para que você conheça a realidade da criação e comércio de animais de estimação.

Escrevemos estas linhas para mostrar que não importa se estamos no Brasil, Hollywood ou qualquer outro lugar do planeta: existem pessoas que compreendem o significado de uma vida e existem aquelas que consideram animais meros produtos descartáveis. Fazendo um paralelo com os filmes da franquia Guerra nas Estrelas (Star Wars), pelos quais Carrie Fisher se tornou imortal por meio de seu personagem, Princesa Leia: é o lado iluminado e o lado sombrio da força.

E você, de qual lado está?



Sobre as fábricas de filhotes e comércio de animais:

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*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

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