O vidro demora mais de cinco mil anos para se decompor no meio ambiente
De acordo com o relatório, seria preciso um planeta Terra e meio para dar conta das nossas necessidades. E, já que não dá para aumentar a capacidade de fornecimento do planeta, é preciso modificar o modo como o homem interage com o meio ambiente. Para transformar essa realidade, é preciso produzir menos lixo e cuidar do que é inevitável descartar, já que, hoje, o acúmulo de resíduos excede a nossa capacidade de absorção ou reciclagem.
"Devemos entender que o lixo é problema de todos nós. A população deve usar corretamente os serviços de coleta, exigir que sejam bem feitos e pleitear soluções acessíveis para os serviços especiais", alerta a coordenadora da graduação em engenharia de energia da Unisinos, Maria Luiza Indrusiak.
Nesse contexto, será que você está fazendo a sua parte? Confira abaixo quatro itens essenciais para fazer do consumo consciente uma realidade e ser, você, um agente transformador.
Consumo mais inteligente
A questão do lixo interessa a todas as áreas do saber. Por isso, a professora Erica Hiwatashi, coordenadora da graduação em relações públicas da Unisinos – que, a partir da compreensão da cadeia produtiva da reciclagem do resíduo doméstico em Porto Alegre, pensou em ações para melhorar esse processo e a qualidade de vida da sociedade –, propõe um questionamento.
"Devemos avaliar nossas atitudes quanto à produção de lixo. A quantidade de resíduos per capita vem aumentando sistematicamente. Não seria possível reverter essa escalada?" E a resposta é sim. A boa notícia é que essa é a parte que está 100% em suas mãos. Você pode estabelecer um estilo de vida com uso sustentável de energia e consumo de bens mais duráveis, como copos de vidro em vez de descartáveis.
Destino correto
O Japão é uma referência no processamento de lixo, tanto na reciclagem quanto na eliminação do que não é aproveitável, por incineração. Para outros resíduos, como industriais ou agrícolas, a Alemanha conta com uma legislação modelo. Na América Latina, o Brasil tem as políticas mais avançadas na questão, mas ainda insuficientes, se levarmos em conta a quantidade de lixo produzida no País, da ordem de 78,6 milhões de toneladas em 2014, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2014. Isso representa um aumento de 2,9% de um ano para outro, índice superior à taxa de crescimento populacional no País durante o período, que foi de 0,9%.
Mas, a passos lentos, a mudança vem chegando. "Algumas iniciativas do poder público municipal e outras de organizações não governamentais, como a criação de cooperativas de seleção de resíduos recicláveis, que geram renda a grupos de catadores e retiram das ruas materiais que não seriam reciclados, são muito válidas. Apesar de alguns municípios ainda contarem com modelos menos eficientes, como a coleta de resíduos domésticos misturados (secos e orgânicos), iniciativas como as de Porto Alegre e Curitiba, onde o lixo já é recolhido separadamente, incentivam a educação ambiental", afirma Erica.
O plástico reciclado das garrafas pet pode ser usado em peças de vestuário a móveis
Responsabilidade social
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada pela Lei nº 12.305/2010, representou um avanço na questão do lixo, mas pouco foi implantado até agora. Claro que o poder público tem grande responsabilidade na destinação dos resíduos sólidos, mas o setor privado também pode, e deve, colaborar para mudar o cenário nacional. “As empresas podem questionar o uso de embalagens supérfluas em seus produtos, estimular a reciclagem, acolher em seus processos a reutilização, como matéria-prima dos produtos da coleta seletiva”, explica a professora Maria Luiza.
De acordo com ela, as instituições de ensino também podem ajudar, promovendo a educação ambiental e o consumo consciente nas diversas etapas de produção do lixo. "A Unisinos faz o recolhimento dos resíduos recicláveis, auxiliando, assim, as unidades de triagem. Faz também campanhas periódicas de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos. Várias pesquisas realizadas na Unisinos são relacionadas à valorização de resíduos de diversos setores industriais e de construção", acrescenta.
Energia do futuro
Quem assistiu ao filme De Volta para o Futuro 2, com certeza achou que só mesmo na ficção o DeLorean do Doutor Brown funcionaria com o biocombustível fabricado com latas de cerveja e cascas de banana. Hoje, 30 anos depois, a ficção já é realidade: o potencial energético do lixo é bem grande, da mesma ordem do carvão mineral. "Essa é uma das soluções para a destinação final dos resíduos urbanos não recicláveis, recomendada pelo IPCC/ONU. Tem como vantagem possibilitar a recuperação energética mais eficiente dos resíduos urbanos, que estariam inutilizados ou subutilizados", explica Maria Luiza.
Ela cita a CRVR, que utiliza o gás da decomposição da parcela orgânica do resíduo urbano coletado em Porto Alegre para a produção de energia elétrica, como bons exemplos de utilização do lixo como combustível.
"No mundo, além de empreendimentos semelhantes, são muito comuns as usinas que geram energia elétrica a partir da combustão dos resíduos em caldeira de geração de vapor. Devemos lembrar que eles têm problemas sérios de disponibilidade de espaço e a combustão reduz o volume do resíduo. Um exemplo é a usina de Spittelau, que fica no centro de Viena. Ao fim, sobram apenas cinzas, que ainda podem ser usadas na construção civil ou pavimentação de rodovias", finaliza a professora.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada pela Lei nº 12.305/2010, representou um avanço na questão do lixo, mas pouco foi implantado até agora. Claro que o poder público tem grande responsabilidade na destinação dos resíduos sólidos, mas o setor privado também pode, e deve, colaborar para mudar o cenário nacional. “As empresas podem questionar o uso de embalagens supérfluas em seus produtos, estimular a reciclagem, acolher em seus processos a reutilização, como matéria-prima dos produtos da coleta seletiva”, explica a professora Maria Luiza.
De acordo com ela, as instituições de ensino também podem ajudar, promovendo a educação ambiental e o consumo consciente nas diversas etapas de produção do lixo. "A Unisinos faz o recolhimento dos resíduos recicláveis, auxiliando, assim, as unidades de triagem. Faz também campanhas periódicas de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos. Várias pesquisas realizadas na Unisinos são relacionadas à valorização de resíduos de diversos setores industriais e de construção", acrescenta.
Energia do futuro
Quem assistiu ao filme De Volta para o Futuro 2, com certeza achou que só mesmo na ficção o DeLorean do Doutor Brown funcionaria com o biocombustível fabricado com latas de cerveja e cascas de banana. Hoje, 30 anos depois, a ficção já é realidade: o potencial energético do lixo é bem grande, da mesma ordem do carvão mineral. "Essa é uma das soluções para a destinação final dos resíduos urbanos não recicláveis, recomendada pelo IPCC/ONU. Tem como vantagem possibilitar a recuperação energética mais eficiente dos resíduos urbanos, que estariam inutilizados ou subutilizados", explica Maria Luiza.
Ela cita a CRVR, que utiliza o gás da decomposição da parcela orgânica do resíduo urbano coletado em Porto Alegre para a produção de energia elétrica, como bons exemplos de utilização do lixo como combustível.
"No mundo, além de empreendimentos semelhantes, são muito comuns as usinas que geram energia elétrica a partir da combustão dos resíduos em caldeira de geração de vapor. Devemos lembrar que eles têm problemas sérios de disponibilidade de espaço e a combustão reduz o volume do resíduo. Um exemplo é a usina de Spittelau, que fica no centro de Viena. Ao fim, sobram apenas cinzas, que ainda podem ser usadas na construção civil ou pavimentação de rodovias", finaliza a professora.
Fonte: Revista Galileu
Fotos: Thinkstock
NOTA DA NATUREZA EM FORMA:
Conforme dito na reportagem, você pode contribuir para a saúde do planeta com o simples ato de separar seu lixo e dar a ele o descarte correto. A coleta gratuita de lixo seletivo é obrigação do município e direito do cidadão. Gostaríamos de colocar aqui quais são as prefeituras que realizam esse serviço, mas, em vez de checarmos as mais de cinco mil cidades brasileiras, deixamos essa tarefa para você: verificar na prefeitura de sua cidade sobre os locais de descarte de recicláveis (plástico, vidro, papel, metais), eletrônicos (pilhas, baterias, celulares), medicamentos e óleo de cozinha. Caso esse serviço não esteja disponível, cobre de seu prefeito, pois, repetimos, isso é obrigação do poder público.
Conforme dito na reportagem, você pode contribuir para a saúde do planeta com o simples ato de separar seu lixo e dar a ele o descarte correto. A coleta gratuita de lixo seletivo é obrigação do município e direito do cidadão. Gostaríamos de colocar aqui quais são as prefeituras que realizam esse serviço, mas, em vez de checarmos as mais de cinco mil cidades brasileiras, deixamos essa tarefa para você: verificar na prefeitura de sua cidade sobre os locais de descarte de recicláveis (plástico, vidro, papel, metais), eletrônicos (pilhas, baterias, celulares), medicamentos e óleo de cozinha. Caso esse serviço não esteja disponível, cobre de seu prefeito, pois, repetimos, isso é obrigação do poder público.
Para você ter mais opções de locais, caso a prefeitura de sua cidade seja consciente e também ofereça o serviço, ou para você ter onde descartar seu lixo, caso em sua cidade AINDA não tenha o serviço após você cobrar sua prefeitura para implantá-lo, listamos a seguir algumas ONGs e empresas em diversos estados do Brasil que fazem a coleta gratuitamente (cheque nos sites das empresas em quais cidades e unidades). Se você conhecer outras, pode colocar nos comentários desta postagem!
Recicláveis
- Hipermercado Extra (Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe)
Eletrônicos
- Leroy Merlin (Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo - também coleta lâmpadas)
Medicamentos
- Descarte Consciente (Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo)
- Drogaria Carrefour (São Paulo)
- Droga Raia (Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo)
- Drogaria São Paulo (Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
- Hipermercado Extra (São Paulo)
- Supermercado Pão de Açúcar (São Paulo)
Óleo de cozinha (transporte o óleo até o local dentro de uma garrafa pet ou outro recipiente fechado)
- Hipermercado Extra (Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe)
- Supermercado Pão de Açúcar (Ceará, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo)
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A associação sem fins lucrativos Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) traz uma lista de locais de coleta de recicláveis e lixo eletrônico em todo o Brasil. Já o E-Lixo Maps é uma ferramenta de busca de pontos de coleta e reciclagem de lixo eletrônico, também em todo o País.
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