O mito da "raça problema"


As pessoas cometem um grande erro ao relacionarem a raça de um cão com seus problemas comportamentais. O mesmo acontece quando fazem generalizações a respeito de raças humanas ou etnias (quando dizem, por exemplo, que todos os irlandeses são beberrões, que todos os italianos são brigões, que todas as mulheres brasileiras são “fáceis”, que todos os portugueses são burros, que todos os baianos são preguiçosos, etc).

Segundo Cesar Millan (o especialista em cães mais requisitado dos Estados Unidos), quando as pessoas interagem com seus cães, devem se relacionar com eles na seguinte ordem:

1. Um animal;
2. Uma espécie: Cão (Canis familiaris)
3. Uma raça (Golden Retriever, Bóxer, Pit Bull, Pastor Alemão, etc)
4. Um nome (personalidade)

No que se refere a tentar entender e corrigir a conduta de um cão, a raça vem sempre em terceiro lugar.


Não existe “raça-problema” e sim “donos-problema”!!!

A raça é algo que os seres humanos criaram. Os geneticistas e biólogos acreditam que os primeiros seres humanos que conviveram com os cães escolheram lobos desgarrados com corpo e dentes menores – talvez porque representassem menos riscos e por serem mais fáceis de controlar. Depois começaram a casalar cães para produzirem filhotes que fossem bons em determinadas tarefas. Por isso, hoje em dia, temos centenas e centenas de raças, com utilidades diferentes.

Quando se escolhe um cão é importante pensar na raça, mas é essencial lembrar que por trás de todas as raças existem, primeiro o animal e depois o cão. Todos os cães têm a mesma psicologia. A raça é apenas uma roupa que nós usamos e, às vezes, um conjunto de necessidades especiais que podemos ter. Ninguém será capaz de entender ou controlar o comportamento de um cão vendo-o simplesmente como uma “vítima” da raça.

Todos os cães têm as mesmas habilidades inatas, mas algumas raças foram selecionadas de modo a acentuar certas características. As pessoas têm o costume de associar, erroneamente, essas habilidades condicionadas à personalidade do cão.

Isso não quer dizer que a raça não afeta a sensibilidade do cão a certas condições e ambientes. Na verdade, as necessidades especiais que determinado cão pode ter por causa da raça são uma das coisas mais importantes que um novo dono de cachorro deve levar em consideração ao escolher a raça de seu animal de estimação.

Mas, nervosismo, medo, agressividade, tensão e comportamento de defesa territorial – todos estes problemas e doenças surgem quando o animal e o cão dentro dele ficam frustrados. Não importa qual é a raça. É por isso que é um engano se preocupar com a raça quando se lida com problemas comportamentais.


AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DA RAÇA


Pit Bull





Surgido por meio de diferentes cruzamentos para ser animal de briga nas rinhas de cachorro do século XVIII, o temido Pit Bull tem porte atlético, mede cerca de 40 centímetros de altura e pode alcançar os 35 quilos. Os movimentos são tão bem coordenados que o cão é capaz de subir em árvores.

Ele não adverte antes de morder nem pára o ataque quando a vítima se rende, como faria outro cão. Sua boca abre de uma orelha a outra, o que permite o encaixe perfeito dos dentes. Esse fator, chamado oclusão, põe abaixo o mito de que a mordida do Pit Bull pode ter a força de 10 toneladas. Na verdade, a mordida dele chega a ser 10 vezes mais fraca do que a de um Rottweiller (que são 2 toneladas). O APBT (American Pit Bull Terrier) foi criado para imobilização, portanto a sua oclusão (encaixe perfeito dos dentes) e a abertura lateral dos seus lábios lhes dão uma grande área para a respiração, mesmo com as mandíbulas mordendo algum objeto. Essa qualidade pode ser usada para o bem se caso o animal for bem treinado, sendo capaz de carregar coisas pesadas por longas cainhadas. Animais disciplinados nunca mordem a mão de seus treinadores, mesmo quando estão eufóricos e seus treinadores seguram o objeto a ser mordido (bola, pau ou qualquer outro brinquedo.

Muitos veterinários e criadores alegam que a agressividade de alguns exemplares da espécie tem a ver com a educação recebida por eles nos primeiros meses de vida. Mas, a imagem de que todo Pit Bull é um cachorro violento não é verdadeira. Se for bem ensinado, ele será um cão dócil e companheiro.


Mastim Napolitano





Quer um cão que defenda sua casa, mas que seja seu companheiro? Pois o Mastim pode fazer esse papel tranquilamente. Além de ser bastante atento a sinais de perigo, essa raça gosta de estar perto dos donos como sinal de proteção.

Então se você procura um amigo e também um guarda, o Mastim Napolitano é a companhia ideal para os momentos de alegria e também de perigo.

Essa raça pode ser treinada para manter o equilíbrio e discernir o certo do errado, podendo respeitar os visitantes da casa quando estão acompanhados do dono e também brincar com as crianças, se for acostumada desde pequeno.

Vale lembrar que esse temperamento vai depender bastante do tipo de tratamento no dia a dia e do treinamento do animal, sendo que se induzi-lo a atitudes agressivas poderá torná-lo um cão muito perigoso devido ao seu porte.


Rottweiler





Criada na Alemanha, a primeira vista, a raça dificilmente mostra simpatia com estranhos

O Rottweiler pode ser um cão amável e divertido, mas ele é muito poderoso e pode ser sério às vezes. Um treinamento de obediência adequado desde filhote e a socialização são extremamente necessários (para todas as raças, não somente Rottweilers). Essa raça pode ser muito territorial e protetora de sua família e casa. Rottweilers podem ser bem intimidadores e ainda carregam a fama de serem bravos, mas eles são ótimos para famílias e podem ser muito dóceis também.


Bull Terrier





Exuberante, cômico, brincalhão, agressivo e muito levado. Assim é o Bull Terrier. Ele é uma raça imaginativa que normalmente vê as coisas do seu jeito e é teimoso até o fim. Ele precisa de exercícios físicos e mentais todos os dias para evitar que ele exercite sua poderosa mandíbula em casa. Com toda sua pose de difícil, ele tem uma natureza doce, afetuosa e devotada.

O Bull Terrier precisa ser entretido, seja com um bom exercício ou com estímulos mentais. De preferência, ambos. Essa é uma raça ativa que gosta de uma boa corrida, mas é melhor deixá-lo correr em uma área segura. Ele não deve ficar ao ar livre, mas vivendo dentro de casa com acesso ao quintal. Os cuidados com o pelo são mínimos.


Doberman


 Doberman é muito inteligente, afetuoso, obediente. É um cão enérgico com muita força, velocidade, e agilidade. É uma raça dominante, quando convive com outros animais geralmente se torna o "chefe" deles. Adoram a companhia de pessoas, além de conviverem muito bem com outros animais. 

Se apega muito aos seus donos, os quais protege com a própria vida. Obedece facilmente quem gosta e respeita. Se acostumado desde filhote, se torna amigo leal e inseparável das crianças. Tem grande necessidade de atenção, é ciumento, gosta de estar sempre ao lado do dono e faz qualquer coisa por ele. 


Fila Brasileiro



O Fila Brasileiro, ou cão de fila, é um cachorro de grande porte, acostumado à grandes espaços e ideal para sítios e fazendas. Um típico molosso, o Fila Brasileiro é desconfiado na presença de estranhos e não admite a menor familiaridade. 

Robusto, é descrito como animal de faro excelente, bem como de temperamento forte, que requer o pulso de donos firmes e experientes. De aparência facial agressiva, teve o seu inicial padrão modificado para mostrar um rosto "menos violento". Em contrapartida, é visto como um canino tolerante com crianças, comportado e seguro.

Fonte: Chic É Adotar

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